O Papa Francisco já regressou a Roma depois de sua viagem à Coréia do Sul onde os católicos e a população em geral puderam compartilhar as suas preocupações, dores, alegrias e esperanças. O Grupo ACI conversou com alguns jovens que participaram dos eventos com o Santo Padre para saber o que acharam sobre esta visita histórica.

Jinhee Yu esteve no dia 16 de agosto na Missa de beatificação dos 124 mártires coreanos que o Pontífice presidiu e assinalou que o Papa “é um símbolo de esperança e de que a vida ainda é bela. Quando o vi, senti como se fosse Jesus que estivesse nos visitando”.

"Estatisticamente -prosseguiu- há muitos católicos no mundo, mas é difícil encontrar o espírito católico na vida real. O mais importante não é o número, mas a ação real considerando que o Papa Francisco é um modelo, especialmente para os católicos".

Outra jovem católica, Okhee Moon, comentou que "sem importar a religião, o Papa Francisco é a estrela que guia as pessoas em todo o mundo neste momento".

"Apesar de haver pessoas de diversas religiões, nosso destino final é tão parecido, com o amor, a benevolência e a paz. Estou muito agradecida por ver (o Papa) e com esta maravilhosa experiência sinto que a minha fé se fortaleceu muito. Queria que todos se sentissem como eu me sinto agora", assegurou.

Mihae Nahm nasceu em Seul e morou durante muitos anos no Canadá. Voltou para ficar e compartilha a sua experiência de ter experimentado a compaixão do Santo Padre para com os familiares das vítimas da tragédia do ferry de Sewol ocorrida em abril quando morreram 300 pessoas, um fato que afetou profundamente a toda a nação e cujas causas exigem de toda a população uma exaustiva investigação.

Uma dessas ocasiões aconteceu na Missa de beatificação de 16 de agosto, quando o Papa parou o carro para escutar um grupo dessas pessoas. "Isso foi algo totalmente fora do programa. O Papa Francisco realmente vive e entende a compaixão e se coloca no lugar destas famílias que realmente estão sofrendo".

"Ele esteve lá para encontrar-se com eles, para escutá-los, quis consolá-los", adicionou. "Por isso o Papa Francisco é único.

Para Chaeri Lee o que os coreanos mais precisam é da paz porque "atualmente sofremos muito pelos problemas políticos, sociais e mais alguns outros. Queremos solucioná-los e ter um melhor futuro. O fato de que o Papa tenha visitado a Coréia é uma enorme bênção e por isso estou muito feliz".

Na opinião do seminarista Kyumin Lee, "a visita do Papa é muito significativa porque não serve apenas para as pessoas religiosas, mas para todo o país".

"Ele tem a capacidade de mudar as coisas aqui, especialmente os problemas políticos como a corrupção. Precisamos mudar isso e a mensagem do Papa sobre a paz será uma grande inspiração".

Durante a sua visita à Coréia o Papa Francisco em várias ocasiões se encontrou com os familiares das vítimas do ferry para lhes expressar seu consolo e se referiu em diversos momentos à necessidade urgente da paz.

Também teve uma mensagem muito clara para todos os jovens do país e de toda a Ásia, e os alentou a levarem a sabedoria da fé a todas as esferas da vida e a serem como Cristo com o amor, a esperança e a misericórdia.

Em conferência de imprensa realizada neste sábado no Media Press Center de Seul, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, ressaltou também que esta viagem foi muito "importante para o pontificado porque permitiu orientar a atenção à Igreja Católica na Ásia, já que é um fato que as viagens do Papa chamam a atenção e a participação da Igreja universal às diversas regiões do planeta".

Depois de ressaltar que o caráter desta visita não foi "político, mas foi essencialmente pastoral", o sacerdote destacou que uma das coisas que marcaram esta visita foi o tema dos "mártires da Igreja, uma experiência muito profunda e espiritual" que esteve muito presente nestes últimos dias.

O Pe. Lombardi se referiu também ao "sucesso do Papa com os jovens" e destacou a sua "capacidade de comunicar-se muito bem com eles, de envolver-se com as pessoas, apesar de estar com pessoas de diversas culturas".

Esta visita, disse também, "mostrou ao mundo o valor da Igreja na Coréia. Acho que o Santo Padre permitiu que a Igreja se enriquecesse com o testemunho dos leigos deste país e a grande quantidade de mártires aqui, que pode ser animo para muitos. Antes não se conhecia tanto sobre a Coréia e sobre a Igreja na Coréia. Tudo isto então é de grande valor eclesiológico".

Sobre a divisão da península, o sacerdote disse que "vimos o sofrimento pela divisão do território, pela falta de paz real e devemos tratar de ver modos de aproximação e de construção de pontes" para a Coréia.

O Pe. Lombardi fez ontem a avaliação da viagem do Papa à Coréia considerando que nesta segunda-feira não haveria tempo para mais uma conferência de imprensa com ele, devido aos tempos e ao horário das pessoas que viajam com o Santo Padre no avião da Korean Airlines.

Para ver as notícias da viagem do Papa à Coréia, ingresse em: http://www.acidigital.com/coreia2014/