O Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, destacou a viagem que o Papa Francisco iniciou nesta quinta-feira à Coréia do Sul e assinalou que esta visita pode ajudar a abrir espaços de comunicação e reconciliação entre este país e sua vizinha a Coréia do Norte.

“É uma constatação mais do que óbvia de que a península é ainda atingida por muitas tensões e de que a península precisa de paz e de reconciliação. Creio que a viagem do Papa ajudará também neste sentido, no sentido de continuar nessa obra de solidariedade - em prol das populações que se encontram necessitadas - e de favorecer, na medida do possível, aberturas de espaços de comunicação e de diálogo", expressou o Cardeal em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira pelo Centro Televisivo Vaticano.

O Papa, afirmou, viaja à Coréia para favorecer, na medida do possível, aberturas de espaços de comunicação e de diálogo entre o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, e a presidente sul-coreana, Park Geun-hye. “Porque creio, e é uma convicção que o Papa reiterou várias vezes, que somente através deste diálogo se podem também resolver os problemas que ainda existem”, assinalou.

O Cardeal Parolin recordou que nesta viagem o Pontífice se encontrará com jovens que participarão da VI Jornada da Juventude Asiática. “A juventude representa o futuro. Portanto, o Papa se dirige ao futuro deste continente, se dirige ao futuro da Ásia”, destacou.

A autoridade vaticana disse que embora somente um ou dois por cento da população asiática professe a fé cristã, “existe um vivo desejo de Deus, uma profunda sede de valores espirituais”.

Na Coréia “encontramos agora o frescor primitivo desta experiência da Igreja que de evangelizada se torna evangelizadora e que de destinatária do anúncio do Evangelho se torna anunciadora”, concluiu.

Entre 1950 e 1953 ocorreu uma guerra entre a Coréia do Sul e Coréia do Norte. Embora tenha cessado o fogo, nunca se assinou a paz, por isso cada certo tempo há tensões entre ambos os lados da fronteira.