O Secretário para as Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti, informou que a Secretaria de Estado enviou uma “Nota verbal” a todas as embaixadas credenciadas junto à Santa Sé com o texto dos últimos apelos do Papa Francisco relacionados à situação no Oriente Médio, “com o pedido de apresentar a mensagem aos respectivos governos”.

Em declarações à Rádio Vaticano, Dom Mamberti indicou que esta nota faz parte dos esforços da Santa Sé por chamar as partes e a comunidade internacional para conseguirem a paz nesta região, que nos últimos anos tem a violência interna na Síria, Iraque, e agora um novo episódio do conflito palestino-israelense.

“É nosso desejo sincero que a comunidade internacional tome a peito a questão, pois estão em jogo princípios fundamentais para a dignidade humana, o respeito pelos direitos de cada pessoa, para uma convivência pacífica e harmoniosa das pessoas e dos povos. O Iraque e os outros países do Oriente Médio são chamados a ser um modelo de convivência entre comunidades diversas, caso contrário, seria uma grande perda e um péssimo presságio para o mundo inteiro”, expressou.

Dom Mamberti disse que a Santa Sé acompanha com preocupação “a situação das comunidades cristãs no Oriente Médio”, onde estão sofrendo injustamente e inclusive se viram obrigados a emigrar. “Só em Mosul quase trinta Igrejas e mosteiros foram ocupados e destruídos pelos extremistas que retiraram as cruzes. Pela primeira vez em tantos anos não se pôde celebrar a Santa Missa no domingo”.

“É necessário recordar que no Iraque, como em outros países do Oriente Médio, os cristãos estão presentes desde o início da história da Igreja e tiveram um papel significativo no desenvolvimento da sociedade e querem simplesmente continuar estando presentes como artífices de paz e de reconciliação”, afirmou.

Nesse sentido, disse que outro nível de ação é, além dos apelos do Papa Francisco e os canais diplomáticos, a ajuda econômica às famílias afetadas “através do Pontifício Conselho Cor Unum, para atender às necessidades humanitárias”.

O que acontece no Oriente Médio e na Faixa de Gaza é “uma situação trágica e muito triste, à qual, infelizmente, há o risco de nos habituarmos e a considerarmos quase como inevitável, o que não seria justo”.

“O Santo Padre lançou numerosos apelos para se continuar a rezar, invocando o dom da paz e acolhendo o chamado que vem de Deus para quebrar o ciclo do ódio e da violência que põe a paz sempre mais distante”.

“Aqui –indicou Dom Mamberti-, gostaria de reiterar o convite do Papa a quantos têm responsabilidades políticas, em âmbito local e internacional, para não poupar algum esforço que ponha fim a todas as hostilidades e ajude a alcançar a paz desejada para o bem de todos. Como diz exatamente o Papa Francisco, é preciso mais coragem para fazer a paz do que para fazer a guerra, além disso no centro de qualquer decisão deveriam ser colocados não os interesses particulares, mas o bem comum e o respeito por cada pessoa”.