Depois que o Chile rejeitou a resolução da ONU sobre a “Proteção da Família”, que a reconhece como o núcleo “natural e fundamental da sociedade, e tem direito à proteção por parte da sociedade e do Estado”, a advogada Jimena Valenzuela, diretora da organização Fazer Família, assinalou que isso “denota a mentalidade que está sendo imposta no nosso país”, onde quer mudar “radicalmente o conceito de família”.

Segundo a especialista em temas de família, “o que se pretende é que se mude radicalmente o conceito de família” no Chile, coisa que “se vê refletida nas políticas públicas e nos projetos de lei que estão sendo apresentados no Congresso por parte do Executivo”, como o aborto, o acordo de vida em casal, a lei que permite a mudança de gênero, as leis de direitos sexuais e reprodutivos da mulher, entre outras.

“Na inclusão que faz a ONU à família, subjaze a ideia da chamada ‘família tradicional’: pai, mãe e filhos, unidos em uma relação estável e permanente. É a este conceito de família que se opõem”, assegura a advogada. Adiciona que “se pretende não que se exclua à família das resoluções da ONU, mas que haja uma redefinição do conceito de família que consagre ‘todo tipo de famílias’”.

Jimena Valenzuela explica que estas ideias são promovidas pelo “lobby gay, por grupos ultra feministas e pelos mal chamados progressistas”, que pretendem que “se redefina o que se entende por família, a um conceito neutro e que este se reconheça nas instituições civis, leis, e políticas públicas”.

Adiciona que é necessário promover, incentivar e fortalecer a família porque “esta mentalidade está sendo promovida com muita eficácia por grupos radicais que dirigem grande quantidade de recursos financeiros e humanos e que estenderam sua influência em governos e também nos organismos da ONU”.

A ideia de validar “todo tipo de família”, é uma “suposta abertura e inclusão que só debilita a família e, portanto, todos os estratos sociais. Se tudo for família ao final nada o é. A família tem que ter um conceito nuclear que a defina e identifique”, enfatiza Jimena Valenzuela.

Segundo a diretora de Fazer Família, os promotores destas ideias “também têm um ‘conceito de família’, que é aquela apoiada no ‘casal’ que tem uma relação afetiva sexual. Acaso seu modelo de família não é tão arbitrário quanto o tão criticado ‘tradicional’? Por que vai ser este o modelo de família? Por que não é família qualquer tipo de relação humana? Por exemplo, a que se baseia num matrimônio grupal ou consigo mesmo. Como vemos, se admitirmos que tudo possa ser família ao final nada o é”.

A resolução da ONU a favor da família foi aprovada por 26 votos a favor, 14 contra e seis abstenções. Os países que se opuseram foram o Chile, Áustria, República Tcheca, Estônia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Montenegro, República da Coréia, Romênia, Reino Unido e Estados Unidos.