O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom Joseph Kurtz, assinalou que as consultas realizadas sobre o próximo Sínodo da Família manifestam a necessidade de uma melhor explicação da fé.

“Sabemos da necessidade de um ensino mais efetivo sobre os princípios fundamentais da fé, tais como a indissolubilidade do matrimônio, a importância da diferença sexual para o matrimônio, a lei natural e o chamado aos casados de estarem abertos à vida”.

Durante a Assembleia Geral da Primavera realizada em Nova Orleans, Dom Kurtz apresentou um relatório sobre o próximo Sínodo Extraordinário dos Bispos, no qual assistirão bispos provenientes de todas as partes do mundo, que se realizará entre 5 e 19 de outubro e que tratará dos “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”.

O também Arcebispo de Louiseville assinalou que “como nos sínodos anteriores” pediu aos bispos que consultassem os fiéis sobre o tema. Os bispos dos Estados Unidos “responderam generosamente à solicitação e muitos foram testemunhas do entusiasmo e gratidão dos leigos por terem sido consultados sobre sua opinião com respeito ao tema da família”.

“O cuidado pastoral pelos fiéis que estão separados ou divorciados continua sendo uma grande responsabilidade. Muitas pessoas divorciadas ou recasadas se sentem alienadas da Igreja”.

O Arcebispo assinalou que os fiéis costumam mostrar “um profundo desejo de escutar os ensinamentos da Igreja sobre o matrimônio”, e adicionou que “muitos observam distrações causadas por representações inexatas” deste ensinamento.

Do mesmo modo, as consultas revelaram que as famílias estão sentindo a pressão da “instabilidade econômica, de estar muito ocupados, de viver em uma cultura frequentemente hostil à fé e excessivamente centrada no ganho material”, e que os pais muitas vezes têm dificuldades para transmitir a fé, “porque eles mesmos não foram totalmente evangelizados”.

O Arcebispo assinalou que apesar de muitos católicos “entenderem o que a Igreja ensina” sobre as uniões homossexuais, “existe um grande desejo de aprofundar e entender o por quê”.

As consultas também mostraram que quando o casal está em crise, veem em suas paróquias e em seus sacerdotes “a primeira fonte de ajuda”, e que as famílias que dão testemunho de uma igreja doméstica são uma “grande oportunidade” para a evangelização.

Ao terminar sua apresentação, Dom Kurtz convidou o Arcebispo de Washington e membro do conselho permanente do Sínodo dos Bispos, Cardeal Donald Wuerl, a falar sobre as preparações para o sínodo.

Dom Wuerl explicou que o conselho do sínodo é responsável por revisar cuidadosamente as consultas enviadas pelas conferências episcopais de todo o mundo, das quais desenvolveram um instrumentum laboris, ou documento de trabalho.

Do mesmo modo, o cardeal expressou que “nosso Santo Padre participa das reuniões do conselho. É claro que quer envolver-se no desenvolvimento do instrumentum laboris”.

O Conselho completou o instrumentum laboris em italiano e está trabalhando em sua tradução a outros idiomas para ser distribuído aos bispos de todo o mundo no fim de junho.

O Sínodo será transmitido via streaming e apesar de durar apenas duas semanas, o Cardeal Wuerl assegurou que existirão “mais oportunidades para a interação”.