O Cardeal Manuel Monteiro de Castro, Penitenciário Mor Emérito da Santa Sé, pediu aos sacerdotes que manifestem com coragem a sua fé, que rezem com ardor, que ensinem com íntima convicção, que saibam amar desinteressadamente e que estejam perto de todos, especialmente dos mais necessitados para assim "servir incessantemente o próximo" sem fugir da missão que lhes foi confiada apesar das dificuldades ou sacrifícios que encontrem.

Assim o indicou nesta sexta-feira durante a sua conferência intitulada 'A Igreja no mundo' na qual se centrou em 'O perfil do sacerdote do século XXI', no marco de um ato organizado pelo Centro Acadêmico Romano Fundação (CARF) com motivo de seu XXV aniversário que ocorreu no Auditório Caixa Fórum de Madri.

O Cardeal Monteiro indicou que o CARF, inspirado pelo bispo Álvaro del Portillo, "ajudou nestes 25 anos de atividade à formação de sacerdotes e seminaristas de todo o mundo para servir à Igreja universal". Neste sentido, o cardeal se referiu à próxima beatificação de Álvaro del Portillo, "que levou a palavra de Deus por todo mundo, com uma grande preparação e uma vida que foi um exemplo de fé e alegria".

Referindo-se ao perfil do sacerdote na atualidade, afirmou que os sacerdotes "servem não só aos cristãos, mas também a todos os homens de boa vontade" e acrescentou que "o sacerdócio é também um dom de Deus para a comunidade".

Para ele, "nenhum setor da vida humana deve ser estranho ao sacerdote, cuja missão é levar Jesus Cristo à vida dos homens" assim como estar "atento ao seu povo, acompanha-lo e guia-lo com o magistério, sempre com novas expressões de amor e misericórdia".

O Cardeal Monteiro de Castro acrescentou que "a Igreja deve mostrar o caminho para viver bem, não deve ficar em ideais, porque a fé não é pura teoria é, sobretudo, vida, é a vida ". Neste âmbito, assinalou que "o sacerdote não procede como um delegado da comunidade, mas atua como delegado de Cristo" e que serve "não só aos cristãos, mas também a todos os homens de boa vontade".

Nesta linha, o Cardeal, que atualmente é membro da Congregação para as Causas dos Santos, assegurou que se conseguíssemos "que o mundo vivesse com Cristo", o mundo "seria um paraíso".

Finalmente, referiu-se ao celibato como "dom de Deus", que "não se impõe a ninguém" e explicou que "os cristãos que se sentem chamados ao sacerdócio, depois de anos de preparação, com plena consciência e liberdade, comprometem-se diante de Deus e da Igreja a viver o celibato para dedicar-se completamente a continuar a obra de evangelização, de redenção, de salvação de Jesus, a quem seguem com um coração indiviso".