O secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolín, admitiu a possibilidade de que a Santa Sé inicie um diálogo com o Patriarcado Ortodoxo de Moscou no intuito de ajudar a resolver o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Em declarações publicadas pelo Vatican Information Service, o cardeal Parolin manifestou o “desejo” da Igreja Católica de não poupar esforços ao “nível das relações inter-religiosas” para encontrar soluções pacíficas para a Ucrânia e a península da Crimeia, onde as tropas russas continuam a marcar espaço.

Dom Parolín mostra-se convicto de que, através do diálogo, será possível chegar a uma alternativa na Ucrânia que assegure “o bem do país e das suas populações”.

Só o diálogo entre as partes poderá encontrar “soluções negociadas” – esta a esperança do Secretário de Estado da Santa Sé em declarações à Rádio Vaticano:

“É uma situação preocupante, sim. Creio que todos tenham revelado este aspecto. O desejo é que se possa dialogar; como sempre nós desejamos que se procurem soluções negociadas. Eu creio que na Ucrânia pode-se procurar uma solução em que cada uma das partes possa salvaguardar os seus interesses e o bem do país e das suas populações.”

O Cardeal Parolin comentou ainda a possibilidade de um diálogo entre a Santa Sé e o Patriarcado de Moscou sobre a crise ucraniana:

Card. Parolin: “Eu creio que sim, que também sobre este ponto possamos falar, é o nosso desejo. Se é possível dar um contributo também em nível das relações inter-religiosas a favor da população, nós estamos prontos a fazer e esperamos que se possa fazer.”

A tensão e a incerteza continuam pairando sobre a região balcânica. Nesta quarta-feira, primeiro-ministro interino ucraniano, Arseni Iatseniouk, estará na Casa Branca, para uma audiência com o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. No próximo domingo, 16, está marcado na Crimeia um referendo sobre a reunificação com a Rússia - considerada ilegal por Kiev e por diversos países, como Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha.