O Papa Francisco superou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em impacto de suas mensagens no Twitter, onde é retuiteado quatro vezes mais que o presidente americano, e conseguiu converter-se em líder mundial nas redes sociais, conclui um estudo apresentado esta terça-feira no Mobile World Congress de Barcelona.

"O Papa tem que servir a todos, especialmente, os mais pobres, os mais frágeis, os menores" é o tweet emitido pelo Pontífice argentino que teve mais retweets na rede com 30.608 vezes, sem contar sua mensagem inicial em janeiro de 2013, destaca o trabalho feito por Aleteia, AdEthic e 3rdPlace, e apresentado pelo Arcebispo de Barcelona, Cardeal Lluís Martínez Sistach.

Cada publicação na citada rede social o Papa escreve gera uma média de 6.637 retweets, superando de longe os 2.309 de Obama a cada mensagem sua. Estes números colocam o Pontífice na posição de "líder mundial nas redes sociais", superando figuras como o Dalai Lamba, a presidente argentina Cristina Kirchner, entre outras celebridades, afirma Claudio Zamboni, um dos membros do estudo.

O estudo leva em consideração que o Papa conta com 12 milhões de seguidores -nos 13 meses de conta oficial e somando suas contas em distintos idiomas-, enquanto que Obama supera os 40,9 milhões -em 72 meses de mandato- com uma frequência de publicações de 7,76 tweets diários, em relação aos 0,79 do Francisco.

No período de tempo estudado no relatório, as 49 milhões de menções acumuladas pelo Santo Padre só foram superadas pelo grupo musical One Direction e o cantor Justin Bieber, o que o situa como a terceira figura mais popular de Internet em 2013.

Sob o título “A Internet ama o Papa Francisco”, o estudo relaciona dados obtidos entre março e novembro de 2013 e revela o "grande seguimento do Papa Francisco, o potencial da mensagem social e ética na rede", remarcou Card. Sistach.

Entendendo o fenômeno

O presidente e diretor da plataforma Aleteia, Jesús Colina, destacou que "um dos fatores originais deste Papa é que ele fala dos temas da vida cotidiana das pessoas e, assim, ele abrange todos os âmbitos, abordando questões de sociedade, política e ética, que são as que mais repercussão possuem na rede".

Colina indicou que a resposta do Francisco sobre a homossexualidade, dizendo que ele não era ninguém para julgar a estas pessoas, obteve "um impacto fora do âmbito religioso" com uma grande capacidade de interpelar as pessoas.

Empatia com o público

Colina remarcou que estes fatos destacam que a tecnologia sozinha não basta, mas requer uma mensagem e sublinhou que um dos motivos pelos quais Francisco tem tanto impacto é pelo fato de que não se dedica a retransmitir o que foi dito anteriormente em uma homilia, mas "toca o coração" e simpatiza com as pessoas.

Uma dos desafios que espera o Papa Francisco, será a interatividade, pelo grande número de respostas e mensagens diretas que recebe o Pontífice, que não possui um celular e que se nega que outras pessoas escrevam as mensagens que ele posta pessoalmente nas redes sociais.