Um estudo realizado por médicos da Índia assinala que as mulheres que usam regularmente anticoncepcionais estão correm dez vezes mais o risco de desenvolver câncer de mama comparado às que não fazem uso deste remédio.

Em declarações ao jornal Times of India, o Dr. Umesh Kapil, professor na unidade de nutrição de saúde pública do All India Institute of Medical Sciences, assinalou que a pesquisa revelou que entre mulheres que sofrem de câncer de mama, 11.9% delas fizeram uso prolongado de algum tipo de anticoncepcional.

O estudo, publicado no Indian Journal of Cancer, incluiu 640 mulheres, 320 das quais eram pacientes de câncer de mama. Os investigadores encontraram um risco de câncer de mama de 950 por cento -9.5 vezes mais alto- entre mulheres com uma história de uso repetitivo de anticoncepcionais orais.

O Dr. Kapil disse que o câncer de mama é causado por uma repetida exposição de células do seio a hormônios dos ovários. O estrogênio e a progesterona das pílulas anticoncepcionais pode incrementar este risco mediante desequilíbrios hormonais.

O chefe do Bhim Raspo Ambedkar Institute Rotary Cancer Hospital, o Dr. G. K. Rath, indicou que embora a relação entre o uso de anticoncepcionais e a incidência do câncer de mama é desconhecida, “há suficiente evidencias que mostram que o desequilíbrio hormonal causado por estas (as pílulas anticoncepcionais) aumenta o risco da doença”.

O Dr. Rath assinalou que outros fatores importantes da incidência de câncer de mama incluem a menstruação precoce, o matrimônio e o parto tardios e abortos.

Por sua parte, o Dr. Ajeet Singh Bhadoria, Co-autor do estudo, indicou que estes dados poderiam também ser relevantes sobre o uso da pílula abortiva do dia seguinte, que contém uma dose ainda mais alta destes hormônios.

“É um dever gerar consciência sobre os efeitos secundários de seu uso em longo prazo”, sublinhou.

Alguns anticoncepcionais estão classificados como carcinogênicos (que causam câncer) pela Organização Mundial da Saúde, e seu uso poderia incrementar o risco de câncer de pescoço uterino e também de fígado.

Outros estudos em diferentes centros de pesquisa também indicaram que a pílula anticoncepcional pode aumentar do risco de coágulos sanguíneos mortais e acidente vasculares cerebrais (AVC).