A oposição pacífica denunciou nesta terça-feira que dezenas de dissidentes foram agredidos e detidos pelos policiais, e até pelas "tropas especiais", enquanto o mundo celebrava o Dia dos Direitos Humanos e o presidente cubano, Raúl Castro, assistia ao funeral de Nelson Mandela, conhecido líder que levou a democracia para a África do Sul usando meios pacíficos.

A imprensa internacional informou que 30 mulheres pertencentes ao grupo das Damas de Branco e outros dissidentes cubanos foram presos nesta terça-feira em Havana quando preparavam atos para comemorar e reclamar o respeito aos direitos humanos na ilha. Entretanto, a marcha pacífica foi reprimida pela polícia e perseguida por 200 pessoas vestidas de civil que lhes gritavam insultos e ordens contra a oposição.

O mesmo aconteceu em Santiago de Cuba. Conforme informou no Twitter Yoani Sánchez, o líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), José Daniel Ferrer, denunciou que uns dez ativistas deste grupo opositor foram detidos, assim como 23 Damas de Branco.

Enquanto isso, em Puerto Padre, Las Tunas, dezenas de membros do Movimento Cristão Liberação (MCL) foram agredidos com paus, pedras e gases lacrimogêneos quando se reuniam na casa de Roger Curbelo.

Através de sua conta do Facebook, o MCL denunciou que policiais e "tropas especiais" entraram violentamente na moradia, quebrando a porta e as janelas, deixando vários feridos e prendendo, entre outros, a Alexis Guerrero, Ismael Guerrero, Ezequiel Morales, Roger Curbelo, Ercilia Correoso e Armando Peña, que depois foi abandonado em um aterro longe de sua casa.

Antes de sua prisão, Curbelo criticou em um áudio difundido pelo MCL a atitude do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de cumprimentar Raúl Castro durante o funeral de Mandela, enquanto o povo de Cuba está abandonado, "sem direitos, sem liberdade de opinião e de expressão".