O Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, pediu que a paz na Síria seja o que prevaleça sobre qualquer interesse ou ressentimento, em momentos em que a comunidade internacional debate um possível ataque contra o regime de Bashar al Assad por ter usado supostamente armas químicas contra civis.

"A superior instância da paz e da vida deve prevalecer sobre qualquer outro interesse ou ressentimento de parte", pediu o Cardeal em uma entrevista publicada pelo jornal L`Osservatore Romano. "Sobre qualquer outra razão, para a comunidade internacional devem ser prioritários a reconciliação, a justiça e o respeito solidário dos direitos pessoais e sociais, inclusive religiosos, de todos e indistintamente os elementos da população do Oriente Médio", acrescentou.

O Cardeal Sandri disse que "neste momento de temor se intensifica a oração pela situação na Síria", que se agrava pelo contexto sensível do Oriente Médio, com feridas abertas no Egito, Iraque e outras regiões''.

A autoridade vaticana afirmou que "a apelação ardente do Papa Francisco no Ângelus do domingo 25 de agosto levou consolo a toda a população síria", tal como asseguraram ao dicastério "os pastores e fiéis que continuam invocando o dom da paz". Disse que a estas orações se unem "muitos orientais espalhados pelo mundo (...) para que a reconciliação seja mais forte que o clamor das armas", adicionou.

Por outro lado, o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que a equipe de investigadores internacionais que analisa o suposto ataque com armas químicas na Síria investigará até sexta-feira e sairá do país no sábado. "Irão informar-me logo que saiam da Síria", indicou.

A agência de notícias Interfax informou que a Rússia enviará dois navios a esta parte do Mediterrâneo para reforçar sua presença naval. Posteriormente, fontes da Armada russa negaram que esta ação tenha relação com a situação na Síria, e indicaram que se trata de uma rotação planejada de suas naves.

Por sua parte, um porta-voz do ministério de Defesa do Reino Unido informou que se enviaram seis aviões de caça ao Chipre como medida "de precaução" para "proteger os interesses britânicos" ante a "forte tensão na região"; enquanto uma fonte do Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que a Marinha colocou o seu quinto destruidor no leste do Mediterrâneo.