A Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) destacou o importante papel desempenhado pelos leigos católicos desse país para frear o evento de promoção do estilo de vida homossexual "Ciclo Rosa Acadêmico", na Pontifícia Universidade Javeriana.

O Secretário Geral da CEC, Dom José Daniel Falla, assinalou que aos Bispos da Colômbia "alegrou-nos muito a posição dos leigos", que "recolheram mais de 3 mil assinaturas, de uma maneira muito veloz, para entrega-las à Universidade Javeriana".

"Isso foi um dos pontos chave para que fosse cancelado este evento", assegurou.

No Ciclo Rosa Acadêmico, que depois de ser retirado da Javeriana se realizará de 28 a 30 de agosto no Museu de Arte do Banco da República, será apresentado, entre outros, conferências como "Reivindicações LGBTI: Entre o maximalismo penal e a consciência jurídica", "Carne de prisão: Gêneros e sexualidades não normativas sob o castigo penal neoliberal", "O processo equatoriano LGBTI" e "Nem histéricas, nem manhosas, nem renegadas, nem paranoicas: Transgeneristas".

Depois da pressão de milhares de leigos católicos colombianos e a intervenção do Presidente da CEC e Arcebispo de Bogotá, Cardeal Rubén Salazar, e do Núncio Apostólico no país, Dom Ettore Balestrero, a Pontifícia Universidade Javeriana freou a realização do evento pró-gay "Ciclo Rosa Acadêmico".

O evento foi defendido como "investigativo" pelo sacerdote jesuíta Alberto Múnera, diretor do Instituto de Estudos Sociais e Culturais PENSAR da Pontifícia Universidade Javeriana, instituto que organizou o Ciclo Rosa durante 12 anos no centro de estudos católico.

Ontem se juntou à defesa do evento pró-gay o também jesuíta e docente da Pontifícia Universidade Javeriana, Carlos Novoa, sacerdote que promoveu em diversas ocasiões, desde 2011, o aborto na Colômbia. O Padre Novoa assegurou que "interesses bastante escuros" de "carreiristas e fanáticos" da Igreja se ocultam por trás do cancelamento do Ciclo Rosa.

Depois de tentar diversas vezes obter as suas declarações, o reitor da Pontifícia Universidade Javeriana, Padre Joaquín Emilio Sánchez García, assegurou em 14 de agosto ao Grupo ACI que, com o Ciclo Rosa Acadêmico, "a universidade de maneira nenhuma fez algo inconveniente para a fé cristã".

O Padre Sánchez García também manipulou as palavras do Papa Francisco em declarações dadas aos meios de comunicação da Colômbia para justificar o evento pró-gay.

O Secretário da Conferência Episcopal da Colômbia desbaratou os argumentos dos três sacerdotes jesuítas, assegurando que o Ciclo Rosa "não era nada propriamente acadêmico, como queriam apresenta-lo, mas era uma promoção do movimento gay, homossexual".

O evento, além da projeção de filmes lésbicos e gays, contém "uma série de palestras", indicou o Prelado, "lideradas fundamentalmente por pessoas pertencentes ao movimento LGTBI (lésbicas, gay, transexuais, bissexuais e intersexuais), e que pelo mesmo carece de toda objetividade".

"Tipo de eventos como estes não devem ser realizados em uma universidade Pontifícia, que tem muito claro quais são os princípios e valores que quer transmitir à sociedade", disse.

Dom José Daniel Falla expressou o apoio dos Bispos da Colômbia ao ativo laicato católico no país, pois "já não estamos na época em que simplesmente se escuta o que diz a hierarquia, mas os leigos entenderam seu papel no meio do mundo, entenderam que eles são um pilar fundamental na defesa dos valores e princípios cristãos".

"Isso nos alegra muito, ver como a iniciativa está saindo deles", assinalou.

O Prelado colombiano disse que "tomara que fique claro" que o cancelamento do evento não é um ataque contra as pessoas homossexuais.

"Não temos nada contra os homossexuais, nada contra as lésbicas. São seres humanos que têm uma realidade que estão vivendo", disse, os "aceitamos dentro da Igreja, os valorizamos, tratamos de apoiá-los em seus sofrimentos, que sabemos que têm, e em suas lutas internas".

"Outra coisa muito diferente", advertiu Dom Falla, "é começar a promover e a querer instaurar em meio da sociedade outros princípios e outros valores que não estão de acordo com o que acreditamos, que é o que nós vivemos, para ter uma sociedade sólida, estável, matrimônios coerentes, formação e educação de crianças".

"Por isso nos opomos a que se esteja promovendo esse tipo de realidades e que se apresente como mais uma das possibilidades às crianças ou adolescentes", assinalou.

O Secretário Geral da Conferência Episcopal da Colômbia expressou seu desejo de que "sigamos unidos todos, hierarquia e leigos, sentindo-nos uma só Igreja, trabalhando pelo mesmo, a defesa dos valores e princípios cristãos, para que haja uma sociedade sadia".

 

 

 

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