A Santa Sé participa neste ano pela primeira vez na Bienal de Veneza (1º de junho a 24 de novembro 2013) com um pavilhão inspirado no relato bíblico do Gênesis, titulado "No Princípio".

O nome foi eleito pelo Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, que seguindo a linha do seu dicastério quer incentivar o diálogo com a cultura contemporânea.

Os primeiros onze capítulos do Gênesis são a base do pavilhão da Santa Sé, que está sendo coordenado pelo Diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci. A partir de três núcleos temáticos, confiados a três artistas diversos, entra-se no primeiro livro da Bíblia e se descobrem os percursos que começam nele: a Criação, a De-criação e a Re-criação.

Nesta manhã no Escritório de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal Gianfranco Ravasi, o Diretor dos Museus Vaticanos e o Presidente da Bienal, Paolo Baratta, explicaram o evento.

"A arte contemporânea -disse o Cardeal Ravasi- está no centro do interesse do Pontifício Conselho para a Cultura porque constitui uma das expressões mais significativas da cultura destas décadas. O Gênesis, tema do pavilhão da Santa Sé é fundamental para a cultura e para a tradição da Igreja e é fonte de inspiração de muitas obras que marcaram a história da arte".

"Em particular, os onze primeiros capítulos falam do mistério das origens, da entrada do mal na história e também da esperança e dos projetos dos seres humanos depois da devastação representada simbolicamente pelo dilúvio".

"A Criação se centra na primeira parte, quando o ato criador toma forma, através da Palavra, no sopro do Espírito, gerando a dimensão do tempo e do espaço e de toda forma de vida, até o ser humano. A De-criação aborda a decisão do ser humano de contrapor-se ao projeto original de Deus através de formas de destruição ética e material, como o pecado original ou o primeiro homicídio que nos levam a refletir sobre a desumanização do homem. A violência e a ausência de harmonia que surgem como consequências dão um novo início à história humana, que se abre com o momento de castigo-purificação do Dilúvio".

Por último, explicou o Cardeal, "a etapa da viagem, da busca e da esperança, representada na Bíblia pelas figuras de Noé e sua família e mais tarde de Abraão e sua descendência leva a esboçar uma humanidade nova e uma criação renovada em que uma mudança profunda restitui sentido e vitalidade ao ser e ao existir".

A primeira parte estará sob a responsabilidade do Studio Azzurro, a segunda sob a responsabilidade do fotógrafo Josef Koudelka; e a terceira foi confiada ao artista Lawrence Carroll.

Paolo Baratta disse que "a presença pela primeira vez da Santa Sé entre os pavilhões da Bienal de Veneza é um fato de grande importância e, portanto, o mundo da arte e da cultura lhe dá as boas-vindas. Pensamos que esta decisão confirma o papel central da Bienal como lugar de encontro e diálogo".