Em resposta à polêmica suscitada pelo gesto do Papa de lavar os pés de duas mulheres na cerimônia realizada em uma prisão de Roma, o porta-voz do Vaticano, elogiou o Papa Francisco afirmando que seu gesto foi um "ato" simples "de amor a todos os internos”, já que a penitenciária também abriga mulheres.

No dia 29 de março em declarações à imprensa, o padre Federico Lombardi afirmou que o este foi um gesto "muito bonito e simples de um pai que desejava abraçar todos aqueles que se encontram à margem da sociedade, aqueles que não são refinados especialistas em regras litúrgicas. "

O Papa Francisco esteve nas manchetes recentemente, após tomar a decisão de celebrar a Santa Missa da Quinta-Feira santa em Casal del Marmo, um centro de correção para jovens em Roma, em vez de realizá-lo na Basílica de São João de Latrão, sede do bispo de Roma.

Durante sua liderança na Arquidiocese de Buenos Aires, o então cardeal Bergoglio ficou conhecido por presidir a liturgia de quinta-feira em uma prisão, um hospital ou um abrigo para os pobres e marginalizados.

Entre os 12 jovens internos cujos pés ele lavou na quinta-feira havia duas mulheres, uma delas de origem sérvio muçulmana.

Após significativa atenção da mídia, assim como reação de alguns dentro da Igreja, o Padre Lombardi disse que "ter excluído as jovens da lavagem ritual de pés na noite a quinta-feira santa nessa prisão romana teria distraído a nossa atenção da essência da Quinta-feira Santa do Evangelho."

"O ritual do lava-pés na quinta à noite ocorreu em uma comunidade particular, pequena, que incluiu mulheres jovens", disse P. Lombardi.

"Quando Jesus lavou os pés dos que estavam com ele na primeira Quinta-Feira Santa, ele desejava deixar uma lição a todos sobre o significado do serviço, usando um gesto que incluía todos os membros daquela comunidade", enfatizou o porta-voz em sua declaração.

"Que o Santo Padre, Francisco, tenha lavado os pés de jovens homens e mulheres em sua primeira Quinta-Feira Santa como Papa, deve atrair nossas mentes e corações ao gesto simples e espontâneo de amor, afeto, perdão e misericórdia do Bispo de Roma, mais que às discussões legalistas, litúrgicas ou canônicas", concluiu.