ROMA, 22 de mar de 2013 às 09:46
O Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel indicou que o Papa Francisco expressou durante o encontro que tiveram nesta quinta-feira, 21 de março, na Biblioteca Vaticana seu desejo de avançar na reparação do dano causado pelas ditaduras.
"O Papa me expressou sua convicção por avançar na verdade, na justiça e na reparação do dano feito pelas ditaduras", assegura em sua conta do Twitter (@PrensaPEsquivel).
Igualmente, assinala que o Papa Francisco demonstrou sua "preocupação por reduzir os índices de pobreza no mundo trabalhando junto aos pobres" e que, conforme indicou, por este motivo optou por levar o nome Francisco como guia para seu papado.
Além disso, afirma que a reunião foi "muito boa" e que nela abordaram a situação geral da Igreja, do mundo, da América Latina e do meio ambiente. Do mesmo modo, conta que falaram de personalidades da Igreja da América Latina como Dom Oscar Romero de El Salvador e Enrique Angelelli, entre outros.
Embora não tenha feito referências ao tema das Malvinas, em um tweet escrito nesta quarta-feira, Pérez Esquivel assegurava: "amanhã me encontrarei com o Papa Francisco e conversaremos sobre a unidade da Pátria Grande, as Malvinas e o meio ambiente".
Além disso, acrescentava que, em sua opinião, "o Papa Francisco poderá ter um papel importante sobre a questão das Ilhas Malvinas" e que "Grã-Bretanha deve adotar uma postura madura".
Por outra parte, conforme informa o jornal Clarín, Esquivel afirmou em que Francisco "não teve nada a ver com a ditadura" militar argentina e "não foi cúmplice".
"O Papa não teve nada a ver com a ditadura, não foi cúmplice da ditadura, não foi dos bispos que estiveram mais na avançada pela defesa dos direitos humanos, mas preferiu uma diplomacia mais silenciosa, de pedir pelos sequestrados e pelos presos", assinalou.
Do mesmo modo, conforme indica o jornal La Nación, o Prêmio Nobel indicou que viu o Papa "bem, buscando interiorizar-se, mas seguro e disposto a cumprir com sua missão apostólica" e que também insistiu em que os direitos humanos são "integrais" e que não temos que limitá-los "aos assassinatos da ditadura, mas também à pobreza, o ambiente e a vida do povo".
Adolfo Pérez Esquivel é a terceira figura da América Latina com a que o Papa Francisco se reúne depois de sua eleição como Papa na quarta-feira passada, 13 de março. Antes de Esquivel se encontraram com ele a presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner e sua homóloga do Brasil, Dilma Rousseff.