Um grupo de católicos denunciou que o Ministério de Cultura do Equador patrocina uma publicação titulada “El Diablo”, cuja terceira edição apresentou na capa a uma mulher imitando Cristo crucificado, com o peito nu e uma saia escolar, com as mãos e pés pregados em um aparelho reprodutor feminino para promover o aborto.

“El Diablo” é uma revista criada pelo grupo Diabluma, que se define como uma “organização político cultural de esquerda radical”. Já em março de 2012, o jornal equatoriano El Universo assegurava que “o Governo e Diabluma têm estreita relação”.

Segundo El Universo, os ministérios de Cultura, de Inclusão Econômica e Social (MIES) e o de Justiça do Equador “auspiciam o Quitu Raymi e outros eventos musicais” que o grupo de esquerda radical e anticatólico realiza. Quitu Raymi é um festival de música que promove a despenalização do aborto, do consumo de drogas e que em sua página oficial tem como um dos patrocinadores, além dos órgãos do governo citados acima, a ONU Sida, um braço das Nações Unidas que promove o uso de preservativos como um “elemento crítico” para a prevenção da AIDS.

Para o Observatório Católico do Equador, que organizou uma coleta de assinaturas, “El Diablo” é “uma publicação que promove o aborto e que utiliza imagens sagradas do cristianismo de maneira totalmente ofensiva”.

O grupo de cidadãos equatorianos criticou o auspício do ministério de Cultura à publicação “com nosso dinheiro”.

Também denunciaram que o ministério de Cultura decidiu manter o auspício a “El Diablo” argumentando “que deve promover e respeitar a livre circulação das ideias e expressões”.

Em um comunicado de dezembro de 2012 este ministério disse que “em consonância com o caráter laico e democrático do Estado equatoriano, o Ministério de Cultura de maneira nenhuma exerce censura sobre os conteúdos das expressões artísticas e/ou os produtos comunicacionais gerados no marco dos projetos auspiciados”.

Para esta entidade do governo equatoriano, seu papel é “promover e respeitar a livre circulação das ideias e expressões culturais como parte constitutiva da liberdade de expressão das pessoas”.

Argumentando que “de maneira nenhuma as publicações geradas no marco de projetos auspiciados pelo Ministério de Cultura expressam sua posição, nem a do Estado Equatoriano, a respeito de temas que já se encontram normatizados pela legislação de nosso país”, asseguraram que é competência do Estado “abrir e fortalecer espaços de diálogo, debate e reflexão”.

Entretanto, o Observatório Católico questionou se a publicação de “El Diablo” qualifica como cultura.

“No Equador estão tirando as imagens religiosas dos hospitais, tentam introduzir o aborto, a ideologia de gênero; se não despertamos agora, depois será muito tarde”, advertiram.

Por isso, os membros da entidade católica convidaram os equatorianos a assinarem a carta dirigida ao ministério de Cultura, exigindo que “retirem o auspício à publicação abortista ‘El Diablo’, censurem as imagens religiosas e tirem a publicação de circulação”.