Sherry Rehman, embaixatriz do Paquistão nos Estados Unidos e defensora da cristã Asia Bibi, será julgada por crime de blasfêmia pela Corte Suprema que reabriu seu caso, previamente fechado por um tribunal do Lahore.

Rehman, que então era parlamentar muçulmana, tinha sido denunciada em fevereiro de 2011 por Faheem Akhtar Gull, um comerciante de Multan, por supostamente blasfemar durante um programa da Dunya TV.

Conforme informou a agência vaticana Fides, nesse debate Rehman defendeu Bibi e explicou sua proposta para que o Parlamento revisasse a lei de blasfêmia a fim de evitar abusos. Entretanto, depois do assassinato de Salman Taseer e Shahbaz Bhatti, a parlamentar que também ameaçada de morte, retirou a moção. A polícia retirou as acusações e um tribunal de Lahore rechaçou a denúncia de Akhtar Gull.

Entretanto, o recurso de cassação foi admitido recentemente pelo Tribunal Supremo e o caso foi reaberto.

Fontes da agência Fides advertiram que os extremistas querem definir o significado de "blasfemo" para assim poder processar qualquer um que se oponha ou questione a lei sobre a blasfêmia.

Antes de assumir seu cargo diplomático, Rehman foi Presidente do "Jinnah Institute" de Karachi, centro de investigação formado por intelectuais muçulmanos considerados liberais que no ano passado publicou um relatório no qual adverte que Asia Bibi tinha sido julgada por um tribunal "sob a evidente pressão dos extremistas islâmicos", e "por uma vingança pessoal".

O documento também denuncia irregularidades no processo que levou a cristã à prisão, como a falta de um advogado de defesa durante a investigação e nos interrogatórios prévios ao julgamento, o que poderia tornar a sentença inválida.