Os Bispos católicos da Índia expressaram seu enérgico rechaço aos recentes casos de violação sexual no país, incluindo o de uma menina de 7 anos no estado de Goa, que indignou os habitantes e a comunidade internacional. Os prelados precisaram que a dignidade de toda pessoa é sagrada e por isso deve ser defendida sempre.

O pronunciamento chega logo depois de que no dia 16 de dezembro um grupo de seis homens estuprou e golpeou até deixar inconsciente uma jovem em Nova Delhi, e dias atrás uma mulher de 29 anos no estado de Punjab atacada pela mesma quantidade de indivíduos.

Em declarações à agência vaticana Fides, o porta-voz da Conferência Episcopal da Índia, o Padre Dominic D’Abreo, afirmou que “depois de outro caso de violação em Punjab, estamos muito entristecidos. Todos somos filhos de Deus, e este tipo de episódios não deveriam ocorrer porque toda pessoa é digna de respeito”.

“Todo o país, as instituições, as comunidades religiosas, os corpos intermédios estão trabalhando e devem continuar seus esforços para garantir os direitos e a dignidade de toda pessoa. O fenômeno dos estupros deve ser monitorado, e o país está percebendo e realizando esforços neste sentido”.

O sacerdote ressaltou que neste campo a Igreja está fazendo o que lhe corresponde: “sempre defendemos e defenderemos a dignidade da mulher, o respeito e o caráter sagrado da vida humana”.

“O desafio de hoje é o da educação, que deve ser dada às crianças e os jovens, concentrando-se no respeito à vida de todo ser humano. Neste âmbito, a fé cristã situa o respeito à vida no vértice dos valores humanos. Sempre estaremos do lado dos que estão privados de sua dignidade, dos marginados ou dos maltratados na sociedade”.

O porta-voz dos bispos disse que “a Igreja na Índia fala a favor dos oprimidos e anima todos a redobrarem os esforços para combater o fenômeno do estupro e construir uma sociedade melhor”.

Neste sentido, explicou o sacerdote, a jornada pela igualdade entre homens e mulheres “que se realiza em 27 de janeiro em Mumbai, será um sinal para todo o país. Será um momento muito importante para oferecer uma luz à nação e animar a que todos a sigam”.

No debate sobre uma nova lei que punao estupro, conclui o Padre D'Abreo, “não pedimos a pena de morte, porque acreditamos que a vida é sempre sagrada. Em seu lugar, pedimos que qualquer pessoa que cometa um delito tão atroz como a violação seja severamente punido, para mostrar assim a toda a sociedade, a gravidade do delito, e que entrem vigor uma série de políticas sérias de prevenção”.