Polícia do Afeganistão prendeu no último 29 de novembro dois homens acusados de decapitar uma menina de quatorze anos de idade na província do Kunduz (norte) depois de que o padre desta rechaçasse uma proposta de matrimônio formulada por um dos detidos.

"Nossas investigações mostram que os que a mataram eram pessoas que queriam casar-se com ela. Estavam assediando a família e pedindo a sua mão. Quando a família se negou, eles a mataram", acrescentaram fontes da polícia em declarações concedidas à cadeia britânica BBC.

O pai da menina assassinada disse que se negou a dá-la em matrimônio por "ser muito jovem para ficar noiva", informa a agência afegã de notícias Pajhwok.

Fontes oficiais afegãs indicaram que os dois suspeitos são familiares próximos da garota assassinada.

Após o fato, o fiscal anexo do Afeganistão, Rahmatulá Nazari, assinalou que toda pessoa que for declarada culpada de assassinar mulheres ou meninas será executada. Nazari afirmou que, já que o número de casos de violência contra mulheres aumenta, as medidas contra os culpados também serão mais duras.

"Sé um Kabul há 1.320 casos de violência contra mulheres sendo investigados. Alguns deles foram enviados ao Tribunal Supremo", adicionou.

"Os assassinatos e as decapitações são casos nos quais a lei contempla a execução dos responsáveis", disse ainda o fiscal.

O presidente do país, Hamid Karzai, também se referiu a estes casos durante a jornada da quinta-feira e recalcou que "tanto o Islã como a cultura afegã são muito respeitosos com a mulher".

"As mulheres são mães e desfrutam de total respeito no Islã", assinalou, por isso pediu aos Imãs e aos líderes comunitários que peçam por este respeito em seus discursos.