O diretor do Escritório para a América Latina do Population Research Institute (PRI), Carlos Polo, assinalou que o aborto, promovido por grupos contrários à vida como as Católicas pelo Direito a Decidir, é "a pior violência contra a mulher".

Em declarações dadas ao grupo ACI em 26 de novembro, Polo remarcou que "é uma contradição que sejam os grupos feministas, que dizem defender os direitos das mulheres, os que promovam a legalidade deste crime que deixa sequelas graves na mulher para a vida toda".

Em ocasião do dia da não violência contra a mulher celebrado em 25 de novembro, Carlos Polo denunciou que as feministas no Peru "como Manuela Ramos, PROMSEX ou Demus vêm impulsionando o protocolo de aborto terapêutico, uma desculpa para a legalização do aborto".

Recentemente o grupo ACI revelou que a ONG Católicas pelo Direito a Decidir, rejeitada publicamente por distintos representantes da Igreja Católica, gastou nos últimos 10 anos mais de 13 milhões de dólares buscando a legalização do aborto na América Latina.

Os grupos abortistas, indicou Carlos Polo, "escolhem casos emblemáticos para pressionar politicamente ao Estado, para que este brinde serviços de abortos em todo o país, sem mencionar que esses casos muitas vezes são inventados ou severamente manipulados".

"Se fosse de verdade um problema de saúde pública, mostrariam mais casos à opinião pública", indicou, acrescentando que os casos apresentados pelas organizações promotoras do aborto são tão antigos que "alguns já tem mais de uma década".

Polo lamentou que, apesar de que asseguram defender os direitos das mulheres, "nenhum destes grupos oferece alternativas mais humanas de ajuda à mulher nem lhe explicam as sequelas do que hoje conhecemos como a síndrome pós-aborto".

A síndrome pós-aborto é uma enfermidade psiquiátrica grave que sofrem as mulheres que se submeteram a um aborto, e que envolve angústia, desespero, culpa, que se manifestam em pesadelos, insônia, alcoolismo, agressividade ou depressão, psicose, e pode chegar ao suicídio.

O diretor do PRI recordou que um dos casos emblemáticos das ONGs que promovem o aborto no Peru é o conhecido como "Caso KL".

"Este é um dos casos mais antigos. Foi uma gravidez com anencefalia sobre a qual se pediu um ‘aborto terapêutico’", assinalou Polo, o qual foi negado "entre outras coisas porque esta figura está tipificada no Código Penal como delito de aborto eugênico e é ilegal".

"O Estado já respondeu ao Comitê de Direitos Humanos explicando os alcances da lei peruana e que segundo estas, não se pode realizar nenhum aborto".

Carlos Polo indicou que "em termos humanos, KL expressou que preferiu que triturassem seu filho no seu ventre em lugar de vê-lo nascer. O sentido comum indica que como toda mãe deveria lutar pela vida de seu filho, ou pelo menos respeitá-la, e que finalmente morrerá de forma natural".

Com respeito a tentativa de conseguir a despenalização do aborto como uma reivindicação de um direito da mulher, o diretor do organismo internacional sublinhou que o Código Penal não é uma fonte de direitos.

"O código penal assinala as ações não queridas por uma sociedade. Algumas carecem de pena e outras não", indicou.

Carlos Polo sublinhou que o fato de um delito, neste caso o aborto, careça de pena "não o converte em um direito, como sustentam as feministas".

Polo explicou que outros casos, como o roubo em pequenas proporções ou o roubo entre irmãos não é punido de nenhuma forma, mas isso "não significa que exista um direito a regulamentar ou protocolizar esses tipos de roubo".