A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que o terceiro volume do livro do Papa Bento XVI sobre Jesus de Nazaré, que leva por título "A Infância de Jesus" será apresentado no Vaticano na próxima terça-feira, 20 de novembro.

O volume, que estará nas livrarias de Portugal e outros países europeus a partir da quarta-feira 21, será apresentado na Sala Pio X às 11:00 a.m. (hora de Roma).

Na apresentação haverá intervenções do Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, da professora Maria Clara Bingemer, professora de Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o reverendo Giuseppe Costa S.D.B., diretor da Livraria Editorial Vaticano e o Padre Federico Lombardi S.I., diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé.

A editorial Rizzoli, encarregada de distribuir o livro, publicou em outubro deste ano o prefácio e dois fragmentos da obra, nos quais o Papa assinala que "finalmente, posso pôr nas mãos dos leitores o pequeno livro prometido há tempos sobre a infância de Jesus".

"Não se trata de um terceiro volume, mas de uma espécie de pequena sala de espera para os dois anteriores sobre a figura e a mensagem de Jesus de Nazaré. Aqui, procurei interpretar um diálogo com revelações do passado e do presente, quer dizer, o que Mateus e Lucas contam no início de seus Evangelhos sobre a infância de Jesus", acrescenta.

"Segundo minha convicção, uma interpretação precisa, requer dois passos. Por um lado, é preciso perguntar-se o que queriam dizer com seu texto os respectivos autores no seu momento histórico, e ver o componente histórico das revelações. Porque não basta deixar o texto no passado, arquivando-o entre as coisas que anteriormente aconteceram".

O Papa afirma que "a segunda pergunta exegética deve ser: É verdade o que dizem?, tem relação comigo? e, se tiver relação comigo, de que maneira o faz? Diante de um texto como aquele bíblico, no qual o último e mais profundo autor, segundo nossa fé, é Deus mesmo, a pergunta sobre a relação do passado com o presente faz inevitável parte da nossa interpretação. Com isso, a seriedade da investigação histórica não diminui, mas aumenta".

"Encarreguei-me que entrar neste sentido com os textos. Com tudo isso, sou muito consciente que este diálogo no cruzamento entre passado, presente e futuro, não poderá jmais cumprir-se e que cada interpretação fica atrás em relação à grandeza do texto bíblico. Espero que este pequeno livro, apesar de seus limites, possa ajudar muitas pessoas em seu caminho para Jesus".

A editorial Rizzoli adiantou também dois fragmentos tirados da página 36 e 38 da obra, nas que o Santo Padre recorda que "Jesus nasceu em uma época determinada com precisão. Ao início da atividade pública de Jesus, Lucas oferece uma vez mais uma data detalhada e cuidada daquele momento: é o 15º ano do império de Tiberio Cessar; e além disso são mencionados o governador romano daquele ano e os tetrarcas da Galilea, da Iturea, da Traconítide, de Abilene, e os chefes sacerdotais".

Jesus "pertence a um tempo exatamente datado e em um ambiente geográfico exatamente indicado: o universal e o concreto se tocavam um no outro. Nele, o Logos, a Razão criadora de todas as coisas entrou no mundo. O Logos eterno se fez homem, e disto forma parte do contexto de lugar e de tempo".

"A fé está ligada a esta realidade concreta, embora depois, em virtude da ressurreição, o espaço temporário e geográfico tenham sido superados, e o ‘preceder na Galilea’ de parte do Senhor, introduz na vastidão aberta à humanidade".

Os livros anteriores da trilogia sobre Jesus escritos pelo Papa são: "Jesus de Nazaré" (Rizzoli 2007) e "Jesus de Nazaré: Da entrada em Jerusalém até a ressurreição" (LEV 2011).