O Arcebispo de Los Angeles (Estados Unidos), Dom José Gómez, chamou os americanos a unir-se à campanha Fortnight for Freedom (Duas Semanas pela Liberdade), para proteger o direito à liberdade religiosa que vem sendo ameaçado pelas políticas da Administração de Barack Obama.

"A liberdade religiosa uma liberdade preciosa. Tristemente, também é uma liberdade rara. Três de cada quatro pessoas no mundo vivem em um país onde o governo não protege seu direito para prestar culto e servir o Deus no qual acreditam", assinalou o Prelado em sua última coluna enviada na sexta-feira 22, ao grupo ACI.

Dom Gómez recordou que os cristãos são os fiéis mais perseguidos no mundo, pois em alguns países chegam a “arriscar a sua vida cada vez que vão a Missa".

"Este contexto global põe nosso atual conflito com o governo dos Estados Unidos em perspectiva. Mas é importante recordar: precisamente pelo fato que os fiéis aqui não seja punidos com violência e sejam livres de ir à igreja, não significa que a liberdade religiosa não esteja em perigo", advertiu.

Por isso, disse que a campanha Fortnight for Freedom  que teve início nesta quinta-feira , 21, é "um período de oração, sacrifício e testemunho público pela causa da liberdade religiosa. Eu me uno aos meus irmãos na Conferência de Bispos Católicos dos E.U.A no chamado a esta ‘Quinzena pela liberdade’, que terminará no dia 4 de julho, festa da independência do nosso país".

O Arcebispo de Los Angeles recordou que para os fundadores dos Estados Unidos a liberdade religiosa significou não só a liberdade de culto, mas também a "liberdade para estabelecer instituições que nos ajudem a viver nossa fé" e expressar seus valores em debates políticos, procurando persuadir outros "a compartilharem nossas convicções".

Entretanto, advertiu que em anos recentes isto foi se deteriorando "sob constante pressão de elementos anti-cristãos e secularizados na sociedade norte-americana".

"O governo, em todos os níveis, está incrementando a pressão sobre agências da Igreja para contrariar sua crença. A fé e os valores cristãos estão mais e mais representados –nos meios de comunicação, nas cortes, ainda em comentários de altos oficiais do governo- como uma forma de preconceito", indicou.

Inclusive, assinalou o arcebispo, "algumas vezes parece que o cristianismo está chegando a ser o único estilo de vida que não pode ser tolerado tendo um papel em nossa vida pública".

Entretanto, Dom Gómez esclareceu que esta luta não se reduz ao acesso ao aborto e ao controle da natalidade, "porque, infelizmente, ambos estão amplamente disponíveis e acessíveis a qualquer um que queira obtê-los neste país, freqüentemente subsidiados por governos estatais e federal".

"Precisamos ver isto claramente: Nosso presente conflito parte de uma luta cultural mais longa para voltar a definir a América do Norte puramente como uma sociedade secular -- na qual não há uma função pública para as instituições religiosas, exceto se elas servirem os propósitos do governo".

O bispo assinalou ainda que "esta luta já leva um longo tempo. A novidade é que nosso governo -- que tem o dever de proteger a liberdade religiosa -- agora toma partido contra a liberdade da Igreja".

Para isso usa "todo o peso de seus poderes para tratar de ditar os termos sob os quais a Igreja e os crentes católicos podem participar da nossa sociedade".

"Possivelmente pela primeira vez na nossa história, nosso governo está atuando como se os direitos humanos não viessem da mão de Deus, mas como se fossem ‘benefícios’ que o governo pode dar, definir e tirar".

Há gente bem-intencionada "que me pergunta: por que isto é tão importante? por que a Igreja não pode somente comprometer-se e proporcionar planos de saúde que incluem controle da natalidade para nossos empregados? Eles me dizem que se obteria um bem maior se a Igreja pudesse continuar servindo aos pobres em seus hospitais, escolas e caridades".

Entretanto, recordou que os católicos servem os pobres por amor a Cristo e não para agradar um governo. O amor ao Senhor, indicou, "obriga-nos a dar testemunho de que a vida, o matrimônio e a família são sagrados e que é imoral prevenir o nascimento de crianças".

Nesse sentido, advertiu que o "compromisso" que oferece o Governo Obama "nos impede de amar Cristo e de sermos cristãos".

Diante disto, o prelado disse que se fará o que "a Igreja e os cristãos têm feito sempre".

"Nós amamos nossos inimigos e oramos pelos que nos perseguem. Vivemos nossa fé com a liberdade dos filhos de Deus, com um amor que cura e inspira outros. Falamos ao mundo da Boa Nova de que Deus está vivo e de que Ele chama a um grande destino de amor. Nós trabalhamos para criar uma sociedade de mútuo compartilhar, de reconciliação e amor, arraigados na santidade da pessoa humana e da família. De modo que oremos esta semana uns por outros e pelo nosso país", expressou.