O VI Congresso Mundial de Famílias, realizado entre os dias 25 e 27 de maio em Madri (Espanha), culminou com a proclamação da Declaração de Madri, em que os mais de três mil participantes defenderam o valor da família ante os ataques da sociedade atual.

"Afirmamos que as soluções duradouras aos problemas humanos, incluindo a atual crise econômica, provêm das famílias e das pequenas comunidades. Não podem ser impostos por um decreto burocrático ou judicial. Tampouco podem ser exigidos por uma força exterior", assinala a declaração, na última de suas 17 resoluções.

Em comunicação com o Grupo ACI no dia 29 de maio, Ignacio Arsuaga, presidente da plataforma espanhola pró-vida e pró-família HazteOír, assinalou que "o encerramento do Congresso foi um dos eventos mais emotivos".

Depois da premiação realizada pelo Howard Center for Family, Religion and Society a alguns dos responsáveis pela organização do VI Congresso Mundial de Famílias, Arsuaga convocou ao palco a todos os voluntários que ajudaram na realização do evento, eles "receberam uma grande ovação de aplausos do público".

O presidente do HazteOír recordou que durante a cerimônia final, Fernando Benzo Sáiz, subsecretário do Ministério de Educação da Espanha, foi interrompido pelos aplausos " em até três ocasiões, quando denunciou os ataques dos inimigos da família e da ditadura do relativismo, que supõe uma ameaça para as liberdades e os direitos fundamentais".

Os membros do comitê internacional do Congresso Mundial de Famílias reconheceram publicamente que a edição deste ano, em Madri, foi uma das melhores realizadas, desde sua criação em 1997.

Na Declaração de Madri, que foi lida por Allan Carlson, presidente do Howard Center, e por Ignacio Arsuaga, também foi afirmado que "a família natural, não o indivíduo, é a unidade fundamental da sociedade".

"A família natural é o sistema familiar ideal e verdadeiro. Embora reconheçamos diversas outras situações, os outros ‘tipos de família’ padecem de alguma carência ou são meras invenções do Estado", indicaram.

A Declaração de Madri também remarcou "a santidade da vida humana desde a concepção até a morte natural. Cada pessoa recém concebida tem direito a viver, a crescer, a nascer e a compartilhar um lar com seus pais naturais unidos pelo matrimônio".

"O aborto, a eutanásia e todas as formas de manipulação dos seres humanos em estado embrionário ou fetal, portanto, são ataques contra a vida humana".

O Congresso Mundial de Famílias criticou o controle populacional, pois "o mundo é abundante em recursos. A debilitação da família natural e o fracasso moral e político, e não a ‘superpopulação’ humana, causaram a pobreza, a fome e a degradação do meio ambiente".

"O verdadeiro perigo demográfico que confronta a terra neste novo século é a crise de natalidade e o envelhecimento da população. Nossas sociedades necessitam mais pessoas, não menos delas".

Depois de destacar o direito dos pais a educar seus filhos, sem interferência do Estado, a Declaração de Madri afirma que todos os seres humanos têm direito à liberdade religiosa, que deve ser respeitada pela comunidade política.

O Congresso Mundial de Famílias foi realizado pouco antes do 7º Encontro Mundial das Famílias que se realizará do dia 30 de maio ao 3 de junho na cidade italiana de Milão, evento que será presidido pelo Papa Bento XVI e que leva por tema “A Família: o trabalho e a festa”.