A homilia do Papa Bento XVI na Missa com a qual concluiu ontem sua visita pastoral a Cuba, gerou "uma revolução" de esperança entre os católicos, conforme afirmam alguns fiéis que participaram dela.

Nadia Martínez de Pimentel contou à agência do grupo ACI em inglês, a Catholic News Agency (CNA), que a celebração foi uma “experiência surpreendente”. Originalmente da República Dominicana, ela disse que ficou profundamente tocada ao ver a “resistência do povo cubano” e sua fé, apesar dos inúmeros desafios. “Eu acho que ser parte disso é uma experiência que nos torna humildes”, partilhou.

Fontes oficiais acreditam que de mais de meio milhão de pessoas compareceram à Missa na Praça da Revolução em Havana, Cuba no dia 28, que foi um dos últimos eventos do Papa em sua visita ao país.

Durante sua homilia, Papa Bento parabenizou os passos que estão sendo dados em Cuba “para possibilitar a Igreja a continuar com a missão essencial de expressar sua fé abertamente e publicamente”.

Ele recomendou à nação “seguir em frente” e encorajou o governo a “fortalecer o que já foi alcançado”.

O Papa disse ao povo de Cuba que a “trajetória para uma verdadeira transformação social” requer a formação de “homens e mulheres virtuosos” que possam ajudar a “criar uma nação livre e admirável”.
“Cuba e o mundo precisam de mudança, mas isso só vai acontecer se cada um estiver disposto a buscar a verdade e escolher o caminho do amor, semeando reconciliação e fraternidade”, explicou o Pontífice.
A mensagem de Bento XVI causou efeito não apenas nos cubanos, mas também em membros de outras nações Latino Americanas.

Peregrinos de países como Porto Rico, México e República Dominicana foram até Cuba para participar nos eventos papais que ocorreram de 26 a 28 de março.

Diana, de 20 anos, disse que partiu do México para Havana porque ela “queria ouvir a mensagem de fé” que o sumo pontífice estava levando a Cuba.

Apesar do Papa ter feito anteriormente uma visita ao seu país de origem, ela o seguiu até Cuba a fim de se aprofundar ainda mais nas palavras para a América Latina.
Diana se referiu ao evento como “maravilhoso”, pois ela pôde ver e ouvir o “representante de Deus na terra”.

“Você passa a conhecer outro país por meio dessa experiência”, ela observou, adicionando que acredita que sua participação nos eventos vão colocá-la mais próxima de Cristo”.

Para o peregrino Ramon Tallaj, a mensagem do Papa “é clara”.
Tallaj, um latino que mora nos Estados Unidos, explicou que “o Santo Padre veio falar sobre esperança para o povo”.

Mesmo nas circunstâncias mais opressoras, as pessoas precisam manter a esperança de poder voltar-se para sua fé, ele disse, porque ultimamente “isso é o que importa”.

Tallaj acredita que exceto pela política, fé e religião são “importantes para o ser humano”. Apesar da religião poder ser uma força para a mudança social, ele completa, todo movimento deve começar com uma profunda renovação de fé.