O Mestre de cerimônias Litúrgicas do Papa, Dom Guido Marini, explicou algumas das novidades para o rito do Consistório que será celebrado este sábado 18 de fevereiro, no qual serão criados 22 novos cardeais para a Igreja.

Em entrevista com Rádio Vaticano em 16 de fevereiro, Dom Marini disse que na liturgia da Palavra já não se lê o salmo responsorial mas só o Evangelho.

Outra das mudanças, talvez a mais significativo, refere-se à entrega do anel cardinalício, que antes se fazia na Missa que se celebrava no dia seguinte ao consistório. Agora se realizará no mesmo sábado 18, durante este evento. "Desta maneira todos os gestos se unificaram", disse.

"Além disso foram retomadas duas orações muito antigas que estavam antes no rito do ano 1969, o ano aprovado por Paulo VI depois do Concílio Vaticano II que substituirão as orações usadas até hoje".

O mestre de cerimônias disse que as orações "muito bonitas em seu conteúdo e escritas no ano anterior a 1000 d.C.. São muito significativas pelos seus textos".

Sobre as razões das modificações, Dom Marini disse que "uma melhora. Digamos que depois do Concílio Vaticano II foram revisados todos os ritos papais e reformados à luz de novas orientações que o Concílio tinha dado e por conseguinte se atuou sobre a reforma".

Agora, continuou, "com o passar dos anos, demo-nos conta que se pode contribuir com algumas melhora, ou ajuste, desenvolvendo em harmonia tudo o que se feito nos ritos papais".

Como sala de espera ao consistório do sábado, no qual também serão vistas as causas de canonização de sete beatos, os cardeais designados participarão com o Papa de uma jornada de reflexão no Vaticano.

Os novos cardeais (do Vaticano) são: Dom Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos; o brasileiro Dom João Braz do Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; Dom Manuel Monteiro do Castro, Penitenciário Mor da Santa Sé; Dom Giuseppe Bertello, Presidente da Governadoria do Vaticano; Dom Domenico Calcagno, Presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica.

Formam parte deste grupo também Dom Giuseppe Versaldi, Presidente da Prefeitura de Assuntos Econômicos; Dom Santos Abril e Castello, Arcipreste da Basílica Papal de Santa Maria Maior); Dom Edwin Frederik O'Brien, Grão-Mestre da Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém; Dom Antonio Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para o Migrantes e Itinerantes; e Dom Francesco Coccopalmerio, Presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos.

Outros prelados de diferentes partes do mundo que serão criados cardeais são : Dom Giuseppe Betori, Arcebispo de Florência (Itália), Dom George Alencherry, Arcebispo Mor dos Sírio Malabares (Índia), Dom Thomas Christopher Collins, Arcebispo de Toronto (Canadá); Dom Willem Jocoby Eijk, Arcebispo de Utrecht (Holanda); Dom, John Tong Hon, Bispo de Hong Kong (China); Dom Rainer Maria Woelki, Arcebispo de Berlim (Alemanha); Dom Timothy Michael Dolan, Arcebispo de Nova Iorque (Estados Unidos); e Dom Dominik Duka, Arcebispo de Praga (República Tcheca).

Além destes 18 bispos, o Santo Padre criará quatro novos cardeais maiores de 80 anos, que por esta razão não poderão participar do seguinte conclave.

São eles: Sua Beatitude Lucian Muresan, Arcebispo Mor de Fagaras e Alva Iulia dos romenos (Romênia); Dom Julien Ries, sacerdote da diocese de Namur e professor emérito de história das religiões na Universidade Católica de Leuven (Bélgica); Pe. Prosper Grech, O.S.A., docente emérito de várias universidades romanas e consultor da Congregação para a Doutrina da Fé; e P. Karl Becker, S.J., docente emérito da Pontifícia Universidade Gregoriana e também consultor da mencionada Congregação.