Em um recente comunicado enviado à agência vaticana Fides, Dom Tommaso Caputo, Núncio Apostólico na Líbia e Malta, afirma que a morte de Kadafi não é um motivo de alegria mas uma ocasião de buscar os meios para "garantir a todo o país tempos realmente novos".

Diante da morte de um homem devem sempre prevalecer sobre os sentimentos de piedade cristã, assim como humano. Portanto, não é possível se alegrar por um epílogo, a morte do coronel Kadafi".

"Neste momento mais do que nunca para avançar em todos os lados, deve existir a sincera vontade de garantir a todo o país tempos realmente novos em busca de uma reencontrada harmonia social" - continua Dom Caputo em sua missiva à agência vaticana.

Segundo o prelado, “o objetivo da reconciliação nacional parece ser a principal possibilidade para ligar a exigência de uma justiça social e do respeito pela dignidade de cada pessoa, como condições essenciais para um equilibrado e equitativo desenvolvimento social”.

“Nos últimos quatro anos, visitando o país e em especialmente as nossas religiosas, que trabalham em treze diferentes estruturas estatais de saúde do Governo tanto em Cirenaica quanto na Tripolitânia, passaram a acreditar que o coração de líbios se alimenta do desejo de paz e concórdia. Isto deixa bom presságio para o futuro", concluiu a nota do Núncio Apostólico com data de 21 de outubro.

Por outra parte, uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé afirma que "chegou a hora de esperar que, poupando o povo líbio mais violência devido a um espírito de rivalidade ou vingança, os novos governantes possam tomar logo o trabalho necessário de pacificação e reconstrução, com um espírito de inclusão, na base da justiça e do direito; e que a comunidade internacional se comprometa em ajudar generosamente a reconstrução do país".

Recordando a prática da Santa Sé para estabelecer relações diplomáticas, a nota assinala que considerando que o Conselho Nacional de Transição (CNT) "tenha se estabelecido como um governo em Trípoli, a Santa Sé considera o representante legítimo do povo líbio, conforme a o direito internacional".

Depois de recordar as várias reuniões entre representantes da Santa Sé e do CNT, a nota do Vaticano conclui afirmando que "por ocasião desses diferentes encontros foi sublinhado por ambas as partes a importância das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Líbia”.

A Santa Sé teve a oportunidade de renovar o seu apoio ao povo líbio e seu apoio para a transição e desejou às novas autoridades sucesso na reconstrução do país.

Por sua vez, os líderes da nova Líbia manifestaram apreço pelos apelos humanitários do Santo Padre e pelo compromisso da Igreja na Líbia, especialmente através do serviço em hospitais ou centros de assistência em 13 outras comunidades religiosas (6 em Tripolitânia e 7 em Cirenaica).