Entrando levemente nas controvérsias morais referidas à polêmica mensagem dos sete tomos do romance fantástico de Joanne K. Rowling, o jornal vaticano L’Osservatore Romano apresentou em sua edição de 13 de julho uma avaliação positiva do último dos filmes de Harry Potter que será estreado esta semana a nível mundial.

Gaetano Vallini escreve no LOR que "o final é épico, com uma batalha digna de uma saga de inigualável êxito planetário. O encontro definitivo entre as forças do bem e do mal é verdadeiramente de sangue, em uma atmosfera bastante escura".

"Os apaixonados pela saga já sabem tudo: para eles o tema da produção está em entender quão fiel é este último filme ao livro. Até agora não se lamentaram e acreditam que não terão motivo para fazê-lo agora tampouco".

O autor adverte entretanto que "a atmosfera, que nos últimos episódios era cada vez mais inquietante e tenebrosa, aqui chega ao ponto máximo com uma Hogwarts reduzida a um amontoado de ruínas fumegantes. Isto poderá não agradar a todos, como aconteceu sobre tudo com o filme anterior, criando mal-estar nos espectadores mais pequeninos. A morte, que antes era um acontecimento estranho, quase um acidente no caminho, aqui é protagonista".

"No encontro final se vê muito sangue e morrem muitos: magos mais ou menos grandiosos, professores mais ou menos peritos. E também este aspecto cada vez mais violento reúne os motivos para que não seja agradável ou regulável a todos".

Vallini sustenta entretanto que "na saga o mal jamais é fascinante e tampouco ao final das contas o maligno aparece mais atrativo. Confirma-se em vez disso os valores da amizade e o sacrifício, em um singular e longo romance de formação que –através de etapas também dolorosas diante da morte e da experiência da perda– vê o herói e seus companheiros passar da alegre despreocupação da infância à realidade complexa da idade adulta".

Finalmente Vallini assinala que "assim se fecha então. E para alguns, sobre tudo para quem nunca gostou da saga, será uma espécie de libertação".