A agência canadense Postmedia News informou que a Organização das Nações Unidas (ONU) poderia acolher uma proposta do Governo boliviano para reconhecer "direitos humanos" à "Mãe Terra" ou "Pachamama", ou seja, à natureza.

A insólita proposta se apóia na lei aprovada ao final de 2010 pelo Parlamento boliviano e promulgada em janeiro passado pelo Presidente Evo Morales que -segundo o jornalista Steven Edwards da Postmedia- concede os mesmos direitos das pessoas "aos insetos, árvores e a todas as coisas da natureza no país sul-americano".

Edwards explica que "a proposta boliviana procura que a ONU reconheça a Terra como uma entidade viva que os seres humanos buscaram dominar e explorar, até o ponto que o bem-estar e a existência de muitos seres se vê agora ameaçada”.

O texto ainda pode evoluir, mas a estrutura geral está destinada a refletir a Lei da Bolívia dos Direitos da Mãe Terra, que o presidente boliviano Evo Morales promulgou em janeiro".

A normativa boliviana outorga à Terra os direitos à vida, à água e ao ar limpo, o direito à reparação dos meios de vida afetados pelas atividades humanas, e o direito de estar livres da contaminação.

Também estabelece um Ministério da Mãe Terra e proporciona ao planeta um O do Povo, cujo trabalho é escutar as queixas da natureza como a voz de ativistas e outros grupos, incluindo o estado.

O debate da ONU começará no dia 20 de abril, dois dias antes do chamado Dia Internacional da Mãe Terra, outra iniciativa liderada por Morales.

A iniciativa de Morales tem o apoio, entre outros países, do Equador, da Nicarágua e da Venezuela.