O ministro católico Shahbaz Bhatti, assassinado ontem, 2 de março, por terroristas talibãs, era para os líderes cristãos e católicos o principal defensor dos cristãos no Paquistão, onde até o fim se sua vida lutou por mudar a polêmica Lei de Blasfêmia, usada para perseguir os não-muçulmanos.

Bhatti, que em meados de fevereiro passado foi confirmado no cargo de Ministro para as minorias religiosas era o único cristão no Governo do Paquistão e foi assassinado a tiros enquanto se deslocava em seu automóvel sem escolta rumo ao seu escritório em Islamabad (Paquistão). Um grupo terrorista talibã assumiu a autoria do crime.

A agência vaticana Fides publicou uma série de testemunhos de líderes cristãos e católicos sobre Bhatti chegados à sua redação poucos dias antes do assassinato.

O sacerdote James Channan, dominicano e coordenador regional do fórum "United Religions Initiative" (Iniciativa das Religiões Unidas , URI), enviou uma mensagem à Agência Fides para elogiar o ministro Bhatti e expressar o orgulho da comunidade cristã e as das outras minorias por seu trabalho.

Conforme informa Fides, o sacerdote manifestou a confiança dos cristãos no compromisso de Bhatti de "construir um país mais democrático e tolerante", por sua defesa dos direitos das minorias.

"O governo, nomeando de novo Bhatti, gerou um sentido de esperança na nação, em tempos de confusão e caos. Acredito que é um esforço por promover a justiça social para as minorias religiosas", afirmou por sua parte o Bispo de Multan, Dom Andrew Francis, à agência Fides, também dias antes do assassinato.

Para o líder laico católico Cecil Chaudhry, Bhatti era uma "esperança de bons resultados para o futuro" e sua confirmação no Governo havia sido um "sinal importante para o futuro e um passo positivo por parte do governo".

Do mesmo modo, membros da comunidade sikh, hindus e bahai, apoiaram publicamente os esforços de Bhatti, seu compromisso com a proteção dos direitos das minorias, a promoção da harmonia inter-religiosa, e sua oposição à Lei de Blasfêmia.