A presidenta da federação de plataformas Espanha Educa em Liberdade, Marisa Pérez Toribio, criticou ao principal ideólogo da Partida Socialista Operário Espanhol, Gregorio Peces Barba, por seguir enganando ao país ao dizer que o Estado é o que deve escolher a formação moral dos filhos.

Peces Barba é o principal promotor do projeto Educação para a Cidadania (EpC), a disciplina criada para impor a ideologia de gênero e o laicismo nas escolas espanholas sem considerar a opinião dos pais, que em dezenas de milhares fizeram uma objeção de consciência a esta matéria e levaram o debate ao Tribunal Europeu de Direitos humanos. Pérez Toribio respondeu as declarações que Peces Barba deu à revista Magisnet no dia 21 de janeiro, nas quais o socialista disse que "os pais jamais se preocuparam da educação das crianças (e que) ao seu momento a abandonaram a uns professores ignorantes, e depois a religiosos".

"Se fosse certo que os pais jamais se preocuparam sobre a educação dos filhos, teriam transigido também com a tentativa deste Governo de suplantá-los em seu papel educador", respondeu a líder e mãe de família em sua carta de 24 de janeiro.

Pérez Toribio recordou ao ideólogo socialista que a Constituição ampara o direito dos pais a formarem religiosa e moralmente a seus filhos segundo suas convicções, e não o Estado, que é como afirmou Peces Barba.

A líder disse que uma prova são as centenas de recursos de objeção de consciência contra o EpC reconhecidos pelos tribunais superiores e os milhares que esperam uma resposta. Acrescentou que isto é parte da batalha iniciada anos atrás pelos pais contra o projeto ideológico do Estado.

Peces Barba "há tempos nos acostumou com seu beligerante laicismo, a sua defesa extrema do EpC deste Governo, com o desprezo ao papel educativo dos pais", assinalou Pérez Toribio.

A mãe de família também defendeu o ensino de religião nas escolas. Ela disse que este está amparado pela Constituição e responde ao "acordo entre o Estado e a Santa Sé com categoria de tratado internacional".

"A formação religiosa forma parte da formação integral da pessoa. Privar o homem dessa formação, é negar sua dimensão transcendente", acrescentou.

Finalmente, Pérez Toribio esclareceu ao ideólogo que as escolas públicas não podem ter um ideário porque seu ensino deve ser neutro. Indicou que o caso dos centros privados é distinto porque respondem "à liberdade de ensino e ao direito à liberdade ideológica e religiosa", e são garantia de respeito a estes direitos fundamentais.