O Presidente da plataforma espanhola Foro da Família, Benigno Blanco, rechaçou que a Federação Espanhola de Sociedades de Sexologia (FESS) pretenda censurar o ensino da educação afetivo-sexual segundo os critérios pedagógicos morais dos pais de família nas escolas católicas de Valência que incluem a promoção da continência e a virtude da castidade.

No dia 17 de janeiro passado, a Federação Espanhola de Sociedades de Sexologia (FESS) publicou uma declaração oficial na qual questiona "a política adotada pela Generalitat (órgão de administração local) Valenciana sobre a Educação Sexual, que aparta os profissionais da saúde da Educação Sexual nos colégios particulares".

A FESS critica que muitos colégios católicos valencianos usem o material didático distribuído pelo Instituto Valenciano de Fertilidade, Sexualidade e Relações Familiares (IVAF), acusando-o de ter "fortes componentes religiosos" por ter como pilar de seus conteúdos "a promoção da 'continência' e 'a virtude da castidade'".

A presidenta da FESS, Miriam Larrazábal, reclamou que a educação sexual "se baseie em conhecimentos científicos, não em ideologias, moral ou religião". A sexóloga deplorou que se tente "educar nesta matéria segundo a opinião moral de cada um".

"A Educação Sexual tem que estar por cima de tudo isso e os dados científicos são os únicos nos quais se deve apoiar, já que são contrastáveis, comprováveis e incontrovertíveis", indicou Larrazábal.

A FESS reclama o retorno ao sistema educativo anterior em Valência, que sobressaía a informação científica e evitava a inclusão de conclusões morais assim como a reposição de "profissionais da saúde no controle do currículo da disciplina".

Reação do Foro

"A pretensão da FESS de que o ensino em matéria afetivo-sexual não pode ter uma visão valorativa ou moral da mesma é absolutamente inadmissível. O ensino da sexualidade sem valores é uma pretensão ideológica e acientífica; impor a todos os escolares espanhóis o sexo sem critérios humanos ou morais é pura ideologia alheia à ciência e portanto quem se atreve a censurar outra forma de educar nesta sexualidade desconhecendo o pluralismo e negando a liberdade", explicou Benigno Blanco.

O perito assinalou que "a postura expressa pela FESS é uma nova expressão do radicalismo intolerante que se vai estendendo na Espanha e que se manifesta na nova 'Lei do Aborto' para impor uma única visão da sexualidade: a da ideologia de gênero, violentando as liberdades básicas no sistema educativo isso não é ciência e sim ideologia de matriz totalitária".

Recordou que o Foro da Família desenvolve desde o ano passado a campanha 'A sexualidade importa, sem nenhum gênero de dúvida'; uma campanha de informação por toda a Espanha sobre o ataque à liberdade de pensamento que supõem as previsões dos 11 primeiros artigos da 'Lei do aborto' em matéria de educação sexual.

Em uma nota de imprensa oficial, o Foro sustenta que a campanha pretende despertar a consciência cidadã sobre a restrição à liberdade que supõe esta nova intromissão ideológica do Governo no âmbito da educação.

Para isso, o Foro da Família criou um Observatório sobre a Doutrinação de Gênero (OAG) www.adoctrinamientodegenero.org  que recolhe as inquietudes dos pais de família e organiza os processos ou denúncias judiciais que procedam quando na escola ou por qualquer outro meio a Administração busque impor uma determinada visão da sexualidade marcadamente liberal.