O diretor para a América Latina do Population Research Institute, Carlos Pólo, denunciou que a incorporação de 20 mil "preservativos femininos" doadas pelas Nações Unidas aos programas de "planejamento familiar" no Peru forma parte de um "grande negócio" que move 33 bilhões de dólares em todo o mundo. 

O Ministério de Saúde no Peru anunciou este domingo a doação de 20 mil preservativos femininos do Fundo de População da ONU (UNFPA) como parte de uma campanha na luta contra a AIDS.

Em declarações à agência ACI Prensa em espanhol, Pólo assinalou que em março deste ano ele esteve na 54ª sessão do Comitê para o Status da Mulher em Nova Iorque, mais conhecido como Beijing + 15, e comprovou "como a própria empresa que o fabrica fazia propaganda do preservativo feminino".

"O lobby internacional chegou ao ponto de incluí-lo como outro dos direitos reprodutivos. Nesse momento argumentaram que era uma necessidade no caso de mulheres em risco de estupro e citavam algumas situações extremas na África. Hoje, aqui no Peru, destacam situações diferentes, mas a finalidade é a mesma: vender", acrescentou.

O negócio

Pólo explicou que os 20 mil preservativos femininos "constituem uma mostra grátis" e uma vez incorporados à oferta oficial de métodos de planejamento familiar "o Estado peruano terá que pagar por eles com o dinheiro público. Esta é a mesma história de outros métodos".

Segundo um relatório da UNFPA de 2008, o gasto realizado em programas de controle populacional chegou a 33 bilhões de dólares em todo o mundo, dos quais a cooperação internacional pagou 10 bilhões. Os outros 23 bilhões foram pagos pelos governos de países pobres e pelos próprios consumidores.

Destes 23 bilhões, a América Latina pagou 2.5 bilhões.
"Ao contrário do que anunciam as organizações internacionais que pretendem aparecer como os ‘mocinhos’ do filme, estas só contribuíram com um pouco mais de três por cento do custo total: 78 milhões de dólares".

O relatório da UNFPA afirma que a meta à qual querem chegar de gasto em programas de controle populacional é a de 65 bilhões de dólares "para cumprir com as metas supostamente concertadas na conferência do Cairo", advertiu Pólo.

"Para isso o UNFPA isso significa juntar recursos para suas questionadas políticas de população, desde apoiar a política de um único filho na China com abortos forçados até incluir esta ‘novidade’ dos preservativos femininos", acrescentou.