O Bispo de Córdoba, Dom Demetrio Fernández, pediu que a Catedral de Córdoba seja chamada como o templo católico que é e que não sobreponham o apelativo de "mesquita" em alusão ao seu passado.

"Catedral ou Mesquita? Catedral, sem lugar a dúvidas. É o primeiro templo da diocese de Córdoba, onde se encontra a Cátedra do Bispo, e daí seu nome de Catedral", explicou em sua coluna semanal.

O Bispo recordou que "é um templo de culto católico, há oito séculos, quando o rei Fernando III o Santo entrou sem sangue na cidade em 28 de junho de 1236 e mandou consagrar o templo, que tinha sido construído como mesquita, e se salvou da destruição pelas boas negociações do rei Fernando com os ocupantes muçulmanos da cidade, que queriam destruí-la antes de entregar-se. Quando chegaram os muçulmanos no ano 711, o lugar já era um lugar sagrado, porque nele se encontrava a antiga basílica de São Vicente mártir, que foi destruída para construir a mesquita muçulmana".

Sua coluna suscitou distintas reações e encontrou grande eco na imprensa nacional. Em uma entrevista com o Jornal de Córdoba explicou que a escreveu "porque sabia que ia dar a volta ao mundo".

"A catedral é catedral há oito séculos. Peço que a chamem de catedral, não me importa que se chame antiga mesquita, mas o que não quero é que seja chamada apenas de mesquita", esclareceu.

O Bispo precisou que "o substantivo é catedral, o adjetivo pode ser o que seja. O que não pode ser é que se insista que é mesquita porque as pessoas de fora fazem uma confusão".

Do mesmo modo, lamentou que sua petição tenha causado polêmica porque "é uma coisa óbvia em Córdoba. Quando escrevi isto o fiz porque sabia que ia dar a volta ao mundo, para que todo mundo saiba que em Córdoba a antiga mesquita hoje é uma catedral. Quem se ofende são aqueles a quem lhes parece mal que se chame de catedral".

"Pode-se dizer que é uma antiga mesquita e também que foi a basílica de São Vicente. Para dizer tudo com uma só palavra não se pode distorcer a história, porque ela leva oito séculos sendo catedral", acrescentou.

Também recordou que "a Igreja Católica é a primeira que trata com respeito e inclusive amizade os muçulmanos e também o bispo de Córdoba. Tenho boas amizades com o mundo muçulmano. Quanto ao diálogo inter-religioso, pois cada um em sua casa e Deus na de todos (...). As pessoas se alvoroçam, mas isto é um bem para Córdoba".