Um perito geneticista assinalou aos costa-riquenhos as conseqüências de permitir a prática da fertilização in vitro (FIV) e recordou que estas técnicas implicam a morte de milhares de embriões em todo mundo.

Alejandro Leal, especialista em Genética Humana Molecular, escreveu o artigo "Fertilização in vitro e pressões", difundido pelo jornal local La Nación.

Leal explicou que a FIV "vulnera o direito à vida dos embriões" e "é uma técnica arriscada para a saúde da mulher e do feto", ante as tentativas da Comissão Interamericana de Direitos humanos de abrir de novo as portas para esta prática na Costa Rica.

O geneticista assinalou que "cientificamente está demonstrada a imensa mortalidade de embriões nesse procedimento, o qual vulnera o direito à vida resguardado nos artigos 21 da Constituição Política e 4 da Convenção Americana".

Leal recordou que só entre os anos 2004 e 2005 o Centro de Fertilidade de Yale produziu 2.252 embriões e só nasceram 326.

Nesse ano, na Europa se transferiram ao menos 486.981 embriões e nasceram 49.634 crianças.
"Assim, o 90% dos embriões morreram; isto, sem contemplar os embriões congelados e descartados", acrescentou.

Do mesmo modo, o perito recordou que a prevalência de má formações congênitas aumenta com a FIV. Na Finlândia, um estudo revelou que as crianças concebidas no FIV têm um risco 5,6 vezes maior de parto prematuro, 6,2 vezes maior de baixíssimo peso ao nascer, 9,8 vezes maior de baixo peso ao nascer, 2,4 vezes maior de enfermidade neonatal, 3,2 vezes maior de hospitalização e 4 vezes maior de má formações cardíacas.

O perito admitiu que "a incapacidade de ter um filho próprio desafia os instintos mais básicos do ser humano. Muitos dos afetados estão dispostos a provar qualquer tecnologia, sem importar quão especulativa ou arriscada que seja. Alguns médicos, por simpatia, tendem a dar falsas esperanças; também se dão pressões comerciais para propor certos tratamentos".

Para Leal, "a Comissão Interamericana de Direitos humanos deu mais valor ao desejo do adulto com problemas de infertilidade, que à vida e dignidade dos embriões, e os altos riscos na saúde das pessoas nascidas através da FIV. A Comissão esqueceu o Princípio do Interesse Superior do Menor e do Princípio In Dubio Pro Vita, amplamente desenvolvidos pela Corte Interamericana de Direitos humanos".

"Em função do amparo à vida humana, o Estado costa-riquenho, antes que ceder a uma mera recomendação, deve re-emprender com novos brios a luta contra a FIV –quer dizer, a favor da vida humana em seus inícios– ante a Corte Interamericana de Direitos humanos", acrescentou.