A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) exigiu a retirada da série "Inimigos" da Bienal de São Paulo 2010, na qual o artista Gil Vicente se auto-retrata a ponto de matar líderes mundiais como George Bush, o presidente Lula e o Papa Bento XVI.

Para os juristas estas imagens são "uma apologia do delito" nas que embora o artista e os organizadores do evento insistam que as obras sejam mantidas em exibição "conforme planejado". A Bienal conta com o patrocínio da Petrobrás, entre outros e o apoio institucional do Ministério de Educação, o de Cultura, a Prefeitura do São Paulo e o Fundo Nacional de Cultura.

"Embora uma obra de arte expresse livremente, sem limites, a criatividade de seu criador, para a exibição pública devem existir limites", sustentam os advogados em uma nota enviada aos organizadores.

"Inimigos", é uma série de nove desenhos em grande formato realizados por Gil Vicente entre 2005 e 2006. Entre os líderes e personalidades "executados" pelo pintor aparecem também o ex-primeiro ministro israelense Ariel Sharon, o ex-secretário geral da ONU Kofi Annan e o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad.

Gil Vicente contou que a idéia surgiu ante sua "decepção" com os líderes mundiais, os quais ele vê como os responsáveis por tantos males que afetam a muitas pessoas em todo mundo. "Como eles matam tanta gente, seria um favor matá-los, entende? Por que pessoas do poder e da classe alta não morrem?", disse o pintor.