O Papa Bento XVI considerou que o assassinato ontem do Vigário Apostólico de Anatólia, o Bispo italiano Luigi Padovese "não deve obscurecer" o diálogo com o Islã, conforme declarou aos jornalistas a bordo do avião com quem na viagem ao Chipre.

Sua morte não tem nada a ver com "a Turquia ou com os turcos" e "não deve obscurecer o diálogo com o Islã", assegurou o Papa recalcando que, embora ainda se tenham "poucas informações" sobre o ocorrido, "é seguro que não se trata de um assassinato político ou religioso".

Dom Padovese foi apunhalado ontem pela manhã em sua casa, na província turca de Hatay. O principal acusado é seu chofer, que já foi detido e afirma ter atuado por inspiração "divina", segundo os meios locais.

O Papa, que acolheu a notícia com "desconcerto e dor", se disse "profundamente apenado" e destacou o papel que Dom Padovese tinha na preparação do Sínodo dos Bispos sobre o Oriente Médio que será celebrado em outubro no Vaticano, afirmou Bento XVI.

Dom Luigi Padovese era um dos altos prelados do Oriente Médio que foram participar da viagem ao Chipre do Pontífice, durante a qual ele os entregará o "Instrumentum Laboris", quer dizer, o documento de trabalho para preparar o próximo sínodo especialmente dedicado à região.