O Vice-presidente da Conferência Episcopal do Uruguai (CEU), Dom Rodolfo Wirz, lamentou a recente aprovação por parte do Senado da lei que permite a adoção de crianças por parte de homossexuais e assinalou que esta medida "é uma decisão equivocada que vai prejudicar a toda a sociedade mas em especial as nossas crianças" e constitui "uma marcha atrás para o desenvolvimento".

Em declarações à ACI Prensa, o também Bispo de Maldonado, reiterou o respeito que tem a Igreja pelas pessoas homossexuais mas precisou que quando se trata o tema da "adoção, quer dizer, de tutelar a educação de um menino ou de uma menina em que está em jogo a identidade, a complementação entre o que é paternidade e maternidade, indo além do âmbito religioso, consideramos (que esta medida) não corresponde, é contraproducente e não favorece a nossa sociedade".

"Acredito que esta aprovação do projeto de lei é uma marcha atrás para o desenvolvimento da sociedade. Além disso, ser o primeiro país latino-americano em que se aprova esta lei a favor da adoção dos homossexuais não é nenhum ponto a favor, ao contrário é lamentável, triste, porque assim não se ajuda àqueles meninos ou meninas que precisam ser adotados", disse o Prelado em consonância ao expresso em agosto pelo Arcebispo de Montevidéu, Dom Nicolás Cotugno, quem explicou as graves conseqüências desta lei.

"Além da Igreja, toda a cidadania vai ser afetada. Neste ponto está em jogo a educação da vida humana", adicionou.

Defesa da família

Ante esta medida, Dom Wirz também assinalou que "na dimensão humanista é necessário defender a família, não só como célula da Igreja mas como célula da sociedade, como a Constituição o reconhece".

É necessário, explicou, "defender essa relação estável entre um homem e uma mulher que têm que ser fecundos física ou espiritualmente, através da adoção. A família necessita todo o apoio legal, toda a avaliação da sociedade, toda a contribuição da Igreja em sua dimensão espiritual, para que se consolide, para que siga sendo a célula base, porque do contrário entramos em um tema em que nos afundamos".

Finalmente o Vice-presidente da CEU assegurou à ACI Prensa que "sem dúvida a família, mais que antes, necessita um apoio uma defesa cada vez mais explicita e direta. Acredito que sobre este tema se deve falar com claridade porque é algo que toca a todos. De uma vez se deverá discuti-lo com cordialidade fazendo ver que é um benefício à relação estável entre um homem e uma mulher, que formam um matrimônio".