O Ministro do Trabalho da França, Xavier Darcos, assinala que a nova encíclica social do Papa Bento XVI, "Caritas in veritate chega no momento oportuno, como um relâmpago luminoso em meio das nuvens negras" e faz que a Doutrina Social da Igreja brilhe como resposta clara ante "as leis cínicas do aproveitamento e interdependência econômicos sem regras".

Em um artigo publicado no L'Osservatore Romano titulado "Como um relâmpago no meio do mal-estar da sociedade", Darcos indica que a nova encíclica do Papa "anuncia que outras maneiras são possíveis e necessárias. Ele o assinala, tendo como fonte a mensagem cristã, a esperança e soluções inovadoras".

"Bento XVI –prossegue– celebra a caridade, virtude cardeal da fé, arrojo da alma para o outro, 'via mestra da doutrina social da Igreja'. Ele se coloca à luz da Rerum Novarum de Leão XIII e da Populorum Progressio de Paulo VI. O Papa recupera antes que nada o fundamento do cristianismo: o amor, o compartilhar e a justiça; para encontrar remédio às táticas egoístas de cada um para si; ao tempo que recorda que o Evangelho abre um caminho para uma sociedade de liberdade e igualdade".

Depois de comentar que a análise de Bento XVI é precisa e documentada, o Ministro sublinha que ante a grave crise econômica do mundo, a Igreja, com as palavras do Papa, "propõe outra eleição: um 'desenvolvimento integral', que assegura uma emancipação humanística compartilhada. Porque o crescimento é um benefício, a mundialização não gera necessariamente uma catástrofe; a técnica não é em si perversa; mas estas forças brutas devem estar subordinadas a uma ética".

Darcos sublinha logo como o Santo Padre lhe pede ao mundo que se explore "o caminho do dom, da gratuidade, da repartição. Condenação a vacuidade do relativismo cego que priva aos homens do sentido de sua coletividade"

Do mesmo modo, recorda que o Papa "reclama uma nova aliança entre fé e razão, entre a luz divina e a inteligência humana"; faz um chamado para que "esta crise nos obrigue a reconsiderar nosso itinerário, porque, enquanto a riqueza mundial cresce, as disparidades seguem aumentando".

Trata-se, continua, "de fazer que os homens tomem consciência de que são parte de uma única família, que exige o retorno aos valores: o dom, o rechaço ao mercado como maneira de dominação, o abandono do consumismo hedonista, a redistribuição e a cooperação".
Depois de advertir logo que a fonte de algumas novas tecnologias genéticas que não respeitam o homem, "é a desumanização", o Ministro explica que para viver de verdade o amor e o perdão, "a acolhida ao próximo, a justiça e a paz", é necessária "a exigência moral; que se converteu em uma condição de sobrevivência".

Finalmente, o Ministro do Trabalho da França destaca que "raramente um Papa tocou assim de perto a realidade para analisar a fundo os males e para propor, com pragmatismo e lucidez, os antídotos mais úteis. Que sua mensagem possa ser compreendida!"