O jornal A Razão difundiu um documento interno da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) segundo o qual, o Grupo Editorial SM, de propriedade dos marianistas na Espanha, poderia enfrentar-se a uma “auditoria doutrinal” que levaria inclusive a CEE a declarar “que a editorial não pode ser considerada católica”.
O documento interno chamado pelo jornal, teria sido já aprovado pela Comissão para a Doutrina da Fé da CEE e responderia a um pedido do Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal William Llevada, que solicitou a CEE “um informe que responda ao julgamento que lhe merece a publicação por parte da editorial SM dos manuais para o ensino do islã na escola” apresentados pelo SM em outubro de 2006.
Segundo La Razón, a resposta da CEE é contundente: “que uma editorial católica tenha publicado um manual destinado à formação dos muçulmanos constitui um fato insólito na história da Igreja”.
Do mesmo modo, lembra que este não é o único caso preocupabnte pois segundo o documento interno, “nos últimos anos chegaram à Comissão para a Doutrina da Fé da CEE consultas sobre algumas publicações do grupo editorial. Em todos os casos, surgiram que desconcerto produzido em pais de família ou professores”.
O texto cita vários livros escolar do SM que “oferecem uma explicação dos métodos anticoncepcionais graças aos quais cada casal pode realizar seu próprio planejamento familiar” ou nos que se afirma que “não tem nada de mau ser homossexual ou bissexual”.
No plano doutrinal, o relatório menciona à “revista Vida Nova, que pertence ao mesmo grupo editorial, cujas expressões de desacordo são tão numerosas como conhecidas”; e assinala que a coleção Cadeira Chaminade, “dá capacidade aos autores do desacordo teológico”.
Segundo A Razão, “tanto os bispos como o Vaticano contemplam com preocupação a deriva doutrinal que adotou faz tempo que a editorial, que dirige o religioso Javier Cortês, e asseguram que ‘a gravidade do que está acontecendo no Grupo Editorial SM é de tal magnitude que não resolve com a censura de alguma obra isolada. A solução passa por uma reorientação da linha editorial’”.
O documento divulgado pelo jornal propõe “pedir a colaboração da Congregação vaticano” para levar a cabo “uma revisão a fundo das publicações do SM”. “Em caso de que o Grupo Editorial SM não aceitasse a ‘auditoria’, a CEE se veria obrigada a declarar que a editorial como tal não pode ser considerada católica e que, em conseqüência, suas publicações não oferecem garantias de cara à transmissão da fé”, conclui o texto.