Hoje começa a novena a Imaculada Conceição
REDAÇÃO CENTRAL, 29/11/2020 (ACI).- “A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original”, afirma a Bula “Ineffabilis Deus” sobre a Imaculada Conceição de Maria.
A poucos dias desta grade solenidade mariana, que é celebrada em 8 de dezembro, apresentamos uma novena disponibilizada pelo aplicativo Católico Orante, para pedir a intercessão da Virgem Maria junto a Deus.
Oração para todos os dias
Deus vos salve, Maria, cheia de graça e bendita mais que todas as mulheres, Virgem singular, Virgem soberana e perfeita, eleita por Mãe de Deus e preservada por Ele de toda culpa desde o primeiro instante de sua Concepção:
Assim como por Eva nos veio a morte, assim nos vem a vida por ti, que pela graça de Deus tens sido eleita para ser Mãe do novo povo que Jesus Cristo tem formado com seu Sangue.
A ti, puríssima Mãe, restauradora da caída linhagem de Adão e Eva, viemos confiantes e suplicantes nesta novena, para rogar que nos concedas a graça de sermos verdadeiros filhos teus e de teu Filho Jesus Cristo, livres de toda mancha de pecado.
Confiantes, Virgem Santíssima, que haveis sido feita Mãe de Deus, não somente para vossa dignidade e glória, senão também para salvação nossa e proveito de todo o gênero humano.
Confiantes que jamais se tem ouvido dizer que um somente de quantos tem acudido a vossa proteção e implorado vosso socorro, tem já sido desamparado.
Não me deixeis, pois, a mim tampouco, porque se me deixais me perderei;
Que eu tampouco quero deixar a vos, antes bem, cada dia quero crescer mais em vossa verdadeira devoção.
Alcançai-me principalmente estas três graças:
A primeira, não cometer jamais pecado mortal;
A segunda, um grande apreço da virtude cristã,
A terceira, uma boa morte.
Além disso, dai-me a graça particular que vos peço nesta novena.
Fazer aqui o pedido que se deseja obter.
Rezar a oração do dia correspondente (apresentada logo abaixo)
Orações finais
Bendita seja tua pureza e eternamente o seja, pois todo um Deus se recreia em tão graciosa beleza.
A ti, celestial Princesa, Virgem Sagrada Maria, vos ofereço neste dia alma, vida e coração.
Olhai-me com compaixão, não me deixes, Mãe minha.
Rezar três Ave-Marias.
Tua Imaculada Concepção, Oh! Virgem Mãe de Deus, anunciou alegria ao universo inteiro.
Oração
Oh! Deus meu, que pela Imaculada Concepção da Virgem, preparaste digna habitação a teu Filho:
Vos rogamos que, assim como pela previsão da morte de teu Filho livrai-vos a ela de toda mancha, assim a nós nos concedas por sua intercessão chegar a Vós limpos de pecado.
Pelo mesmo Senhor nosso Jesus Cristo. Amém.
Primeiro dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como preservaste a Maria do pecado original em sua Imaculada Concepção, e a nós nos fizeste o grande beneficio de livramos dele por meio de teu Santo batismo, assim vos rogamos humildemente nos concedas a graça de nos portarmos sempre como bons cristãos, regenerados em ti, Nosso Pai Altíssimo.
Segundo dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como preservaste a Maria de todo pecado mortal em toda sua vida e a nós nos dais graça para evita-lo e o Sacramento da confissão para remedia-lo, assim vos rogamos humildemente, por intercessão de tua Mãe Imaculada, nos concedas a graça de não cometer nunca pecado mortal, e se acontecer tão terrível desgraça, a de sair dele quanto antes por meio de uma boa confissão.
Terceiro dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como preservaste a Maria de todo pecado venial em toda sua vida, e a nós nos pedes que purifiquemos mais e mais nossas almas para sermos dignos de ti, assim vos rogamos humildemente, por intercessão de tua Mãe Imaculada, nos concedas a graça de evitar os pecados veniais e a de procurar e obter cada dia mais pureza e delicadeza de consciência.
Quarto dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como livrais a Maria da inclinação ao pecado e lhe destes domínio perfeito sobre todas suas paixões, assim vos rogamos humildemente, por intercessão de Maria Imaculada, nos concedas a graça de ir domando nossas paixões e destruindo nossas más inclinações, para que vos possamos servir, com verdadeira liberdade de espírito, sem imperfeição nenhuma.
Quinto dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como, desde o primeiro instante de sua Concepção, destes a Maria mais graça que a todos os Santos e anjos do céu, assim vos rogamos humildemente, por intercessão de tua Mãe Imaculada, nos inspires um apreço singular da divina graça que Vós nos adquiriste com teu sangue, e nos concedas o aumentar mais e mais com nossas boas obras e com a recepção de teus Santos Sacramentos, especialmente o da Comunhão.
Sexto dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como, desde o primeiro momento, destes a Maria, com toda plenitude, as virtudes sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, assim vos suplicamos humildemente, por intercessão de tua Mãe Imaculada, nos concedas a nós a abundancia destes mesmos dons e virtudes, para que possamos vencer todas as tentações e tenhamos muitos atos de virtude dignos de nossa profissão de cristãos.
Sétimo dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como destes a Maria, entre as demais virtudes, uma pureza e castidade eximia, pela qual é chamada Virgem das virgens, assim vos suplicamos, por intercessão de tua Mãe Imaculada, nos concedas a dificilíssima virtude da castidade, que tantos tem conservado mediante a devoção da Virgem e tua proteção.
Oitavo dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como destes a Maria a graça de uma ardentíssima caridade e amor de Deus sobre todas as coisas, assim vos rogamos humildemente, por intercessão de tua Mãe Imaculada, nos concedas um amor sincero de ti,
Oh! Deus Senhor nosso!
Nosso verdadeiro bem, nosso bem feitor, nosso Pai, e que antes queiramos perder todas as coisas que ofender-Vos com um somente pecado.
Nono dia
Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:
Assim como tens concedido a Maria a graça de ir ao céu e de ser nele colocada no primeiro lugar depois de Vós, vos suplicamos humildemente, por intercessão de Maria Imaculada, nos concedas uma boa morte, que recebamos bem os últimos sacramentos, que expiremos sem mancha nenhuma de pecado na consciência e vamos ao céu, para sempre aproveitar, em tua companhia e a de nossa Mãe, com todos os que se tem salvado por ela.
Em um dia como hoje teve início o Conclave mais longo da história
REDAÇÃO CENTRAL, 29/11/2020 (ACI).- Em 29 de novembro de 1268, teve início o conclave mais longo da história que terminou em 1º de setembro de 1271, quando Gregório X foi eleito após 34 meses.
A história deste Conclave tem a ver com o seu nome, que vem dos termos latinos "cum" (com) e "clavis" (chave), palavra que foi utilizada desde o século XIII, depois que a Sé de Pedro ficou vacante por quase três anos, e o governador de Viterbo decidiu trancar os cardeais com chave.
Como narra a Enciclopédia Católica, “os cardeais reunidos em Viterbo estavam divididos em dois campos, os franceses e os italianos. Nenhum dos dois podia conseguir os dois terços da maioria dos votos nem queriam ceder aos outros para eleger um candidato ao papado”.
Foi no verão europeu de 1270 que foram trancados no palácio episcopal, inclusive, tiveram o fornecimento de comida cortado.
“Por fim, chegou-se a um compromisso, devido aos grandes esforços dos reis da Sicília e da França. O Sacro Colégio, que consistia então em 15 cardeais, escolheu seis deles para entrarem em acordo e emitirem um voto final. Os seis delegados se reuniram em 1º de setembro de 1271 e uniram os votos elegendo Teobaldo Visconti, arquidiácono de Liège, que não era cardeal, nem sequer sacerdote”.
Gregório X, nascido em Piacenza, “esteve um tempo a serviço do cardeal Jacobo de Palestrina, foi nomeado arquidiácono de Liège e acompanhou o cardeal Ottoboni em uma missão na Inglaterra e, no momento de sua eleição, estava em Ptolemaida (Acre) com o príncipe Eduardo da Inglaterra, em peregrinação à Terra Santa”.
Recebeu o chamado dos cardeais para retornar imediatamente, iniciou sua viagem de volta em 19 de novembro de 1271 e chegou a Viterbo em 12 de fevereiro de 1271. Aceitou a dignidade e adotou o nome de Gregório X.
Ao contrário deste conclave, houve o de 1503 que durou apenas algumas horas, no qual Júlio II foi eleito sucessor de Pedro.
Com o Primeiro Domingo do Advento inicia o novo Ano Litúrgico
REDAÇÃO CENTRAL, 29/11/2020 (ACI).- O primeiro domingo do Advento é o primeiro dia do novo Ano Litúrgico - a partir de agora Ano B - para a Igreja Católica e, nesta ocasião, no Evangelho (Mc 13,33-37), Jesus encoraja os fiéis a ficar “atentos, porque não sabeis quando chegará o momento”.
No Evangelho, Jesus faz a comparação com o homem que parte para o estrangeiro e deixa a casa sob responsabilidade de seus empregados, mandando o porteiro ficar vigiando.
“Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”.
As leituras bíblicas desta primeira semana e pregação são um convite a estar vigilantes para quando o Senhor vier. Por isso, é importante que as famílias façam um propósito que lhes permita avançar no caminho para o Natal.
Em um momento propício ou talvez depois de acender a primeira vela da Coroa do Advento, os membros da família poderiam começar revisando as relações familiares e terminar pedindo perdão a quem tenham ofendido, assim como perdoando os outros.
Este deve ser o princípio de um ano renovado que buscará seguir crescendo em um ambiente de harmonia e amor familiar, o qual também deverá se estender aos demais grupos com os quais se relaciona cotidianamente, seja na escola, no trabalho, na vizinhança etc.
Por fim, é importante recordar que o Ano Litúrgico é o conjunto das celebrações com as quais a Igreja comemora anualmente o mistério de Cristo.
O tempo do Advento, que é o primeiro período do Ano Litúrgico, tem a duração de quatro semanas, começando neste domingo, 29 de novembro, e se estende até o dia 24 de dezembro.
EUA: Arquidiocese abre lar para jovens com deficiência
FILADELFIA, 29/11/2020 (ACI).- O novo Lar Saint Philomena Cottage foi inaugurado na Arquidiocese de Filadélfia, EUA, para oferecer aos jovens adultos com deficiência uma casa que atenda às suas necessidades complexas.
O bispo auxiliar, Dom John McIntyre, que supervisiona a Secretaria de Serviços Humanos Católicos da Arquidiocese de Filadélfia, abençoou o local em 23 de outubro no Condado de Delaware.
Estiveram presentes no evento o secretário de Catholic Human Services, James Amato, a administradora do Lar Saint Edmond’s Home for Children, Denise Clofine, e membros da The Women’s Auxiliary of St. Edmond’s Home for Children.
Durante a cerimônia, Clofine expressou o seu agradecimento pela concretização do projeto e pelo apoio da Women’s Auxiliary no financiamento, dando assim o exemplo de um “profundo compromisso com nossa missão”.
“Às vezes, na vida, temos a sorte de conhecer alguém que faz a diferença na vida dos demais. Fui verdadeiramente abençoada por ter conhecido todo um grupo de mulheres que são um exemplo de dedicação, cuidado e amor”, acrescentou.
St. Edmond’s Home for Children foi fundado em 1916 pelo Arcebispo Edmond Prendergast, para ajudar crianças com poliomielite. Opera sob o Serviço Social Católico da Filadélfia e fornece cuidados intermediários para crianças e jovens adultos com deficiências físicas e intelectuais.
O lar para as crianças comprou a casa onde está Saint Philomena Cottage em novembro de 2017, que foi reformada para incluir banheiros, portas, rampas e elevadores acessíveis para cadeiras de rodas.
As reformas foram concluídas no início do ano e três mulheres da casa de St. Edmond se mudaram para lá no final de julho. A instalação inclui uma enfermeira 24 horas e atividades como artes, artesanato, culinária e panificação.
Clofine disse à CNA, agência em inglês do Grupo ACI, que tem sido mais difícil para os clientes com deficiências complexas encontrar um lar permanente depois de completarem 21 anos, observando que o lar foi estabelecido a pedido dos pais, que formaram laços com a equipe Saint Edmond’s Home for Children.
“Eles nos confiaram seus filhos, que estão (conosco) há 10, 15, às vezes 20 anos. Então, ter que levar seu filho para outro local é muito, muito difícil”, disse.
Clofine expressou a importância de prestar serviços a pessoas vulneráveis na comunidade, acrescentando que foi uma bênção abrir as instalações durante a pandemia.
“É nossa responsabilidade fazer a obra de Deus. É extremamente importante ajudar os mais vulneráveis em nossa comunidade... Estamos muito entusiasmados por poder fazer isso não apenas pelas três jovens, mas por suas famílias”, acrescentou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Homilia do Papa Francisco na Missa do I Domingo do Advento com os novos cardeais
Vaticano, 29/11/2020 (ACI).- O Papa Francisco presidiu neste domingo, 29 de novembro, no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, no Vaticano, a celebração da Missa do Primeiro Domingo do Advento, concelebrada pelos cardeais criados no Consistório Ordinário Público celebrado ontem, 28.
A seguir, o texto completo da homilia do Papa Francisco:
As leituras de hoje sugerem-nos duas palavras-chave para o tempo de Advento: proximidade e vigilância. Proximidade de Deus e vigilância nossa: enquanto o profeta Isaías diz que Deus está perto de nós, Jesus, no Evangelho, exorta-nos a vigiar à espera d’Ele.
Proximidade. Isaías começa tratando a Deus por «Tu»: «Tu és o nosso Pai» (63, 16). E continua: «Nunca nenhum ouvido ouviu (...) que algum deus, exceto Tu, fizesse tanto por quem nele confia» (64, 3). Saltam-nos à mente as seguintes palavras do Deuteronômio: quem «está próximo [de nós, como] o Senhor, nossos Deus, sempre que O invocamos?» (Dt 4, 7). O Advento é o tempo para nos lembrarmos da proximidade de Deus, que desceu até nós. Mas o profeta vai mais além e pede a Deus que volte a aproximar-Se: «Quem dera que rasgasses os céus e descesses!» (Is 63, 19). E pedimo-lo também nós, no Salmo: «Ó Deus do universo, volta, por favor», e «vem salvar-nos!» (cf. Sal 80,15.3). Ó «Deus, vinde em nosso auxílio! Senhor, socorrei-nos e salvai-nos»: assim damos, muitas vezes, início à nossa oração. O primeiro passo da fé é dizer ao Senhor que precisamos d’Ele, da sua proximidade.
E a primeira mensagem do Advento e do Ano Litúrgico é também reconhecer Deus próximo e dizer-Lhe: «Aproximai-Vos de novo!» Ele quer vir para junto de nós, mas… propõe-Se; não Se impõe. Cabe a nós não nos cansarmos de Lhe dizer: «Vinde!». Cabe a nós repetir a oração do Advento: «Vinde!». Jesus – lembra-nos o Advento – veio entre nós e voltará no fim dos tempos. Mas – perguntamo-nos – de que nos servem tais vindas, se não vem hoje à nossa vida? Convidemo-Lo. Façamos nossa esta invocação caraterística do Advento: «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 20). Com esta invocação, termina o livro do Apocalipse: «Vem, Senhor Jesus!» Podemos dizê-la ao princípio de cada dia e repeti-la com frequência, antes das reuniões, do estudo, do trabalho e das decisões a tomar, nos momentos mais importantes e nos de provação: Vem, Senhor Jesus! Uma oração breve, mas vinda do coração. Repitamo-la neste tempo de Advento: «Vem, Senhor Jesus!»
Invocando assim a sua proximidade, treinaremos a nossa vigilância. Hoje o evangelho de Marcos propôs-nos a parte final do último discurso de Jesus, que se condensa numa única palavra: «Vigiai!» O Senhor repete-a quatro vezes, em cinco versículos (cf. 13, 33-35.37). É importante permanecer vigilantes, porque na vida é um erro perder-se em mil coisas e não se dar conta de Deus. Dizia Santo Agostinho: «Timeo Iesum transeuntem… – tenho medo que Jesus passe sem me dar conta» (Sermones, 88, 14, 13). Arrastados pelos nossos interesses – sentimo-lo todos os dias –, distraídos por tantas vaidades, corremos o risco de perder o essencial. Por isso, hoje, o Senhor repete «a todos: vigiai!» (Mc 13, 37). Vigiai, estai atentos!
Mas, se devemos velar, quer dizer que nos encontramos na noite. É verdade! Agora não vivemos no dia, mas à espera do dia por entre obscuridades e fadigas. O dia chegará, quando estivermos com o Senhor. Chegará, não desfaleçamos! A noite passará, surgirá o Senhor e virá julgar-nos, Ele que morreu na cruz por nós. Vigiar é esperar isto, é não se deixar dominar pelo desânimo: a isto chama-se viver na esperança. Como antes de nascer fomos esperados por quem nos amava, assim agora somos esperados pelo Amor em pessoa. E, se somos esperados no Céu, para quê viver de pretensões terrenas? Para quê esfalfar-se por um pouco de dinheiro, de fama, de sucesso… coisas todas que passam? Para quê perder tempo a lamentar-se da noite, se nos espera a luz do dia? Para quê buscar «padrinhos» para se conseguir uma promoção e subir, ser promovido na carreira? Tudo passa. Vigiai: diz o Senhor.
Manter-se acordado não é fácil; antes, é uma coisa muito difícil: é natural dormir de noite. Não o conseguiram os discípulos de Jesus, a quem Ele dissera que vigiassem «à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo, de manhãzinha» (cf. Mc 13, 35). E, precisamente nessas horas, não estiveram vigilantes: à tarde, durante a Última Ceia, traíram Jesus; de noite, adormeceram; ao cantar do galo, renegaram-No; de manhãzinha, deixaram-No condenar à morte. Não velaram. Adormeceram. Mas o mesmo torpor pode descer também sobre nós. Há um sono perigoso: o sono da mediocridade. Sobrevém quando esquecemos o primeiro amor e avançamos apenas por inércia, prestando atenção somente a viver tranquilos. Mas, sem ímpetos de amor a Deus, sem esperar a sua novidade, tornamo-nos medíocres, tíbios, mundanos. E isto corrói a fé, porque a fé é o contrário da mediocridade: é desejo ardente de Deus, audácia contínua em converter-se, coragem de amar, é caminhar sempre para diante. A fé não é água que apaga, mas fogo que queima; não é um calmante para quem está agitado, mas uma história de amor para quem está enamorado! Por isso, Jesus detesta acima de tudo a tibieza (cf. Ap 3, 16). Vê-se o desprezo de Deus pelos tíbios.
E como podemos despertar do sono da mediocridade? Com a vigilância da oração. Rezar é acender uma luz na noite. A oração desperta da tibieza duma vida horizontal, levanta o olhar para o alto, sintoniza-nos com o Senhor. A oração permite a Deus estar perto de nós; por isso liberta da solidão e dá esperança. A oração oxigena a vida: tal como não se pode viver sem respirar, assim também não se pode ser cristão sem rezar. E há tanta necessidade de cristãos que vigiem por quem dorme, de adoradores, de intercessores que, dia e noite, levem à presença de Jesus, luz do mundo, as trevas da história. Há necessidade de adoradores. Perdemos um pouco o sentido da adoração: permanecer em silêncio diante do Senhor, adorando. Isto é a mediocridade, a tibieza.
Mas existe outro sono interior: o sono da indiferença. Os indiferentes veem tudo igual, como se fosse de noite; e não se interessam por quem está perto deles. Quando orbitamos apenas em torno de nós mesmos e das nossas necessidades, indiferentes às dos outros, a noite desce sobre o coração. O coração torna-se escuro. Rapidamente começamos a lamentar-nos de tudo, sentindo-nos vítima de todos e, por fim, tramamo-los em tudo. Lamentações, sensação de ser vítima e conjuras: é uma corrente… Atualmente, parece que esta noite caiu sobre muitos: reivindicam para si próprios e desinteressam-se dos outros.
Como acordar deste sono da indiferença? Com a vigilância da caridade. Para projetar luz sobre o referido sono da mediocridade, da tibieza, temos a vigilância da oração. Para despertar deste sono da indiferença, temos a vigilância da caridade. A caridade é o coração pulsante do cristão: tal como não se pode viver sem pulsação, assim também não se pode ser cristão sem caridade. Pensam alguns que sentir compaixão, ajudar, servir seja próprio de perdedores, quando, na realidade, é a única coisa vitoriosa, porque já está projetada para o futuro, para o dia do Senhor, quando há de passar tudo ficando apenas o amor. É com as obras de misericórdia que nos aproximamos do Senhor. Pedimo-lo hoje na Oração Coleta: «Despertai, Senhor, nos vossos fiéis a vontade firme de se preparem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo». A vontade de ir ao encontro de Cristo com as boas obras. Jesus vem e o caminho para ir ao seu encontro está assinalado: são as obras de caridade.
Queridos irmãos e irmãs, rezar e amar: aqui está a vigilância. Quando a Igreja adora a Deus e serve o próximo, não vive na noite. Ainda que esteja cansada e provada, caminha rumo ao Senhor. Invoquemo-Lo: Vinde, Senhor Jesus! Precisamos de Vós. Vinde para junto de nós. Vós sois a luz: despertai-nos do sono da mediocridade; despertai-nos das trevas da indiferença. Vinde, Senhor Jesus! Tornai vigilantes os nossos corações que agora vivem distraídos: fazei-nos sentir o desejo de rezar e a necessidade de amar.
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Papa Francisco cria 13 novos cardeais para a Igreja Católica https://t.co/v9FVB9yeGN
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Esta é a oração que o Papa Francisco propõe para rezar a cada dia no Advento
Vaticano, 29/11/2020 (ACI).- O Papa Francisco propôs aos cristãos que durante o Advento convidem Deus a estar presente em suas vidas com esta oração: "Vem, Senhor Jesus".
Trata-se, explicou o Pontífice, de uma oração simples que “podemos dizê-la ao princípio de cada dia e repeti-la com frequência, antes das reuniões, do estudo, do trabalho e das decisões a tomar, nos momentos mais importantes e nos de provação”.
O Santo Padre fez esta proposta durante a Missa que celebrou neste domingo, 29 de novembro, Primeiro Domingo do Advento, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, juntamente com 11 dos 13 cardeais criados ontem no Consistório Público Ordinário.
Francisco assinalou que por meio desta oração, “Vem, Senhor Jesus”, pronunciada todos os dias, “invocando assim a sua proximidade, treinaremos a nossa vigilância”. “Uma oração breve, mas vinda do coração. Repitamo-la neste tempo de Advento: ‘Vem, Senhor Jesus!’”.
Em sua homilia, o Papa Francisco refletiu sobre duas palavras-chave sugeridas pelas leituras do dia: proximidade e vigilância. “Proximidade de Deus e vigilância nossa: enquanto o profeta Isaías diz que Deus está perto de nós, Jesus, no Evangelho, exorta-nos a vigiar à espera d’Ele”.
Explicou que "o Advento é o tempo para nos lembrarmos da proximidade de Deus, que desceu até nós”.
“E a primeira mensagem do Advento e do Ano Litúrgico é também reconhecer Deus próximo e dizer-Lhe: ‘Aproximai-Vos de novo!’. Ele quer vir para junto de nós, mas… propõe-Se; não Se impõe. Cabe a nós não nos cansarmos de Lhe dizer: ‘Vinde!’. Cabe a nós repetir a oração do Advento: ‘Vinde!’. Jesus – lembra-nos o Advento – veio entre nós e voltará no fim dos tempos. Mas – perguntamo-nos – de que nos servem tais vindas, se não vem hoje à nossa vida? Convidemo-Lo”.
Por isso, “é importante permanecer vigilantes, porque na vida é um erro perder-se em mil coisas e não se dar conta de Deus”.
O Papa chamou a atenção para o fato de que se Deus pede aos cristãos para vigiar, “quer dizer que nos encontramos na noite. É verdade! Agora não vivemos no dia, mas à espera do dia por entre obscuridades e fadigas”.
No entanto, o convite a vigiar contém também um apelo à esperança, porque também implica que “o dia chegará, quando estivermos com o Senhor. Chegará, não desfaleçamos! A noite passará, surgirá o Senhor e virá julgar-nos, Ele que morreu na cruz por nós. Vigiar é esperar isto, é não se deixar dominar pelo desânimo: a isto chama-se viver na esperança”.
O Papa explicou a natureza daquela vigília com este exemplo: “Como antes de nascer fomos esperados por quem nos amava, assim agora somos esperados pelo Amor em pessoa. E, se somos esperados no Céu, para quê viver de pretensões terrenas? Para quê esfalfar-se por um pouco de dinheiro, de fama, de sucesso… coisas todas que passam? Para quê perder tempo a lamentar-se da noite, se nos espera a luz do dia?”.
“Manter-se acordado não é fácil; antes, é uma coisa muito difícil: é natural dormir de noite. Não o conseguiram os discípulos de Jesus, a quem Ele dissera que vigiassem ‘à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo, de manhãzinha’. E, precisamente nessas horas, não estiveram vigilantes”.
Nesse sentido, alertou que “há um sono perigoso: o sono da mediocridade. Sobrevém quando esquecemos o primeiro amor e avançamos apenas por inércia, prestando atenção somente a viver tranquilos”.
“Mas, sem ímpetos de amor a Deus, sem esperar a sua novidade, tornamo-nos medíocres, tíbios, mundanos. E isto corrói a fé, porque a fé é o contrário da mediocridade: é desejo ardente de Deus, audácia contínua em converter-se, coragem de amar, é caminhar sempre para diante”.
Então, “como podemos despertar do sono da mediocridade? Com a vigilância da oração. Rezar é acender uma luz na noite. A oração desperta da tibieza duma vida horizontal, levanta o olhar para o alto, sintoniza-nos com o Senhor”.
“A oração permite a Deus estar perto de nós; por isso liberta da solidão e dá esperança. A oração oxigena a vida: tal como não se pode viver sem respirar, assim também não se pode ser cristão sem rezar”.
Há também um segundo sono interior, advertiu o Papa: “o sono da indiferença. Os indiferentes veem tudo igual, como se fosse de noite; e não se interessam por quem está perto deles. Quando orbitamos apenas em torno de nós mesmos e das nossas necessidades, indiferentes às dos outros, a noite desce sobre o coração”.
“Rapidamente começamos a lamentar-nos de tudo, sentindo-nos vítima de todos e, por fim, tramamo-los em tudo. Lamentações, sensação de ser vítima e conjuras: é uma corrente… Atualmente, parece que esta noite caiu sobre muitos: reivindicam para si próprios e desinteressam-se dos outros”.
Da mesma forma, “acordar deste sono da indiferença? Com a vigilância da caridade. Para projetar luz sobre o referido sono da mediocridade, da tibieza, temos a vigilância da oração. Para despertar deste sono da indiferença, temos a vigilância da caridade. A caridade é o coração pulsante do cristão: tal como não se pode viver sem pulsação, assim também não se pode ser cristão sem caridade”.
O Papa Francisco finalizou sua homilia: “rezar e amar: aqui está a vigilância. Quando a Igreja adora a Deus e serve o próximo, não vive na noite. Ainda que esteja cansada e provada, caminha rumo ao Senhor”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
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Homilia do Papa Francisco na Missa do I Domingo do Advento com os novos cardeais https://t.co/KGLITa3A1u
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Papa Francisco: Deus te fará esperar, mas não te desilude
Vaticano, 29/11/2020 (ACI).- O Papa Francisco refletiu neste domingo, 29 de novembro, durante a oração do Ângelus, no Vaticano, sobre o Advento, que começa precisamente hoje.
O Papa lembrou que o Advento é uma preparação para o Natal e, portanto, “é um tempo de espera e esperança”.
Ressaltou que, “para um cristão, o mais importante é o encontro contínuo com o Senhor. Estar com o Senhor. E assim, acostumados a estar com o Senhor da vida, nos preparamos para o encontro, para estar com o Senhor na eternidade”.
“Este encontro definitivo”, continuou o Bispo de Roma, “virá ao fim do mundo e vem todos os dias para que, com a sua graça, possamos cumprir o bem em nossa vida e na dos outros. O nosso Deus é o ‘Deus que vem’. Não se esqueça disso ”.
Francisco enfatizou que “Deus é um Deus que vem, que vem continuamente: Ele não desilude nossa espera! O Senhor nunca desilude. Ele nos fará esperar, talvez. Ele nos fará passar algum tempo na escuridão para amadurecer nossa esperança, mas nunca desilude. O Senhor sempre vem. Sempre está ao nosso lado. Às vezes, não se mostra, mas sempre vem”.
Deus, assinalou, “veio num momento preciso da história e tornou-se homem para tomar sobre Si os nossos pecados. A festa de Natal comemora esta primeira vinda de Jesus em um momento histórico ”.
“Ele virá no fim dos tempos como juiz universal. E também vem por uma terceira modalidade: vem todos os dias a visitar o Seu povo, a visitar todos os homens e mulheres que O acolhem na Palavra, nos Sacramentos, nos seus irmãos e irmãs”.
O Pontífice recordou ainda que “Jesus, diz-nos a Bíblia, está à porta e bate. está à porta dos nossos corações. Ele bate”. Em seguida, o Papa se dirigiu aos fiéis e perguntou: “Você consegue ouvir o Senhor bater à porta? Quem veio hoje visitar você, que bate no seu coração com uma inquietação, com uma ideia, com uma inspiração? Ele veio a Belém, virá no fim do mundo. Mas todos os dias ele vem até nós. Estejam atentos, veja o que vocês sentem no coração quando o Senhor bate à porta”.
Também se referiu ao atual momento pandêmico e ao sofrimento que causa em muitas pessoas. “A espera confiante do Senhor faz-nos encontrar conforto e coragem nos momentos sombrios da existência. E de onde nasce esta coragem e esta aposta confiante? Nasce da esperança. E a esperança não desilude. É a virtude que nos leva adiante, olhando para o encontro com o Senhor”.
Por isso, mais neste momento do que em qualquer outro, convém recordar que “o Advento é um apelo incessante à esperança: recorda-nos que Deus está presente na história para o conduzi-la ao seu fim último e à sua plenitude, que é o Senhor Jesus Cristo. Deus está presente na história da humanidade, Ele é o ‘Deus conosco’. Deus não está distante, está sempre conosco, ao ponto de que muitas vezes bate à porta de nosso coração”.
“O Senhor caminha ao nosso lado para nos apoiar. O Senhor nunca nos abandona; Ele nos acompanha nos nossos acontecimentos existenciais para nos ajudar a descobrir o significado do caminho, o significado da vida quotidiana, para infundir coragem nas provações e na dor”.
“No meio das tempestades da vida, Deus estende sempre a sua mão para nós e liberta-nos das ameaças. Isso é belo".
O Papa concluiu: “Maria Santíssima mulher de expectativa, acompanhe os nossos passos neste novo ano litúrgico que estamos iniciando, e nos ajude a cumprir a tarefa dos discípulos de Jesus, indicada pelo apóstolo Pedro: dar razão à esperança que há em nós”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
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— ACI Digital (@acidigital) November 29, 2020