Hoje é celebrada Nossa Senhora das Graças, a Virgem da Medalha Milagrosa
REDAÇÃO CENTRAL, 27/11/2020 (ACI).- “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança”, disse Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, no dia 27 de novembro de 1830.
Foi nesse ano de 1830 que a Virgem Maria apareceu para a Irmã Catarina Labouré, da Congregação das Filhas da Caridade, primeiramente na noite de 18 de junho. Um anjo despertou a religiosa e a conduziu até a capela, onde encontrou a Mãe de Deus e conversou com ela por mais de duas horas, ao final da qual Maria lhe disse: “Voltarei, minha filha, porque tenho uma missão para te confiar”.
No dia 27 de novembro do mesmo ano, a Santíssima Virgem voltou a aparecer para Catarina. A Mãe de Deus estava com uma veste branca e manto azul. Conforme relatou a religiosa, era de uma “beleza indizível”. Os pés estavam sobre um globo branco e esmagavam uma serpente.
Suas mãos, à altura do coração, seguravam um pequeno globo de ouro, coroado com uma pequena cruz. Levava nos dedos anéis com pedras preciosas que brilhavam e iluminavam em toda direção.
A Virgem olhou para Santa Catarina e lhe disse: “O globo que vês representa o mundo inteiro, especialmente a França e cada alma em particular. Estes raios são o símbolo das graças que Eu derramo sobre as pessoas que me pedem. As pérolas que não emitem raios são as graças das almas que não pedem”.
O globo de ouro que a Virgem Maria estava segurando se desvaneceu e seus braços se estenderam abertos, enquanto os raios de luz continuavam caindo sobre o globo branco dos pés.
Nesse momento, formou-se um quadro oval em torno de Nossa Senhora, com as seguintes palavras em letras douradas: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.
Então, Maria pediu que Catarina mandasse cunhar a medalha, segundo o que estava vendo.
A aparição girou e no reverso estava a letra “M” encimada por uma cruz que tinha uma barra em sua base, a qual atravessava a letra. Embaixo figurava o coração de Jesus, circuncidado com uma coroa de espinhos, e o coração de Nossa Senhora, transpassado por uma espada. Ao redor havia doze estrelas.
A manifestação voltou a acontecer por volta do final de dezembro de 1830 e princípio de janeiro de 1831.
Em 1832, o Bispo de Paris autorizou a cunhagem da medalha e assim se espalhou pelo mundo inteiro. Inicialmente a medalha era chamada “da Imaculada Conceição”, mas quando a devoção se expandiu e se produziram muitos milagres, foi chamada “Medalha Milagrosa”, como é conhecida até nossos dias.
Para celebrar este dia em que recordamos Nossa Senhora das Graças, confira a seguir a oração para pedir o auxílio da Virgem:
Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, do poder ilimitado que vos deu o vosso divino Filho sobre o seu coração adorável. Cheio de confiança na vossa intercessão, venho implorar o vosso auxílio. Tendes em vossas mãos a fonte de todas as graças que brotam do Coração amantíssimo de Jesus Cristo; abri-a em meu favor, concedendo-me a graça que ardentemente vos peço. Não quero ser o único por vós rejeitado; sois minha Mãe, sois a soberana do coração de vosso divino Filho.
Sim, ó virgem santa, não esqueçais as tristezas desta terra; lançai um olhar de vontade aos que estão no sofrimento, aos que não cessam de provar o cálice das amarguras da vida. Tende piedade dos que se amam e que estão separados pela discórdia, pela doença, pelo cárcere, pelo exílio ou pela morte. Tende piedade dos que choram dos que suplicam e dai a todos o conforto, a esperança e a paz! Atendei, pois, à minha humilde súplica e alcançai-me as graças que agora fervorosamente vos peço por intermédio de vossa santa Medalha Milagrosa!
Amém.
7 detalhes do significado da Medalha Milagrosa que você precisa conhecer
REDAÇÃO CENTRAL, 27/11/2020 (ACI).- A Virgem da Medalha Milagrosa, cuja festa é celebrada neste 27 de novembro, pediu a Santa Catarina Labouré que fizesse uma Medalha igual a que ela viu no momento da aparição. Ela fez esta medalha e Deus realizou muitos milagres e alcançou muitas graças aos que a utilizam. Mas, o que indicam os símbolos que aparecem na Medalha e qual é a sua mensagem?
1. Triunfa sobre Satanás
Na frente da Medalha Milagrosa, aparece a Virgem Maria esmagando a cabeça da serpente que está sobre o mundo: Ela, a Imaculada, tem todo poder em virtude de sua graça para triunfar sobre Satanás.
2. Evoca o Apocalipse
As doze estrelas da cabeça de Maria e a cor de seu manto mostram a mulher vestida de sol, do Livro do Apocalipse.
3. Raios das graças
Suas mãos estendidas, transmitindo raios de graça são sinal de sua missão de Mãe e Medianeira das graças que derrama sobre o mundo e a quem lhes peça.
4. Sinal da Imaculada
A famosa inscrição "Oh Maria" afirma a Imaculada Conceição da Virgem, manifestada a Santa Catarina nesta aparição em 27 de novembro de 1830, muito antes do dogma ser proclamado em 1854. Do mesmo modo, indica a missão de intercessão da Mãe de Deus, a quem podemos procurar com confiança.
5. A realeza de Maria
O globo, que representa a terra, está sob os pés da Virgem Maria, porque Ela é a rainha do céu e da Terra.
6. Mãe do crucificado
Na parte de trás da Medalha está a letra "M", símbolo de Maria e da sua maternidade espiritual. A cruz é o mistério da redenção e sustenta a letra "Yota" do alfabeto grego ou a "I", que é um monograma do nome "Jesus". Tudo isso simboliza a Mãe de Cristo crucificado.
7. A Igreja com os Corações Sagrados
As doze estrelas são um símbolo da Igreja que Cristo fundou nos Apóstolos. Enquanto os Sagrados Corações de Jesus e Maria se referem à devoção que os cristãos devem ter a ambos os corações.
Em um dia como hoje, São Paulo VI se salvou de tentativa de assassinato
REDAÇÃO CENTRAL, 27/11/2020 (ACI).- Em 27 de novembro de 1970, depois de descer do avião no qual chegou ao aeroporto de Manila (Filipinas), o Papa Paulo VI se salvou de morrer esfaqueado.
Depois de descer do avião, o Santo Padre foi cumprimentado por várias autoridades civis e eclesiásticas. Em seguida, um homem vestido como sacerdote conseguiu chegar onde ele estava.
O homem era o pintor boliviano Benjamín Mendoza y Amor Flores que sofria de problemas mentais. Ele conseguiu alcançar o Papa com a faca na jugular, ferindo-o duas vezes. Os que estavam à sua volta pensavam que era um crucifixo e não uma arma.
O boliviano foi preso imediatamente após o ataque. Foi perdoado pelo Pontífice.
O Arcebispo norte-americano Paul Marcinkus, apelidado de "O Gorila" por sua grande estatura e corpulência, foi quem impediu o homem de esfaquear o Papa novamente.
Em agradecimento por sua coragem e por tê-lo salvado, São Paulo VI presenteou o Prelado com um cálice que usou em 28 de novembro de 1970 em uma Missa de ordenação de vários sacerdotes. O cálice está atualmente preservado em um seminário em Chicago (Estados Unidos).
Em seu primeiro discurso nas Filipinas, o Papa Paulo VI disse que “o objetivo de nossa visita a Manila é de ordem espiritual e apostólico. Nossa felicidade será imensa se, com essa viagem, os fiéis católicos reafirmarem sua fé para manifestá-la de maneira sincera e coerente; se forem estimulados na busca dessa feliz fusão de sua herança religiosa com as novas demandas de um mundo moderno”.
“Gostaríamos que se consolide sua vontade de viver em boa harmonia com todos, de promover o desenvolvimento social em nome da caridade de Cristo da qual são testemunhas, de valorizar as virtudes cívicas de integridade, de desinteresse e de serviço, semelhantes, para todos, já que essas virtudes são a base da prosperidade dos povos grandes, livres e unidos ”, acrescentou o Papa.
Em outubro de 2014, durante a cerimônia de beatificação de Paulo VI, apresentou-se na Praça de São Pedro um relicário com a camiseta ensanguentada usada pelo Pontífice no dia do ataque em 1970.
A viagem do Papa Paulo VI às Filipinas ocorreu durante uma longa turnê que incluiu Irã, Paquistão, Filipinas, Samoa, Austrália, Indonésia, Hong Kong e Sri Lanka.
Esta foi a última viagem que São Paulo VI fez em seu pontificado e durou de 26 de novembro a 5 de dezembro de 1970.
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7 coisas que talvez não conhecia sobre São Paulo VI https://t.co/hRB6CMLCwk
— ACI Digital (@acidigital) May 29, 2019
Uma boa ideia para que as crianças possam viver um Advento "diferente"
REDAÇÃO CENTRAL, 27/11/2020 (ACI).- No próximo domingo começa o Advento, o período de preparação para celebrar o Natal. Por esta razão, o Grupo ACI apresenta uma ideia que ajudará as crianças a receber o menino Jesus com um coração cheio de amor.
A proposta é que as crianças desenhem um calendário de Advento, no qual escreverão cada dia os seus objetivos a serem cumpridos. As crianças verificarão diariamente se estão cumprindo os seus propósitos e assim, irão preparando seus corações até o Natal.
A seguir, confira alguns propósitos:
1. Ajudarei em casa, naquilo que dá mais trabalho.
2. Rezarei junto com a minha família pela paz do mundo.
3. Oferecerei as atividades do meu dia pelas crianças que não têm pais nem uma casa para viver.
4. Obedecerei os meus pais e os meus professores com alegria.
5. Partilharei o meu almoço com alegria aos que não tem comida.
6. Hoje farei os meus deveres sem reclamar.
7. Ajudarei os meus irmãos em algo que estiverem precisando.
8. Oferecerei um sacrifício pelos sacerdotes.
9. Rezarei pelo Papa.
10. Agradecerei a Deus por tudo o que ele me deu.
11. Farei algum sacrifício.
12. Lerei uma passagem do Evangelho.
13. Oferecerei uma comunhão espiritual a Jesus pelas pessoas que não o amam.
14. Entregarei um brinquedo ou uma roupa a uma criança que necessite.
15. Não vou comer entre as refeições.
16. Em vez de assistir televisão, ajudarei neus pais no que estiverem precisando.
17. Imitarei Jesus e perdoarei alguém que me incomodar.
18. Pedirei pelas pessoas que passam fome e não comerei doces.
19. Rezarei uma Ave Maria para demostrar à Virgem o meu amor por ela.
20. Hoje não vou brigar com os meus irmãos.
21. Saudarei com carinho as pessoas encontrarei.
22. Hoje pedirei a Santíssima Virgem pelo meu país.
23. Lerei no Evangelho de Lucas 2, 1-20: O nascimento de Jesus
24. Abrirei o meu coração a Jesus para que ele possa nascer dentro de mim.
No Brasil, cidade da primeira Igreja da Medalha Milagrosa é marcada pelo “Milagre da Chuva”
REDAÇÃO CENTRAL, 27/11/2020 (ACI).- No sul de Minas Gerais, Monte Sião é uma cidade que pode ser considerada uma terra de graças, mais especificamente, terra de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Lá está situada e primeira Igreja do mundo dedicada a esta devoção mariana e onde, por intercessão da Virgem, a população viu acabar um período de seca.
Em 1830, na França, Nossa Senhora apareceu para a Irmã Catarina de Labouré e lhe pediu que cunhasse medalhas conforme lhe era mostrado: a Virgem com os braços estendidos, dos quais saiam raios de luz, em pé sobre um globo, pisando em uma serpente, com a inscrição “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós” ao seu redor; na parte de trás, a letra “M” com uma cruz por cima e, em baixo, o coração de Jesus, rodeado por uma coroa de espinhos, e o coração de Nossa Senhora, transpassado por uma espada, e ao redor, doze estrelas.
À religiosa, Maria prometeu abundantes graças aos que usassem essa medalha. A devoção logo se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil. Já em 1849 – apenas 19 anos após as aparições na França –, foi construída a primeira Igreja dedicada à Medalha Milagrosa, em Monte Sião (MG).
Segundo o site da Arquidiocese de Pouso Alegre, no ano das aparições da Virgem à Santa Catarina Labouré, a região de Monte Sião era habitada por cerca de 105 famílias católicas, não havia Igreja nem padre e a comunicação era precária. Mas, os relatos indicam que, por volta de 1838, quando o lugarejo foi “elevado a arraial do Jabuticabal, a devoção da Medalha Milagrosa já estava ali”.
Em 29 de março de 1949, foi autorizada a edificação da capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Sua respectiva bênção oficial ocorreu a 13 de abril de 1850.
Entretanto, a história mais marcante das graças concedidas a esse povo pela Virgem Maria se deu em torno da imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa do altar-mor da Igreja. A peça foi trazida de Portugal, em 1860, e, em 1937 foi retirada de lá, a pedido do então Bispo, pois possuía traços femininos e sensuais que delineiam seu busto e cintura.
Publicado por Santuário da Medalha Milagrosa em Sexta-feira, 22 de novembro de 2019
A imagem foi levada para uma capela na zona rural e os fiéis logo sentiram por sua ausência. Após essa data, conforme assinalam os relatos, a cidade “foi assolada por uma grande seca”, até 1939.
Segundo relatos, chovia normalmente em todas as cidades da região, menos em Monte Sião, e o povo associava a falta de chuva, à ausência da imagem da Padroeira.
Foi então que um grupo de fiéis decidiu solicitar ao padre que a imagem fosse colocada novamente no altar-mor e, a poder de muito questionamento foi permitida a volta da imagem da Padroeira.
Isto aconteceu no dia 5 de novembro de 1939. Era uma tarde ensolarada, quando a procissão composta pelo pároco, autoridades, banda de música e principalmente o povo, trazia o andor com a Imagem da Padroeira. Chegando na entrada da cidade começou a cair os primeiros pingos e em seguida uma grande chuva, fazendo com que a própria imagem e os seus fiéis devotos entrassem na Igreja todos molhados. A ocasião foi chamada “Dia do Milagre da Chuva”.
A partir de então, as plantações prosperaram, as criações não morreram mais e o ciclo da chuva voltou ao normal.
Esta foi a primeira das muitas graças que a população de Monte Sião recebe ainda hoje sob a intercessão de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.
Publicado por Santuário da Medalha Milagrosa em Domingo, 7 de junho de 2020
A história desse lugar e o grande fluxo de devotos que recebe fizeram com que, em 5 de novembro de 1999, Igreja Matriz fosse elevada a Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, um local que vive com especial fervor o dia 27 de novembro, ao celebrar sua padroeira.
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Papa Francisco abençoa imagem da Virgem da Medalha Milagrosa https://t.co/tAkA0TzgTy
— ACI Digital (@acidigital) November 11, 2020
O cristão pode ser nostálgico? Veja o que o Papa Francisco explicou
Vaticano, 27/11/2020 (ACI).- O Papa Francisco advertiu que o cristão deve ter um coração bem orientado, de forma que não ceda à tentação da nostalgia, que é verdadeiramente "uma patologia espiritual".
Assim indicou o Santo Padre na sua mensagem de vídeo enviada aos participantes da décima edição do Festival da Doutrina Social da Igreja que se realiza em Verona (Itália), de 26 a 29 de novembro, sob o lema "Memória do futuro".
Depois de recordar o saudoso sacerdote Adriano Vincenzi, promotor do festival, o Papa Francisco disse que o tema desta edição lembra que “para nós, cristãos, o futuro tem um nome e este nome é ‘esperança’. A esperança é a virtude de um coração que não se fecha na escuridão, não para no passado, não sobrevive presente, mas sabe ver o amanhã”.
“Para nós, cristãos, que significa o amanhã? É a vida redimida, a alegria do dom do encontro com o amor trinitário. Neste sentido, ser Igreja significa ter o olhar e o coração criativos e orientados escatologicamente, sem ceder à tentação da nostalgia, que é, a todos os efeitos, uma verdadeira ‘patologia espiritual’”, sublinhou o Pontífice.
Francisco disse em seguida que “um pensador russo, Vjačeslav Ivanovič Ivanov, afirma que somente o que Deus lembra existe verdadeiramente. Por isso, a razão da dinâmica dos cristãos não é reter nostalgicamente o passado, mas ter acesso à memória eterna do Pai, e isto é possível vivendo uma vida de caridade”.
Desta forma, “não a nostalgia que bloqueia a criatividade e nos torna pessoas rígidas e ideológicas também no âmbito social, político e eclesial”. Mas a memória “intrinsecamente relacionada ao amor e à experiência, que se torna uma das dimensões mais profundas da pessoa humana”.
Depois de recordar a importância de termos recebido o dom da vida eterna no Batismo, o Papa nos encoraja a viver a caridade com os outros, para que “toda a nossa vida seja de algum modo uma liturgia, uma anamnese, isto é, uma memória eterna. da Páscoa de Cristo ”.
Desta forma, sublinhou, a festa deste ano afirma que “viver a memória do futuro significa empenhar-se a fazer de modo que a Igreja, o grande povo de Deus, possa constituir na terra o início e o broto do reino de Deus”.
Esta atitude “nos ajuda a superar a tentação da utopia, de reduzir o anúncio do Evangelho no simples horizonte sociológico ou de nos comprometer no marketing das várias teorias econômicas ou facções políticas”.
“No mundo, é preciso estar com a força e a criatividade da vida de Deus em nós: assim, saberemos fascinar o coração e o olhar das pessoas ao Evangelho de Jesus, ajudaremos a fazer fecundar projetos de nova economia inclusiva e de política capaz de amor”, concluiu o Santo Padre.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Relatório revela que pandemia da COVID-19 agravou perseguição contra cristãos
Roma, 27/11/2020 (ACI).- A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), que está presente em 23 países, revelou num recente relatório global que a pandemia da COVID-19 agravou a perseguição, sequestro e a “prisão injusta” de cristãos em algumas partes do mundo.
No dia 25 de novembro, a fundação pontifícia publicou o relatório "Libertem os prisioneiros", que descreve a situação dos cristãos perseguidos que são sequestrados em todo o mundo. O documento narra o sequestro e detenção de cristãos por atores estatais e não estatais.
O relatório assinala que “o impacto devastador e sem precedentes da COVID-19 em todo o mundo” teve “uma influência direta nas tendências relacionadas à prisão injusta”, especialmente em países onde a perseguição contra os cristãos é um problema agudo.
“Em todo o mundo, os militantes, tanto aqueles que simpatizam com o Daesh [Estado Islâmico] como aqueles com uma perspectiva muito diferente, incluindo extremistas de outras tradições religiosas, atacam as minorias religiosas com uma regularidade alarmante”, assinala.
De acordo com a pesquisa, "há uma tendência perturbadora de que os atores estatais detenham injustamente membros de minorias religiosas". Além disso, indica que a detenção de cristãos, que implica prisão ilícita e sequestro, é uma das formas de perseguição mais frequentes, prevalentes e mais graves, que implicam atos de violência.
Cerca de 309 cristãos são "presos injustamente" a cada mês nos 50 países onde a maioria dos crimes são cometidos e, de acordo com Open Doors, mais de mil foram sequestrados em 2019. Na prisão, os cristãos enfrentam julgamentos simulados, detenções arbitrárias, tortura e superlotação nos presídios.
Um fato importante a ser mencionado é que nos primeiros meses de 2020, quando a pandemia da COVID-19 se espalhou rapidamente por todo o mundo, as prisões estatais de cristãos diminuíram e alguns prisioneiros foram libertados à medida que os países se concentravam em combater a pandemia.
No entanto, em alguns casos, a perseguição contra os cristãos aumentou em gravidade à medida que a pandemia se espalhava e que alguns países voltavam a abrir as suas fronteiras depois dos fechamentos decretados para evitar a propagação do vírus.
A disseminação da COVID-19 fez com que alguns tribunais fechassem parcial ou totalmente, atrasando julgamentos de cristãos na prisão sob acusações baseadas na fé.
O relatório indica que, dado que as igrejas interromperam os serviços religiosos presenciais durante o fechamento de fronteiras e os transmitiram online, alguns governos aproveitaram a oportunidade para aumentar a vigilância sobre os cristãos. Por exemplo, segundo o relatório, as imagens mostravam a polícia da província chinesa de Fujian invadindo um serviço religioso clandestino em maio e retirando os participantes da reunião.
Assinalaram que os estados e grupos militantes usaram o fechamento de fronteiras e a ocupação de governos mundiais na luta contra o vírus da COVID-19 para realizar mais ataques contra os cristãos.
Por exemplo, na Nigéria, os militantes Fulani intensificaram os ataques contra aldeias habitadas por cristãos. Em abril deste ano, houve uma onda de ataques de três dias em que esses radicais sequestraram 13 cristãos no estado de Kaduna, mataram outros 13 e fizeram com que mil pessoas fugissem de suas casas.
“Este assassinato é mais perigoso que o coronavírus. É incessante. Apelo ao governo para que tenha misericórdia e venha em nosso auxílio”, disse o chefe tribal local Ronku Aka.
Na China, a repressão governamental contra grupos cristãos clandestinos aumentou, enquanto o resto do mundo estava ocupado lutando contra a pandemia da COVID-19.
De acordo com o relatório, um documento vazado do governo de Xinhiang, denominado "Lista Karakax", que apresenta em detalhes "o internamento de 311 pessoas", "reflete a maneira como o Partido Comunista da China codificou seu medo intrínseco à religiosidade e à diferença etnia em um sofisticado conjunto de critérios para a internação”.
Um terço das prisões sem acusação e por razões religiosas de cristãos ocorreram na China em um período de 12 meses. De novembro de 2018 a outubro de 2019, Pequim prendeu sem acusações mais de 1.100 cristãos "por motivos religiosos".
“Em setembro de 2019, quase 2 milhões de pessoas, a maioria muçulmana no estado de Assam, fazem parte de uma acentuada deterioração no tratamento dado pelo governo aos cristãos, com demolições de igrejas, destruição de cruzes e outros símbolos religiosos e interferências do estado em quase todos os aspectos da vida da Igreja”, indica.
Assim que as comunidades começaram a reabrir após o fechamento, alguns governos restabeleceram a vigilância das comunidades cristãs. Por exemplo, no Irã, agentes de inteligência prenderam uma dúzia de cristãos em três cidades (Karaj, Malayer e a capital Teerã) em julho.
Na Nigéria, os cristãos enfrentam sequestros generalizados por militantes jihadistas e há mais de 220 prisioneiros cristãos a cada ano. Houve também um "aumento" dos sequestros de sacerdotes, meninas e religiosos.
O Arcebispo de Abuja, Dom Ignatius Ayau Kaigama, expressou sua preocupação com “o sequestro de católicos, sacerdotes e irmãs, o medo e o trauma psicológico induzido por fanáticos e militantes”, disse.
Em países como o Paquistão e o Egito, mulheres cristãs são sequestradas e submetidas a conversões e casamentos forçados. Só em 2018, houve mil casos de casamentos forçados de mulheres cristãs e hindus na província de Sindh, no Paquistão.
A Coreia do Norte é conhecida por ser um dos piores perseguidores dos cristãos. Existem mais de 50 mil cristãos presos em campos de trabalhos forçados, este grupo representa cerca de 50% do total dos detidos nessas circunstâncias.
De acordo com o relatório, na Eritreia, que alguns chamam de “Coreia do Norte da África”, mais de mil cristãos estão detidos injustamente e, em apenas quatro meses, de maio a agosto de 2019, cerca de 300 cristãos não registrados foram presos.
O relatório também destaca casos particulares de cristãos que sofreram nos últimos anos por causa de sua fé, como o bispo James Su Zhimin (China), que dirigiu uma carta ao governo da China defendendo a liberdade religiosa e depois foi preso durante uma procissão na Igreja. O prelado foi visto pela última vez em novembro de 2003, em um hospital de Baoding, escoltado por guardas de segurança.
Além disso, recorda o caso de Asia Bibi, que foi presa e enfrentou a pena de morte no Paquistão sob a acusação de blasfêmia, que mais tarde foi provada ser falsa, e agora vive exilada no Canadá com sua família para estar fora de perigo. Além disso, menciona-se o caso do Patriarca Antonios da Eritreia, que está em prisão domiciliar desde 2007.
Existem também os casos de Leah Sharibu (Nigéria), uma menina sequestrada da escola onde estudava nas mãos do Boko Haram por se recusar a renunciar à sua fé; e Maira Shahbaz (Paquistão), uma menina que foi sequestrada, estuprada, forçada a renunciar à sua fé cristã e casada à força com um muçulmano, e que, embora libertada, agora está escondida com sua família após sofrer uma tentativa de assassinato .
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Rússia controlará mosteiro armênio em zona disputada com o Azerbaijão https://t.co/d8HwTwuMjQ
— ACI Digital (@acidigital) November 26, 2020
VIRAL: Sem perder a reverência, padre tem crise de riso quando corda de violão arrebenta
BELÉM, 27/11/2020 (ACI).- Padre Fabrício Rodrigues, da na Paróquia São Félix de Valois, em Marabá (PA), se tornou viral nos últimos dias por um motivo um pouco inusitado: enquanto celebrava a Missa o sacerdote teve uma crise de risos porque a corda do violão arrebentou no meio de uma música.
O caso ocorreu em 12 de junho, entretanto, o vídeo viralizou nos últimos dias após ser publicado por um fiel nas redes sociais. Sem perder a reverência, Pe. Fabrício bem que tentou, mas não conseguiu segurar o riso.
Conhecido nas redes como um sacerdote bem humorado, ele possui milhares de seguidores. E o próprio presbítero compartilhou o vídeo em seu canal do Youtube, com o título “Padre tem crise de riso, durante a missa. (foi eu mesmo kk)”.
“Eu sempre tratei as redes sociais como uma forma de me divertir e interagir com pessoas religiosas e até mesmo as que não são. No entanto, eu jamais imaginaria que do dia para a noite teria uma explosão muito significativa que não alcançou somente o Brasil, mas também outros países”, declarou o padre ao portal UOL.
Sobre o episódio, Pe. Fabrício assinalou que também gosta de música e canta, “mas quando uma corda arrebenta é muito constrangedor para quem está tocando”.
“Ao mesmo tempo o barulho soou muito engraçado para mim. Embora eu não tentasse rir ou segurar, eu não conseguia. Comecei a rir. Abaixei a cabeça para tentar disfarçar um pouco, mas não teve jeito”, declarou.
Dias depois de o vídeo viralizar, Pe. Fabrício entrou novamente na brincadeira e postou uma foto com o violão consertado em seu perfil do Instagram.
Ao UOL, o sacerdote contou que, após o episódio, alguns fiéis deram um novo jogo de cordas de violão para o músico.
Confira também:
Fotos de menino “celebrando Missa” viralizam e comovem as redes https://t.co/NlHVon7vjb
— ACI Digital (@acidigital) September 10, 2020
Mais de 200 pessoas contagiadas com Covid-19 em abrigo católico e milagrosamente sobreviveram
Lima, 27/11/2020 (ACI).- O Secretário-Geral de Cáritas Lurín (Peru), Pe. Omar Sánchez Portillo, contou como 240 dos 262 moradores da casa que dirige, a maioria deles frágeis e vulneráveis, salvaram-se após serem infectados pelo coronavírus COVID-19.
Padre Omar é diretor da Casa Abrigo da Associação das Bem-aventuranças, localizada em Lima (Peru). Este local acolhe bebês, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos que tenham sido declarados abandonados ou em processo de investigação tutelar, portadores de doenças físicas, psiquiátricas e/ou necessidades educacionais especiais.
Em entrevista à revista Somos, do jornal El Comercio, o sacerdote revelou que "240" pessoas estavam infectadas, mas que todas ficaram "absolutamente assintomáticas".
“O caso zero foi um idoso que recebemos. Ele infectou a enfermeira, que tem contato direto com 80% da casa. Mas, que 100% dos infectados tenham sido assintomáticos é um milagre”, disse Pe. Omar.
Recordou que no abrigo existem "pessoas muito frágeis e vulneráveis", e muitas delas "usam oxigênio por outros motivos", como diabetes. No entanto, garantiu que "nada" aconteceu com eles e "todos passaram pela covid-19 sem um grande quadro de gravidade, graças a Deus".
Disse que ele e outras 17 pessoas não foram infectados com a doença. “E curiosamente, somos nós que mais temos contato com as pessoas de fora. Nós que organizamos a distribuição de refeições e cestas básicas por toda Lima”, disse.
“Se eu for infectado, eu morro. Tenho diabetes, problema de coração e obesidade, por isso ganhei na loteria com o tema. Existe confiança em Deus e nós também nos cuidamos. Peço-lhe ajuda e ele o faz dando-me a inteligência para ser cauteloso", contou o sacerdote ao jornal El Comercio.
Pe. Omar é conhecido por ter distribuído centenas de milhares de cestas básicas aos mais necessitados devido à pandemia da COVID-19 no sul de Lima e em vários outros distritos.
Segundo informou a revista, sua campanha beneficente conseguiu arrecadar "mais de 257 mil cestas básicas". No entanto, revelou também que iniciou um novo projeto “que visa contribuir para a resolução dos problemas de sempre: desnutrição, má-nutrição, tuberculose [tuberculose]”.
“Já não queremos mais dar apenas cestas, mas organizá-los para que eles possam se sustentar sozinhos”, disse, e explicou que estão ensinando as pessoas “a classificar o lixo, a fazer hortas orgânicas, a usar painéis solares” para que se tornem “protagonistas da solução do seu problema”.
Entre outras atividades lideradas pelo Pe. Omar, a Diocese de Lurín também doou dezenas de cilindros de oxigênios para pacientes da COVID-19, organizou oficinas para mulheres serem empreendedoras e fornecem um projeto de medicina gratuita.
“Além disso, alugamos 77 espaços para famílias que foram despejadas por não poderem pagar o aluguel de suas casas por estarem sem trabalho”, acrescentou.
Ele informou ainda que a instalação de uma estação de oxigênio dentro de casa já está pronta para atender aos mais afetados pela pandemia.
Sobre o dinheiro necessário para custear as despesas das atividades sociais, disse que é preciso arrecadar 55 mil dólares por mês.
“Mantemos a casa e três creches. Desse montante, 57% é coberto por pessoas ou empresas que doam mensalmente em dinheiro ou com produtos. Há um grupo brasileiro que não deixa faltar frango; tem outra pessoa que doa arroz e óleo; outra que nos paga a conta de luz; outra água. Os 43% restantes são providência. É o que vem todos os dias nas doações”, afirmou.
Em outro momento, comentou que esse trabalho “não para de crescer”. “No ano passado éramos 180; agora 262”, acrescentou.
“É verdade, eu recebo ajuda, mas isso me permite atender mais pessoas. Agora vamos fazer workshops para empoderar as mulheres da Villa. Queremos fazer uma sorveteria, que Häagen-Dazs se prepare... confecções e sapatarias. A chave para ajudar está nos empreendimentos sociais”, indicou.
No final da entrevista, o Pe. Omar disse que se sente "comovido pelos gestos de solidariedade do povo e das instituições".
“Não tive tempo de me sentir deprimido, isolado. Eu vejo maravilhas todos os dias. Há um salmo que sempre repito: ‘O Senhor fez por nós grandes coisas; ficamos exultantes de alegria!’”, concluiu.
Para fazer uma doação à Casa Abrigo da Associação das Bem-aventuranças, ingresse AQUI.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Iniciativa vaticana incentiva jovens a compartilhar nas redes sociais lembranças com idosos
Vaticano, 27/11/2020 (ACI).- O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida convidou os jovens a compartilhar nas redes sociais uma lembrança com alguns conselhos que receberam de um idoso.
Esta é a iniciativa “Um presente de sabedoria” com a qual este dicastério vaticano visa promover a palavra dos avós e dos idosos no Natal.
“Hoje, no difícil clima de um Natal ainda envolto pela pandemia, propomos aos jovens que publiquem nas redes sociais uma lembrança, um conselho, um presente de sabedoria de um dos idosos com quem estabeleceram vínculo nos últimos meses", indicou o dicastério em um comunicado.
Para participar, o escritório vaticano descreveu que “é possível postar as palavras dos avós e dos idosos nas redes sociais por meio da hashtag #aGiftOfWisdom”.
Além disso, o dicastério vaticano lembrou que “devido à pandemia, muitos idosos vivem sozinhos” e destacou que “você pode construir laços com cada um deles: será uma forma de descobrir um tesouro!”.
No entanto, reconheceu que “infelizmente, em muitos casos, o encontro só pode ocorrer à distância, de acordo com as normas sanitárias em vigor, com vídeo-chamadas, chamadas telefônicas, mensagens”.
Nesse sentido, este departamento vaticano lançou em julho de 2020 a campanha "Cada idoso é teu avô", na qual incentivou os jovens de todo o mundo a "fazer um gesto de ternura para com os idosos que se sentem sós, porque cada idoso é seu avô e sua avó e precisa de você!”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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No dia dos avós, Papa convida a realizar um gesto de ternura para com os idosos https://t.co/zvg7Q051Sc
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“A família constitui a primeira comunidade educativa”, recordam
MADRI, 27/11/2020 (ACI).- A Comissão Permanente do Fórum de Leigos da Espanha enviou uma declaração na qual especificava que seguiram “com preocupação” a tramitação da nova lei educacional e, segundo ressaltam, “o campo da Educação é um dos pilares fundamentais da nossa sociedade que deve ser preservado para o bem das pessoas e pensando no futuro”.
O Fórum de Leigos Espanha é composto por um grande número de associações e movimentos laicais da Igreja Católica Espanhola e constitui um âmbito de diálogo, reflexão, formação e projeção social, ética e religiosa.
Enfatizam que “a pessoa deve estar sempre no centro de qualquer processo educativo; é necessário salvaguardar o seu valor e a sua dignidade”, que “a família constitui a primeira comunidade educativa e é imprescindível garantir a liberdade dos pais na educação dos filhos” e que “o ensino é o grande suporte para a transformação da sociedade” .
Desse modo, destacam que é “urgente e essencial continuar apostando na educação integral com todas as suas facetas, humana, científica, cultural, espiritual, e por isso consideramos imprescindível uma formação moral em valores e uma espécie de religião que não se desvalorize”.
Do Fórum de Leigos também reforçam que se trata de um tema tão importante que seria "imprescindível que fosse abordado desde o maior consenso social e sobre a base de um diálogo profundo” e destacam que “não pode haver uma lei educativa cada vez que mude o lado político no governo” e, por isso, exortam a “trabalhar pensando no futuro e naqueles que irão vivê-lo”.
Expressaram também o desejo de "uma escola voltada para as pessoas mais vulneráveis, lutando por conquistar a igualdade de oportunidades para seus alunos e com recursos suficientes para garantir a gratuidade".
Do mesmo modo, agradeceram as numerosas iniciativas lançadas para evidenciar a importância de um Pacto Educativo Global e recordaram as palavras do Papa Francisco nas quais afirma que “hoje é necessária uma etapa renovada de compromisso educativo, que envolva todos os componentes da sociedade".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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3 chaves essenciais para a educação explicadas pelo Papa Francisco https://t.co/zqOb3Bdd2G
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Relatório mostra dura perseguição religiosa contra fiéis na Coreia do Norte
Roma, 27/11/2020 (ACI).- O Centro de Banco de Dados para os Direitos Humanos da Coreia do Norte (NKDB) revelou seu último relatório sobre liberdade religiosa no país asiático, onde se confirma que os fiéis sofrem perseguição e repressão.
Desde 2007, o NKDB publica um relatório anual sobre a realidade da religião na Coreia do Norte, com base nos fragmentos de informações disponíveis, especialmente o depoimento dos fugitivos.
De acordo com Asia News, a perseguição na Coreia "está entre as mais duras do mundo", onde o regime governante transformou as crenças religiosas "em uma atividade antiestatal" que é punível como "crime político".
“Uma visão clara da situação é impossível por causa das poucas informações que vazam por trás da cortina de ferro existente”, disse.
Este ano, o NKDB conseguiu recolher o testemunho de 1.234 pessoas, que confirmaram a “proibição de todas as atividades religiosas e a dura perseguição aos fiéis”.
O relatório destaca que cerca de 46% dos entrevistados confirmam que “as pessoas envolvidas em atividades religiosas são encaminhadas para campos de trabalhos forçados” e 38,6% afirmam não saber das punições por não possuírem informações sobre a religião.
O Centro indicou que a perseguição religiosa aumentou depois que Kim Jong-un "emitiu uma ordem em abril de 2014 para 'prender pessoas que tinham contatos com o cristianismo".
De acordo com Asia News, desde então as forças de segurança do país têm procurado ativamente os fiéis religiosos dentro da Coreia do Norte e entre os fugitivos, com a ajuda da embaixada em Pequim (China).
No entanto, o relatório destacou que, apesar da perseguição religiosa, o número de pessoas que “tiveram a experiência de ver uma Bíblia” aumentou 4% a cada ano.
“Antes de 2000, apenas 16 pessoas afirmavam ter tido essa experiência. Depois de 2000, até 559 fugitivos norte-coreanos dizem que 'viram uma Bíblia'”, indicou.
Para obter mais informações sobre o relatório, pode escrever para NKDB em nkdb.org@hotmail.com.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Relatório revela que pandemia da COVID-19 agravou perseguição contra cristãos https://t.co/rmLGsrir2M
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A Bielorrússia se dirige para uma guerra civil? Bispos pedem diálogo diante da crise política
Vilnius, 27/11/2020 (ACI).- A Bielorrússia encontra-se em uma instabilidade política e social após as eleições de 9 de agosto, nas quais o presidente Aleksandr Lukashenk, que está no cargo desde 1994, foi reeleito. Ele fez algumas declarações recentemente defendendo a nacionalização a Igreja no país.
Os grupos de oposição denunciaram a manipulação das eleições e, desde então, ocorrem manifestações contra o presidente.
Nesse contexto, o governo de Lukashenko iniciou uma tendência autoritária que visa restringir ainda mais a liberdade dos cidadãos impedindo grupos de protestos. Nessa estratégia, também iniciou uma campanha contra as autoridades religiosas e, em particular, contra a Igreja Católica no país.
Na verdade, o presidente Lukashenko já defendeu a nacionalização da Igreja no país. Além disso, o Arcebispo de Minsk e Presidente dos Bispos da Bielorrússia, Dom Tadeusz Kondrusiewicz, ainda se encontra no exílio sem possibilidade de retornar ao país, após ter sido bloqueado em 31 de agosto quando tentou cruzar a fronteira após ter viajado à Polônia para participar em uma festa mariana.
Como se isso não bastasse, seu auxiliar, Dom Yury Kasabutsky, também foi repreendido pelo governo com a acusação de ter estigmatizado algumas das prisões contra os manifestantes.
No dia 21 de novembro, Dom Kondrusiewicz viajou a Vilnius, Lituânia, onde celebrou a Missa para a comunidade bielorrussa por ocasião da festa da Mãe da Divina Misericórdia. Foi a segunda vez que ele pôde celebrar em sua própria língua desde o início do exílio.
Antes de iniciar a Missa, o Arcebispo de Minsk assinalou que a Bielorrússia "atravessa uma crise sócio-política invisível há três meses e não tem fim à vista, o que poderia levar a uma guerra civil".
Por isso, pediu aos fiéis que rezem pela Bielorrússia, recordando que “sabemos que uma sociedade dividida será destruída, como assinalou Jesus Cristo. Queremos que a nossa pátria esteja viva e que seja feliz”.
Dom Kondrusiewicz também reforçou que a Igreja é “contra a violência, contra a mentira, a injustiça. Condenamos tudo isso”. Ao mesmo tempo, sublinhou que a Igreja “também é capaz de perdoar aqueles que fazem mal. Não é fácil, mas devemos ter a cruz de Jesus Cristo diante dos nossos olhos”.
Por fim, afirmou que o amor a Deus e ao próximo são “a maior graça para a nossa sociedade”.
Por outro lado, em uma mensagem divulgada na última quinta-feira, 25 de novembro, os bispos bielorrussos pediram "uma solução pacífica" para a crise.
“A violência não cessa, o sangue continua sendo derramado, a sociedade continua dividida. Isso não prevê um futuro feliz”, lamentaram os prelados.
Recordaram que “a Igreja Católica, guiada pelo Evangelho e pela doutrina social construída sobre ele, se opõe e condena a violência, a anarquia, a injustiça e a falsidade”.
Da mesma forma, assinalam que “a Igreja pede uma solução pacífica para os problemas, através do diálogo em um espírito de amor a Deus e ao próximo, no cumprimento da lei de Deus e da lei humana”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Presidente dos bispos católicos teve sua entrada negada na Bielorrússia https://t.co/HEy3wa8DTP
— ACI Digital (@acidigital) September 1, 2020