Um católico pode se casar com alguém de outra religião?
REDAÇÃO CENTRAL, 20/11/2020 (ACI).- Um sacerdote no Brasil disse que “um casamento entre um católico e um evangélico não tem como dar certo”, enquanto celebrava a união de duas pessoas de religiões diferentes.
“Eu não acredito que pessoas de religiões diferentes devam se misturar. Católico tem que casar com católico. Evangélico tem que casar com evangélico”, foram as palavras de Padre Ricardo para os noivos Maria Fernanda e Jeferson, segundo indicou este último em junho de 2017.
Diante dessa situação, cabe perguntar: A Igreja Católica aceita o matrimônio de católicos com pessoas que não professam a mesma fé?
A resposta é sim, e o nome que se dá a esta figura é “matrimônio misto”. Isso ocorre quando se casam duas pessoas cristãs, das quais uma foi batizada na Igreja Católica e a outra está vinculada a uma igreja que não está em plena comunhão com a Igreja Católica.
A Igreja regula a preparação, celebração e o posterior acompanhamento desses casais, segundo o Código de Direito Canônico nos cânones 1124 a 1128. Também oferece orientações no diretório de Ecumenismo (números 143-160) para velar pela dignidade do matrimônio e a estabilidade de uma família cristã.
Os matrimônios mistos também podem ocorrer entre católicos e pessoas de outra religião. Para um matrimônio misto se requer a licença expressa da autoridade competente, ou seja, do bispo.
Para outorgar a licença do matrimônio misto deve se dar três condições estabelecidas pelo Código de Direito Canônico no numeral 1125.
1. A parte católica declare estar disposta a evitar os perigos de abandonar a fé, e faça a promessa sincera de se esforçar para que todos os filhos venham a ser batizados e educados na Igreja católica;
2. Dê-se oportunamente conhecimento à outra parte destas promessas feitas pela parte católica, de tal modo que conste que se tornou consciente da promessa e da obrigação da parte católica;
3. Ambas as partes sejam instruídas acerca dos fins e das propriedades essenciais do matrimônio, que nenhuma delas pode excluir.
Além de recordar que este tipo de matrimônios apresentam uma série de desafios adicionais que devem ser superados, o Código de Direito Canônico estabelece no cânon 1126 que “compete à Conferência episcopal estabelecer tanto as normas sobre o modo como se devem fazer estas declarações e promessas, que se exigem sempre, como determinar o modo pelo qual delas conste no foro externo e como a parte não católica delas tome conhecimento”.
Confira também:
Divorciados em nova união estão excomungados? Sacerdote explica isso https://t.co/y2hW2UfCw2
— ACI Digital (@acidigital) October 18, 2019
Quais tentações um exorcista enfrenta?
REDAÇÃO CENTRAL, 20/11/2020 (ACI).- Pe. Doriam Rocha Vergara, um dos sacerdotes exorcistas mais jovens do mundo, decidiu revelar quais são as maiores tentações que enfrenta diariamente no exercício do seu ministério.
Em conversa com o Grupo ACI em 9 de novembro, assegurou que as tentações o perseguem especificamente no prazer, no poder e no ter.
1. Tentação do dinheiro
“Eu tenho a tentação do dinheiro. Meus irmãos sacerdotes pensam que eu sou o padre rico. Que tudo o que eu toco transformo em dinheiro. As pessoas pensam que eu sou rico”, disse o sacerdote.
2. Tentação das mulheres
Pe. Doriam afirma que há muitas mulheres que, por ser jovem e pela sua maneira de falar, pensam que é “diferente dos outros homens”.
“Isso desperta uma grande admiração e querer chegar a namorar com o Pe. Doriam. Normalmente são mulheres muito bonitas e muito formosas”, manifestou.
3. Tentação da desobediência
“Tentações de desobediência, rebeldia e soberba que muitas vezes tiram a glória de Deus. Quando um bispo me diz que não posso ir a certo lugar, por exemplo. Entretanto, nunca o desrespeitei”, assegurou o Pe. Doriam.
4. Tentação de reconhecimento e fama
O sacerdote indica que isso acontece quando um canal lhe “oferece visibilidade ou uma editora quer começar a receber os seus escritos”.
“Com relação ao tema do exorcismo não pode haver fama”, afirmou.
5. Tentações em sua família
“A família pensa que você é o solucionador de todos os problemas. Tanto emocionais quanto econômicos”, indicou o padre.
6. Tentação da soberba
Finalmente, Pe. Doriam manifestou que outra tentação que ele tem “é tornar-se uma pessoa que faz ‘mágicas’. De ter dons para curar, libertar, etc”.
A superação das tentações
Para superar as tentações, Pe. Doriam explicou que às vezes tem que fazer “autoexorcismos”, ou seja, orações que os exorcistas rezam para se protegerem.
Do mesmo modo, assegurou que não assiste televisão no seu quarto, não tem computador, não toma bebidas alcoólicas nem consome tabaco, e tem uma exigente vida de oração. Entre as orações estão: o Santo Rosário, o Santo Ofício, Laudes, Ângelus, Oração da Divina Misericórdia, Vésperas e Completas.
Finalmente, Pe. Doriam assegurou que o mais importante para ele é celebrar a Eucaristia diariamente.
“Não há um só dia na minha vida que não celebro a Eucaristia, com as pessoas ou sozinho. Ao lado do meu quarto, tenho uma capela, um oratório onde está o Santíssimo e a presença da Santíssima Virgem Maria”, destacou.
Confira também:
O que um exorcista reza diariamente para se proteger do demônio? https://t.co/6wXHqZa0pa
— ACI Digital (@acidigital) November 10, 2020
Por que Deus permite o mal? Bispo responde
San Sebastián, 20/11/2020 (ACI).- O Bispo da diocese espanhola de San Sebastián, Dom José Ignacio Munilla explicou por que Deus permite o mal no mundo e lembrou que Deus permitiu a cruz de Jesus Cristo, que é o maior mal de todos os tempos “porque daquela cruz de Jesus Cristo veio a salvação do mundo. A sua salvação e a minha”.
Dom Munilla comenta em seu canal no Youtube o compêndio do Catecismo da Igreja Católica. Nessa ocasião, explicou por que Deus permite o mal no mundo, que consta no número 58 do Compêndio da Igreja Católica.
Nele se explica que “a fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o bem. Deus realizou admiravelmente isso mesmo na morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do maior mal moral, a morte do Seu Filho, Ele retirou os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa redenção”.
Dom Munilla lembrou que “o mal não veio de Deus, mas Ele criou um mundo com uma liberdade na qual é possível a existência do mal derivado do pecado”.
E, nesse sentido, enfatizou que "Deus não permitiria o mal se dele não fizesse sair o bem”.
“Deus é todo-poderoso, infinitamente bondoso e seu poder se manifestou na criação do mundo do nada, algo que somente Deus pode fazer. Isso supõe uma onipotência infinita, mas a onipotência que se requer para tirar bem do mal é ainda maior que a necessária para criar o mundo do nada”, explicou o Bispo de San Sebastián.
Além disso, explicou que "aquela obra de Redenção na qual Deus tira os bens dos males, é o momento culminante da Revelação de Deus infinitamente poderoso e misericordioso".
No Catecismo da Igreja Católica, no numeral 312, fala-se sobre este tema no episódio do Gênesis no qual José havia sido vendido por seus irmãos como escravo e levado para o Egito, onde passou a ser ministro.
Houve uma grande fome e seus irmãos foram ao Egito para pedir ajuda, e foi o irmão que eles venderam como escravo que os salvou de perecer.
“José, que tinha sido vendido, diz aos seus irmãos: ‘Não, não fostes vós que me fizestes vir para aqui. Foi Deus. [...] Premeditastes contra mim o mal: o desígnio de Deus aproveitou-o para o bem [...] e um povo numeroso foi salvo’".
Dom Munilla destaca em relação a esta passagem do Gênesis que “foi Deus quem o permitiu, porque n’Ele há primazia e senhorio de Deus sobre a história, acima dos males e pecados, Deus sobrevoa com um desígnio de salvação que não entendemos, mas que Deus redireciona e reformula para que seja bom para o homem”.
Neste sentido, o Prelado recorda outros textos da história da espiritualidade, como o de Santa Catarina de Sena, que diz “tudo procede do amor, tudo está ordenado para a salvação do homem, e não com nenhum outro fim”.
São Paulo afirma também que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”.
Além disso, Dom Munilla explica que “quando caminhamos pelas cidades e nelas nos perdemos porque não seguimos as orientações do GPS, este nos diz “recalculando” e volta a nos introduzir.
Embora o Bispo de San Sebastián indique que se trata de "uma metáfora, uma imagem pode ajudar-nos a compreender como, no fundo, Deus não perde o fio da história e de reorientar os males do homem para o bem".
Do mesmo modo cita São Tomás Moro, que pouco antes de ser decapitado, escreve à filha e diz: "Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom".
“Que ato de confiança! Quantos bens derivaram do martírio de São Tomás Moro! Quantas pessoas no Reino Unido voltaram à igreja vendo este homem de bem”, ressaltou.
Nesse sentido, também se destaca a mística do século XIII, Juliana de Norwich, que diz: "Compreendi, pois, pela graça de Deus, que era necessário ater-me firmemente à fé [...] e crer, com não menos firmeza, que todas as coisas serão para bem".
Dom Munilla animou a unir-se a este ato de confiança de que "tudo será para o bem e fazemos nossa essa afirmação".
“Por que Deus permitiu a cruz de Jesus Cristo, que é o maior mal de todos os tempos? Porque dessa cruz de Jesus Cristo veio a salvação do mundo. A sua salvação e a minha”, afirmou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Se não sente a luta entre o bem e o mal está anestesiado, alerta o Papa. https://t.co/iXxKz0vbDd
— ACI Digital (@acidigital) October 25, 2019
7 santos que viveram a extrema pobreza
REDAÇÃO CENTRAL, 20/11/2020 (ACI).- Em 2017, o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres, que este ano foi celebrado no domingo, 15 de novembro. Os santos também sofreram com a pobreza e agora apresentamos sete deles que a viveram de forma extrema.
1. São Francisco de Assis
Ele é, provavelmente, o mais famoso dos santos pobres que deixou tudo para seguir o Senhor.
Nasceu em uma família rica, mas decidiu vender tudo o que tinha para dar aos pobres e viver na pobreza, na humildade e na compaixão.
Em 1210 escreveu a regra dos franciscanos, tendo a pobreza como fundamento de sua ordem, que se manifestava no modo de vestir, nos utensílios que usavam e em suas ações. Apesar de tudo, sempre pareciam felizes.
2. São João de Deus
Este santo de origem portuguesa deixou tudo e até fingia estar louco para expiar os seus pecados.
Foi levado a um manicômio e sofreu vários espancamentos, pois era assim que tratavam os loucos naquele tempo. Isso lhe permitiu descobrir que para curar os doentes primeiro deveria curar a alma.
Fundou um hospital para os pobres onde trabalhou incansavelmente por dez anos. Morreu em 1550 deixando a Ordem Hospitalar de São João de Deus como um legado.
3. Santo Inácio de Loyola
O fundador dos Jesuítas ou da Companhia de Jesus era o mais jovem dos filhos de uma rica família espanhola.
Quando se reencontrou com o Senhor, decidiu viver a pobreza e a penitência. Ele se vestia como um mendigo e vivia da providência.
Seu espírito foi compartilhado por seus primeiros companheiros, como São Francisco Xavier e São Pedro Fabro, entre outros.
4. Santa Bernadette Soubirous
A vidente de Nossa Senhora de Lourdes na França nasceu em uma família que padecia da mais absoluta pobreza. Às vezes, nem tinham comida.
As dívidas obrigaram os Soubirous a abandonar o engenho onde viviam e procurar uma casa com apenas um quarto, onde se alojava toda a família composta pelos pais e seus quatro filhos.
Para conseguir pão para os filhos, os pais Francisco e Luísa aceitavam todo o trabalho que encontravam.
5. Santo Domingo Savio
Ele era o mais velho dos cinco filhos de Ángel Savio, um mecânico muito pobre, e de Brígida, uma mulher que contribuía com a casa fazendo costura para os vizinhos.
Aos 12 anos, Domingos conheceu São João Bosco pela primeira vez e pediu-lhe que o admitisse gratuitamente na escola que o santo tinha para as crianças pobres.
No dia de sua primeira comunhão, escreveu a famosa resolução que diz: "Prefiro morrer a pecar."
Faleceu quando tinha apenas 14 anos.
6. São José Cupertino
O chamado “santo voador”, devido às suas muitas comprovadas levitações, veio ao mundo em um pobre barracão localizado ao lado de sua casa porque seu pai, um humilde carpinteiro, não tinha podido pagar as taxas que devia pela casa e ela havia sido embargada.
Aos 17 anos pediu para ser admitido na ordem franciscana, mas não foi aceito. Pediu para ser acolhido nos Capuchinhos e foi aceito como irmão leigo, mas depois de oito meses foi expulso porque era extremamente distraído.
José então se refugiou na casa de um parente rico, mas este dizia que o jovem "não era bom para nada" e o jogou na rua. Viu-se então obrigado a voltar à miséria e ao desprezo de sua casa.
A mãe implorou persistentemente a um parente franciscano que recebesse o menino como mensageiro no convento dos frades. Foi aí que começou sua impressionante vida de santidade.
7. São Diego de Alcalá
Este irmão franciscano, conhecido pelos muitos milagres operados por sua intercessão em vida, nasceu em uma família muito pobre em San Nicolás del Puerto, em Sevilha (Espanha).
Viveu toda a sua vida na pobreza e com os pobres, servindo-os com uma dedicação especial. Morreu em Alcalá de Henares onde foi porteiro e jardineiro em um convento durante sete anos.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
“Não posso calar mais este grito de dor”, diz religiosa sobre situação em Moçambique https://t.co/X7z84ZJtv1
— ACI Digital (@acidigital) November 17, 2020
Roma, 20/11/2020 (ACI).- O Cardeal Giovanni Angelo Becciu, afastado da Cúria Vaticana pelo Papa Francisco e forçado a renunciar a seus direitos cardinalícios devido a uma série de supostos atos de corrupção, denunciou ter sido vítima de perseguição jornalística que, segundo seus advogados, teria gerado como consequência a privação de sua condição de papável em um futuro conclave.
Em um editorial, a revista italiana L’Espresso informou ontem que o ex-cardeal Becciu apresentou uma denúncia por difamação nos tribunais italianos contra a publicação. A denúncia foi confirmada pelo cardeal em nota também divulgada em 18 de novembro.
“L'Espresso é acusado de condicionar não só o Papa no cargo, mas também o Espírito Santo, que poderia ter escolhido Becciu como seu sucessor”, indica-se no editorial.
Comunicado del Cardenal Becciu: Denuncia una campaña en su contra con una serie de acusaciones sin ningún fundamento pic.twitter.com/dlEs3B4pvv
— Miguel Pérez Pichel (@M_perez_pichel) November 19, 2020
O Cardeal reclama à publicação 10 milhões de euros como indenização pelos danos causados pelas informações divulgadas pelo L'Espresso. Os advogados de Becciu justificam sua denúncia contra a revista porque "um exemplar do L'Espresso estava nas mãos do Santo Padre no momento de sua 'demissão'" como prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, em 24 de setembro.
Os advogados de Becciu também argumentam que a informação, segundo eles difamatória, publicada pelo L'Espresso privou o cardeal "da oportunidade efetiva de conseguir um determinado bem", como era a probabilidade de que o Cardeal "com base no seu prestigioso currículo e em virtude de sua experiência, poderia muito bem estar entre os papáveis”.
“Para o cardeal Becciu, o romano pontífice, sucessor do apóstolo Pedro, vigário de Cristo, seria uma pessoa sugestionável, influenciável, fácil de condicionar a ponto de que um artigo de jornal seja suficiente para mudar o seu juízo sobre um homem de sua confiança”, assinala L'Espresso.
As acusações contra o Cardeal Becciu
Em 24 de setembro, o Cardeal Becciu renunciou aos direitos cardinalícios e ao cargo de prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, depois de ser acusado de entregar aos seus irmãos importantes somas de dinheiro procedentes do Óbolo de São Pedro (fundo do Santo Padre destinados às obras de caridade).
Além disso, várias informações atribuíram-lhe manobras financeiras de ética e legalidade duvidosas durante o período em que foi substituto da Secretaria de Estado entre 2011 e 2018.
Essas manobras financeiras referem-se ao uso de 300 milhões de dólares entre 2014 e 2018, da Secretaria de Estado, para comprar um imóvel de luxo na Sloane Avenue, em Londres, por meio de uma série de intermediários que teriam lucrado ilicitamente com o Operação.
Becciu também teria solicitado ao Instituto de Obras de Religião (IOR) um empréstimo sem justificativa de 150 milhões de euros e outro empréstimo de 200 milhões de euros ao banco suíço BSI para a operação em Londres.
Para esconder o rastro da operação, o Cardeal Becciu teria tentado disfarçar os empréstimos nos balanços do Vaticano cancelando-os contra o valor da propriedade de Londres.
A suposta tentativa de ocultar os empréstimos dos livros foi detectada pela Prefeitura de Economia, então liderada pelo Cardeal George Pell.
O Cardeal Pell então propôs uma auditoria externa sobre todos os departamentos do Vaticano pela firma PriceWaterhousCooper. Becciu cancelou de forma unilateral a auditoria e o anunciou a todos os departamentos do Vaticano.
Algumas semanas atrás, descobriu-se que Becciu teria enviado 700 mil euros para a Austrália durante o julgamento contra o Cardeal Pell por abusos sexuais. Em uma primeira sentença, foi considerado culpado, no entanto, em sua apelação foi declarado inocente pela Suprema Corte da Austrália.
Em seu comunicado de 18 de novembro, Becciu nega que tenha interferido no julgamento e se refere à informação como “conspiração fantasiosa contra o Cardeal Pell com interferências ilícitas diretas para condicionar seu processo. Tudo falso”.
Além disso, o Cardeal Becciu enviou uma transferência de meio milhão de euros da Secretaria de Estado durante quatro anos à cidadã italiana residente na Sardenha, Cecilia Marogna.
Cecilia Marogna, que se autodenomina analista geopolítica, foi presa em 13 de outubro pelas autoridades financeiras italianas após um mandado de prisão emitido pelo Vaticano por meio da Interpol.
Marogna disse que trabalhou para a Secretaria de Estado da Santa Sé como consultora de segurança e estratégia, admitindo ter recebido centenas de milhares de euros do Vaticano por meio de sua empresa registrada na Eslovênia, e confirmou o uso dos fundos para a compra de artigos de luxo, incluindo bolsas de grife.
Também garantiu que todo o dinheiro foi para o seu trabalho de consultoria no Vaticano e seu salário; os presentes caros, como viagens e bolsas "foram usados para criar relações cooperativas".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Cardeal Becciu nega “vigorosamente” ter interferido no julgamento do Cardeal Pell https://t.co/g0KocHR5mH
— ACI Digital (@acidigital) October 19, 2020
Papa convida a empreender novas metas apostólicas e “não deixar as coisas como estão”
Vaticano, 20/11/2020 (ACI).- O Papa Francisco convidou a “se lançar em novas metas apostólicas” e não “ceder à tentação de ‘deixar as coisas como estão’”.
Assim declarou na mensagem que enviou nesta quinta-feira, 19 de novembro, ao Superior Geral da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas), Pe. Joachim Rego, por ocasião das celebrações jubilares do terceiro centenário, que será celebrado de 22 de novembro deste ano a 1º de janeiro de 2021, com o lema “Renovar a nossa missão: gratidão, profecia, esperança”.
O Pontífice destacou em sua mensagem que a vocação de “viver e proclamar a memória da Paixão de Cristo, tornando o Mistério Pascal o centro de sua vida”, “é uma irradiação do amor salvífico que brota do mistério trinitário, revela-se no o amor ao Crucificado, derrama-se sobre uma pessoa escolhida pela Providência e se estende em uma determinada comunidade para se implantar na Igreja em resposta a necessidades particulares da história”.
O Papa pediu aos Passionistas que identifiquem “novos estilos de vida e novas formas de linguagem para anunciar o amor do Crucificado, testemunhando assim o coração de sua identidade”.
Trata-se de uma missão central em um momento em que “a humanidade se encontra na espiral de mudanças que põem em causa não só o valor das correntes culturais que a enriqueceram até agora, mas também a constituição íntima do seu ser”.
“Todos sabemos que vivemos hoje em um mundo onde nada é como era antes”, advertiu o Santo Padre.
Da mesma forma, convidou-os a que sua preocupação missionária seja dirigida “sobretudo para os crucificados do nosso tempo: os pobres, os fracos, os oprimidos e os rejeitados pelas muitas formas de injustiça".
“A implementação desta tarefa exigirá de sua parte um esforço sincero de renovação interior que vem da relação pessoal com o Crucificado Ressuscitado. Só os crucificados pelo amor, como o foi Jesus na Cruz, são capazes de ajudar os crucificados da história com palavras e ações eficazes”.
Nesse sentido, lembrou que “não é possível convencer os outros do amor de Deus somente através de um anúncio verbal e informativo”.
“Precisamos de gestos concretos que nos façam experimentar esse amor em nosso próprio amor que se doa, compartilhando situações crucificadas, mesmo gastando nossas vidas até o fim, deixando claro que entre o anúncio e sua aceitação na fé corre a ação do Espírito Santo”, concluiu sua mensagem o Papa Francisco.
O jubileu da Congregação da Paixão de Jesus Cristo começará neste domingo, 22 de novembro, com uma Missa às 10h30 (hora de Roma), na Basílica de São João de Latrão, presidida pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin .
Os Passionistas foram fundados em 22 de novembro de 1720, quando seu fundador, São Paulo da Cruz, se retirou como eremita e iniciou um retiro de 40 dias em uma cela da Igreja de São Carlos, na cidade de Castellazzo.
Durante esse retiro escreveu as Regras dos "Pobres de Jesus", pelas quais se regeria a Congregação da Paixão.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
Confira também:
Congregação dos Passionistas celebra Ano Jubilar pelos 300 anos de sua fundação https://t.co/N2CEoscnkN
— ACI Digital (@acidigital) November 12, 2020