O que um católico deve fazer com as correntes de oração do WhatsApp?
REDAÇÃO CENTRAL, 14/11/2020 (ACI).- Há alguns anos, tornou-se comum receber através do WhatsApp algumas “correntes de oração” para que sejam enviadas a todos os contatos em um período de tempo e, assim, receber uma bênção de Deus e evitar “um castigo”.
O que um católico deve fazer quando recebe uma dessas mensagens?
O sacerdote mexicano Sergio Román respondeu a esta inquietude em um artigo publicado no meio católico 'Desde la Fe'.
O que fazer?
“Em primeiro lugar, o que devemos fazer é recordar que Deus não colocou condições na hora de convidar seus discípulos para rezar, por isso, o recomendável é apagar o texto, embora quem nos enviou seja nosso melhor amigo. E não acontece nada? Absolutamente nada! Não se preocupem”, assegurou.
O presbítero disse que se pode “aproveitar esse tipo de correntes como uma recordação para rezar pelas muitas necessidades do mundo”, mas não se pode “deixar de assinalar que intrinsecamente são ruins e não devem ser feitas nem seguidas, porque apresentam uma imagem errada e supersticiosa de Deus”.
Em terceiro lugar, recomendou ter uma legítima devoção a Jesus, a Virgem e aos santos, porque, “dessa maneira, estariam fazendo uma propaganda boa que serviria para instruir outras pessoas e para incentivá-las a compartilhar sua devoção”.
Razões pelas quais as correntes não são recomendáveis
1. Causam desconforto
Embora essas correntes sejam feitar por “pessoas de boa fé que pensam que desse modo ajudarão a fomentar a devoção a algum santo”, Pe. Román assegura que “a única coisa que fazem é causar desconforto aos seus contatos sobretudo àqueles que, por falta de conhecimento, se deixam escravizar pelas correntes”.
2. Fomentam superstições
Fomentam a superstição ao fazer acreditar que as graças divinas dependem da repetição sem sentido de uma ação que não tem nenhuma importância, indica o presbítero.
3. Assemelha-se à magia ou bruxaria
“As correntes fazem fronteira com magia ou bruxaria, o que atribui às coisas o poder que só Deus tem e que considera que existem fórmulas infalíveis para forçar Deus a fazer os nossos caprichos”, concluiu Pe. Román.
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Bispo adverte de uma tendência errada sobre o fim dos tempos
San Sebastián, 14/11/2020 (ACI).- O Bispo de San Sebastián (Espanha), Dom José Ignacio Munilla Aguirre, destacou que o fim dos tempos não chegará de maneira espetacular e lembrou que, diante da preocupação pela Parusia, é melhor "viver na presença de Deus".
Em sua homília de 12 de novembro, Dom Munilla destacou que no Evangelho de Lucas o Senhor adverte que o Reino de Deus não virá de forma “espetacular” e destacou que se deve ter “cuidado com essa tendência tão evidente que existe em certos setores de buscar sinais espetaculares”.
O Prelado indicou que a Parusia “vem de modo ordinário” e destacou que diante da preocupação de quando será o fim dos tempos, o Evangelho nos lembra de que o Reino de Deus “já está dentro de ti”.
“Às vezes, costumamos observar discussões consideráveis sobre os últimos sinais da Parusia, quando a verdade é que a revelação do evangelho nos diz que ninguém sabe nem o dia nem a hora”, esclareceu.
Dom Munilla indicou que Deus não quis dar orientações sobre quando será o fim dos tempos para que não "tenhamos controle sobre o momento final" e assinalou que é preciso viver atentos, "porque a chegada do Senhor é imprevisível”.
O Prelado recordou que “a nossa vida é estar sempre na presença de Deus, sem nos preocuparmos com quando será e como será e quais sinais haverá da consumação do Reino”.
“A cada momento temos que viver na presença de Deus como se fosse nosso primeiro dia, nosso último dia, ou nosso único dia, viver na presença de Deus com intensidade de amor, sem nos deixarmos distrair por nada”, acrescentou.
Finalmente, Dom Munilla pediu para viver na presença de Deus, porque o “Reino de Deus está dentro de ti”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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200 famílias cristãs deslocadas pelo ISIS retornarão a Mosul e à planície de Nínive
MOSSUL, 14/11/2020 (ACI).- Cerca de duzentas famílias de cristãos deslocados que fugiram de Mosul e da planície de Nínive (Iraque) há 6 anos devido à violência do Estado Islâmico (ISIS), estão prestes a retornar para suas casas.
Em 11 de novembro, a agência vaticana Fides informou que o governador da província de Nínive, Najim al Jubouri, confirmou que cerca de noventa famílias cristãs já estão retornando a Mosul, no norte do Iraque, e estão recuperando a posse de suas casas, tanto no centro como no leste da cidade velha. As outras famílias, cerca de cem, fariam isso nas próximas semanas.
As famílias deslocadas que retornam poderão ocupar suas casas novamente depois de que se restaurem as condições de segurança adequadas de suas moradias e os serviços urbanos necessários.
Entre junho e agosto de 2014, centenas de milhares de cristãos foram forçados a fugir de Mosul e de grande parte da província de Nínive quando o território foi conquistado por milícias jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico (ISIS).
Durante esse tempo, o regime jihadista sujeitou os habitantes de ambos os territórios à rigorosa lei da sharia, que incluía conversões e casamentos forçados, execuções em massa, tráfico de seres humanos e venda de mulheres como escravas sexuais. Durante este período, terroristas muçulmanos também bombardearam igrejas e assassinaram sacerdotes.
Segundo assinalou ACN em 2019, "em 2014 havia cerca de 15 mil fiéis de diferentes Igrejas na cidade [Mosul]: caldeus, siro-ortodoxos, siro-católicos e algumas famílias armênias". Explicou que o baixo número de habitantes também foi causado pela fuga de muitas pessoas em 2008, após o assassinato do então Arcebispo de Mosul, Dom Paul Faraj Rahho, e do Pe. Ragheed, fato que teve como consequência o fechamento de muitas igrejas caldeias.
A situação provocou o êxodo de centenas de milhares de cristãos e outras minorias religiosas, que se refugiaram na região autônoma do Curdistão iraquiano e, em particular, nos subúrbios de Erbil, sua capital. Aqueles que não conseguiram fugir enfrentariam a morte se não concordassem em se converter ao Islã ou pagar uma taxa de submissão.
Em 9 de julho de 2017, após três anos de combates envolvendo o exército iraquiano, as forças curdas e a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, Mosul foi declarado livre do controle do ISIS. Em setembro, as autoridades locais anunciaram o retorno de 1.400 famílias cristãs refugiadas às suas áreas de origem, principalmente localizadas na planície de Nínive.
Embora o novo retorno de famílias cristãs deslocadas seja “um sinal reconfortante”, a maioria não parece ter qualquer intenção de voltar para casa, mas sim de permanecer alojada em Erbil, na região de Dohuk ou continuar morando no estrangeiro para onde conseguiram emigrar, afirma a Agência Fides.
Para o Pe. Amanuel Adel Kloo, sacerdote que voltou a Mosul em 2017, as pessoas ainda resistem em voltar porque “ainda têm medo” por causa da violência que sofreram. “No entanto, quando a igreja e os outros edifícios estejam abertos, as pessoas se sentirão seguras... e muitas pessoas voltarão”, disse à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre em 2019.
Desde abril deste ano, a Unesco iniciou os trabalhos de restauração da Igreja Dominicana de Nossa Senhora da Hora, cujo nome oficial é Al-Saa’a e é uma das mais emblemáticas para a comunidade cristã de Mosul. O projeto também inclui a restauração da catedral siro-católica de Tahera.
“O primeiro passo após a ocupação do Estado Islâmico é restaurar a confiança. São pessoas de diferentes comunidades que estão redescobrindo, enquanto trabalham juntas, que amam, por exemplo, a mesma música”, disse o Pe. Oliver Poquillon à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em novembro.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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— ACI Digital (@acidigital) November 13, 2020
Venezuela: Aumentam vocações ao sacerdócio apesar da pandemia
CARACAS, 14/11/2020 (ACI).- Na quarta-feira, a Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) informou que o apostolado vocacional "valeu a pena" em 2020, apesar da crise social e econômica que o país está passando, intensificada pela pandemia da COVID-19.
“Aumentou a resposta vocacional à vida ministerial do sacerdócio com o número total de 804 seminaristas, entre jovens que estão no propedêutico, filosofia e teologia”, anunciou a CEV em um comunicado de 11 de novembro.
Entre os 21 seminários da Venezuela (três dos quais são apenas propedêuticos), há 186 formandos no propedêutico, 328 em filosofia e 290 em teologia.
“Desde os diferentes seminários diocesanos, por meio de diversas atividades de promoção da pastoral vocacional, buscou-se fortalecer o discernimento espiritual dos jovens, para que possam compreender o chamado de Deus em suas vidas”, afirma a CEV.
Segundo Pe. Rivelino Cáceres, diretor do Departamento de Clero, Seminários, Vocações e Diaconato Permanente da Venezuela, “uma vez concluídos os estudos de teologia, realiza-se um ano de experiência pastoral em uma paróquia, sempre guiados pelo pároco e pela equipe de formadores do seminário, por aproximadamente um ano, após o qual seria a ordenação sacerdotal”.
A CEV informa que sete seminaristas estão nesse processo.
Segundo a agência vaticana Fides, o número total de sacerdotes no mundo diminuiu 517 em 2020, para um total de 414.065. Apesar da diminuição, o número de seminaristas maiores, diocesanos e religiosos aumentou, chegando a 115.880.
“Esses números permitem estimar a necessidade crescente de vocações sacerdotais no mundo, sendo que o número de habitantes por sacerdote também aumentou neste ano, atingindo a cota de 14.638, conforme apresentado pela Agência Fides. Isso mostra que, embora neste ano as vocações na Venezuela tenham aumentado, mais vocações ainda são necessárias para responder às carências pastorais do país, especialmente nas áreas mais remotas e nas periferias”, escreveu a CEV.
Os bispos venezuelanos também destacaram o surgimento de vocações nativas, típicas de cada região, como aconteceu no Vicariato Apostólico de Caroní, apesar de ser uma das áreas com maior dificuldade de acesso e comunicação na Venezuela.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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