Hoje é celebrado São Leão Magno, doutor da Igreja e protetor dos indefesos
REDAÇÃO CENTRAL, 10/11/2020 (ACI).- “Aquele que ama Deus se contenta em lhe agradar, porque o maior prêmio que podemos desejar é o próprio amor. O amor, de fato, vem de Deus, de tal maneira que Deus mesmo é o amor”, dizia São Leão Magno, doutor da Igreja, cuja festa é celebrada neste dia 10 de novembro.
São Leão Magno nasceu na Itália e chegou a ser secretário dos Papas São Celestino e Sisto III, que o enviou como embaixador à França para evitar uma guerra civil que começaria por uma disputa entre dois generais. Estando Leão nesta região, por volta dos anos 440, recebeu a notícia de que tinha sido nomeado Sumo Pontífice.
Como sucessor de Pedro, pregou ao povo em todas as festas e, aos que estavam distantes, instruía-os através de cartas. Por isso, diversos sermões e cartas dele são conservados e considerados verdadeiras joias de doutrina.
Diz-se que a sua fama de sábio era tão grande que, quando foi lida a carta que enviou ao Concílio de Calcedônia, os 600 bispos se levantaram e exclamaram que São Pedro tinha falado pela boca de Leão.
Em uma ocasião, os romanos foram ameaçados por Átila, o líder dos temidos hunos. O Papa foi ao seu encontro, conseguiu fazer com que não entrassem em Roma e que o guerreiro retornasse para sua terra na Hungria.
Mais tarde, São Leão também negociou com outro feroz inimigo chamado Genserico, chefe dos vândalos, e, embora não tenha podido evitar que Roma fosse saqueada, o Pontífice conseguiu que a cidade não fosse incendiada e seus habitantes não fossem assassinados.
Durante seus 21 anos de pontificado, o santo trabalhou incessantemente pela unidade e integridade da Igreja e lutou contra as heresias do nestorianismo (que diz que em Jesus havia duas pessoas separadas, uma divina e outra humana), o monofisismo (que crê que Cristo é somente divino), o maniqueísmo (que diz que o espírito do homem é de Deus e o corpo do demônio) e o pelagianismo (que sustenta que o pecado de Adão não afetou sua descendência e não ressuscitará pela redenção de Cristo).
“As próprias palavras divinas de Cristo nos atestam como é a doutrina de Cristo, de modo que aqueles que anseiam chegar à bem-aventurança eterna podem identificar os passos dessa ditosa subida”, disse uma vez São Leão Magno, que partiu para a Casa do Pai em 461.
Diplomacia vaticana promove direitos humanos fundamentais, afirma arcebispo
Vaticano, 10/11/2020 (ACI).- O secretário para as Relações com os Estados do Vaticano, Dom Paul Richard Gallagher fez um discurso sobre a diplomacia da Santa Sé, no qual também falou o Núncio Apostólico no Peru, Dom Nicola Girasoli, por ocasião do 40º aniversário da assinatura do acordo entre a Santa Sé e o Peru.
O acordo bilateral foi assinado em Lima em 19 de julho de 1980, mas desde 1859 existe uma legação permanente do Peru perante a Santa Sé.
Em seu discurso, Dom Gallagher destacou que “a Santa Sé é chamada a agir para facilitar a convivência entre as várias nações, para promover aquela fraternidade entre os povos, onde o termo ‘fraternidade’ é sinônimo de colaboração factível, de verdadeira cooperação, concorde e ordenada, de uma solidariedade estruturada a favor do bem comum e dos indivíduos”.
Nesse sentido, o Arcebispo assinalou que o Papa Francisco pede à diplomacia da Santa Sé que apoie “uma ideia de paz como fruto de relações justas, ou seja, o respeito pelas normas internacionais, a proteção dos direitos humanos fundamentais, começando pelos últimos, os mais vulneráveis".
Além disso, o secretário para as Relações com os Estados lembrou que a Santa Sé mantém relações bilaterais com 183 Estados, aos quais se somam a União Europeia e a Ordem Soberana de Malta, além de ter “relações multilaterais estáveis com muitas outras instituições intergovernamentais”.
“A ideia de paz da qual a Santa Sé é portadora não se limita ao que as nações expressam no direito internacional contemporâneo. Trabalhar pela paz não significa apenas determinar um sistema de segurança internacional e, talvez, cumprir suas obrigações. É preciso também prevenir as causas que podem desencadear um conflito bélico, assim como eliminar as situações culturais, sociais, étnicas e religiosas que podem reabrir guerras sangrentas que acabaram de terminar”, advertiu Dom Gallagher.
Neste sentido, a autoridade vaticana afirmou que o direito internacional “deve continuar se dotando de instituições jurídicas e instrumentos normativos capazes de gerir conflitos concluídos ou situações nas quais os esforços diplomáticos obrigaram as armas a guardar silêncio”.
“A tarefa na fase posterior ao conflito não se limita a reordenar os territórios, reconhecer uma soberania nova ou modificada, ou inclusive garantir com as forças armadas os novos equilíbrios alcançados. Pelo contrário, deve esclarecer a dimensão humana da paz, eliminando qualquer razão possível que possa comprometer novamente a condição de quem viveu os horrores da guerra e agora esperam e esperam, segundo a justiça, um futuro diferente. Traduzido para a linguagem da diplomacia, isso significa dar prioridade à força da lei sobre a imposição das armas, garantindo a justiça inclusive antes que a legalidade”, afirmou.
Além disso, Dom Gallagher alertou sobre "a propagação da indiferença" frente à "onda contínua de notícias e informações, que nos conecta virtualmente com o resto do mundo e nos mostra uma multidão de pessoas sofredoras, sem-teto, muitas vítimas de guerras obrigadas a emigrar, pessoas que perderam o emprego e os mais vulneráveis ”.
Por isso, o Arcebispo encorajou “a romper estes mecanismos de indiferença, a quebrar a casca protetora do nosso egoísmo, passando assim dos teoremas sobre a paz possível, às experiências concretas de uma paz vivida, embora sofrida”.
Desta forma, o secretário para as relações com os Estados do Vaticano recordou que o Papa Francisco “nos pede que sejamos muito corajosos e deixemos para trás as certezas fáceis que adquirimos, comprometendo-nos a uma autêntica conversão do coração, das prioridades e estilos de vida, para nos expormos ao encontro com o outro, mesmo quando sentimos que não o conhecemos o suficiente”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Papa se encontra com Pe. Maccalli, missionário que foi sequestrado por jihadistas https://t.co/SYvCDS3Hj5
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Enérgica condenação dos bispos da França aos crimes islâmicos
PARIS, 10/11/2020 (ACI).- Os bispos da França reiteraram sua forte condenação aos recentes ataques cometidos por muçulmanos no país, como o assassinato de um professor em Paris e o ataque à Catedral de Nossa Senhora da Assunção em Nice, onde três fiéis católicos foram mortos.
"Profundamente feridos pelos ataques islâmicos e em particular pelo de um professor em Conflans-Sainte-Honorine", perto de Paris, "e pelo cometido contra três católicos em uma igreja em Nice, os bispos da França reunidos em assembleia plenária condenam, sem nenhuma reserva, estes crimes”, indicaram os prelados em um comunicado publicado no sábado, 7 de novembro.
Os bispos reiteraram assim a sua condenação ao atentado ocorrido em Nice, em 29 de outubro, no qual morreram Vincent Loques, sacristão e pai de família de 55 anos, Nadine Devillers, de 60 anos, e Simone Barreto Silva, mãe brasileira de 44 anos.
Em seu comunicado, os prelados franceses lembraram “a forte declaração do Papa Francisco em sua encíclica Fratelli tutti: 'com o Grão-Imã Ahmad Al-Tayyeb, ‘declaramos -firmemente- que as religiões nunca incitam a guerra e não encorajam sentimentos de ódio, hostilidade, extremismo, nem são um convite à violência ou ao derramamento de sangue'”.
Ao homenagear Simone, Nadine e Vincent, os bispos fizeram algumas perguntas aos seus compatriotas: "E se começarmos pelo respeito e a fraternidade?".
Posteriormente, os prelados defenderam a liberdade de expressão, mas lembraram que “os fiéis, como todos os cidadãos, podem ser feridos por insultos, zombarias e também por caricaturas ofensivas. Mais do que leis adicionais, convidamos cada um, em consciência, ao respeito”.
Os bispos referiram-se assim ao motivo do assassinato de um professor de história perto de Paris, em 16 de outubro, que exibiu em sala de aula caricaturas de Maomé, o que lhe custou morrer decapitado pelas mãos de um jovem de 18 anos natural de Moscou.
Em seguida, os prelados indicaram que consideram que “a liberdade cresce quando anda de mãos dadas com a fraternidade” e destacaram que “como diz São Paulo: ‘Tudo me é permitido, mas nem tudo convém'. ‘Tudo é permitido, mas nem tudo é construtivo’. Que ninguém busque o próprio interesse, mas o dos outros"
“É hora de refletir sobre como nossas instituições coletivas e nossos comportamentos individuais devem promover o respeito e demonstrar fraternidade. Os poderes públicos devem comprometer-se com esta reflexão urgente. Diz respeito a cada um de nós. Diz respeito a todos nós”, concluíram.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Mãe brasileira vítima de atentado em Nice: “Diga aos meus filhos que eu os amo” https://t.co/FbrQhsoEHj
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Após roubar barco de padre, ladrões se arrependem e voltam para tirá-lo do rio
BELÉM, 10/11/2020 (ACI).- Um sacerdote que viajava de barco para celebrar uma Missa no interior do Pará foi assaltado e obrigado a pular no rio; mas, ao se dar conta de que se tratava de um padre, os ladrões se arrependeram e voltaram para salvá-lo.
O caso aconteceu no último sábado, 7 de novembro, com Padre Mateus Tavares dos Santos, da Paróquia de São Sebastião da Boa Vista, na ilha de Marajó (PA).
O delegado de Breves, Jorge David, contou ao portal UOL que “o padre emprestou uma lancha e, ao se aproximar da localidade, foi abordado por outra embarcação em que estavam dois indivíduos, armados com arma de fogo tipo pistola. Eles anunciaram o assalto e mandaram o padre pular na água. Em seguida, empreenderam fuga em outra embarcação”.
Segundo o relato em depoimento do sacerdote, os bandidos entraram na lancha, revistaram-no e levaram seu celular, R$ 500 e uma mochila que estava com o material para a Missa. Além disso, tiraram o colete salva-vidas do presbítero, mandaram que pulasse no rio e fugiram com a embarcação.
Pe. Mateus disse que ficou cerca de 15 minutos na água, até que não conseguia mais resistir e começou a rezar. Foi quando viu a embarcação retornando e um dos assaltantes perguntou: “Tu é [sic] padre mesmo?”.
Como o Pe. Mateus respondeu que era sacerdote, o bandido estendeu a mão para ele e o retirou da água.
De acordo com o depoimento do sacerdote, os bandidos ainda disseram para ele segurar em uma embarcação que passava pelo local e pediram ao piloto que o levasse até a margem, onde foi socorrido por pessoas da ilha Jararaca.
O caso foi registrado na delegacia no município de Breves e os ladrões ainda não foram localizados.
Confira também:
Igreja é assaltada durante transmissão ao vivo de Missa https://t.co/WdvepuBcHz
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Papa Francisco telefona a sacerdote para parabenizá-lo por reflexão sobre o Natal
Vaticano, 10/11/2020 (ACI).- O Papa Francisco telefonou ao Padre Javier Leoz, pároco de San Lorenzo, Pamplona (Espanha), após ler uma de suas reflexões sobre o Natal.
A ligação ocorreu no último sábado, 7 de novembro, às 16h31 e após várias tentativas do Papa Francisco de se comunicar com o sacerdote, que não atendia o telefone porque aparecia "número oculto", segundo o pároco de San Lorenzo, onde se encontra a capela de San Fermín, co-padroeiro de Navarra.
“Quando atendi, meu coração quase saiu do peito. Qual foi a minha emoção ao descobrir que do outro lado estava nem mais nem menos que o Papa Francisco para me dizer que havia lido um texto que escrevi há poucos dias intitulado “Não haverá Natal?”, explicou Pe. Leoz a um jornal de Navarra.
Na conversa, o Papa Francisco assinalou que este Natal será “mais purificado”, longe da “cultura do consumismo que desfigurou bastante o Natal”, felicitou também o sacerdote pela sua forma de pensar e pediu que transmitisse aos fiéis da paróquia as suas bençãos.
“Eu lhe disse que rezaremos especialmente por ele em todas as missas e que se anime a vir à Espanha e ao Castillo de Javier”, garantiu o sacerdote ao jornal Navarra.com.
Além disso, o Papa assegurou ao sacerdote que, como bispo de Roma, é comum que telefone para os sacerdotes.
Na reflexão, Pe. Leoz explicou que este ano o Natal será “mais silencioso e com mais profundidade. Mais parecido com o primeiro no qual Jesus nasceu em solidão”.
“Sem muitas luzes na terra, mas com a da estrela de Belém iluminando caminhos de vida na sua imensidão”.
“Sem cortejos reais colossais, mas com a humildade de se sentir como pastores e aprendizes em busca da Verdade. Sem grandes mesas e com amargas ausências, mas com a presença de um Deus que vai preencher tudo”, destacou.
Este ano o Natal será celebrado “sem as ruas transbordando, mas com o coração inflamado pelo que está por vir. Sem ruídos nem festivais, protestos nem tumultos ... mas vivendo o Mistério sem medo à "covid-herodes" que pretende nos tirar até o sonho de esperar”.
“Haverá Natal porque DEUS está do nosso lado e compartilha, como Cristo o fez na manjedoura, nossa pobreza, provações, lágrimas, angústias e orfandade. Haverá Natal porque precisamos de uma luz divina em meio a tantas trevas”, insistiu.
Além disso, sublinhou que "a Covid-19 nunca pode alcançar o coração nem a alma daqueles que colocam sua esperança e alto ideal no céu”.
HAVERÁ NATAL! CANTAREMOS CANÇÕES NATALINAS! DEUS NASCERÁ E NOS TRARÁ A LIBERDADE!”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Papa Francisco telefona para um menino cego que lhe escreveu uma carta contando seu sonho https://t.co/3dwLZ8akaV
— ACI Digital (@acidigital) April 27, 2020
O que um exorcista reza diariamente para se proteger do demônio?
Valledupar, 10/11/2020 (ACI).- A vida de um sacerdote exorcista é uma luta constante contra a ação do demônio na qual a oração é o meio fundamental de combate.
O que um exorcista reza? A esta pergunta respondeu ao Grupo ACI em 2017 o Pe. Doriam Rocha Vergara, um dos sacerdotes mais jovens do mundo dedicado a este ministério e que já realizou mais de 300 exorcismos realizados em pouco mais de 7 anos.
O sacerdote de 40 anos, pároco da igreja da Imaculada Conceição, na diocese colombiana de Valledupar, contou que, geralmente, recebe “muitos ataques. Os dias nos quais não faço exorcismos eu durmo bem e vivo bem. Entretanto, os dias que tenho sessões são noites difíceis. Primeiramente, sinto-me pesado fisicamente e com muito sono. Em seguida, tenho que ir ao Santíssimo. Fico cansado de tal maneira que fico com uma postura defensiva, o meu rosto se desfigura como se eu tivesse com raiva, e fico sem voz”.
P. Doriam Rocha Vergara. @Diodevalledupar pic.twitter.com/8sgfJX4mQ7
— Diego López Marina (@dlopezmarina) November 9, 2017
Diante da ação do demônio que age tentando, provocando mudanças de humor, doença e inclusive movendo objetos, o sacerdote explicou que às vezes ele tem que fazer “autoexorcismos”, que são orações que os exorcistas rezam para se proteger.
“Eu tenho que usar os sacramentais, tomar cuidado para não receber nada que me dão da rua. À noite, não consigo dormir, tenho taquicardia, vejo algumas luzes acesas e muitas outras coisas”, continuou.
Pe. Rocha nasceu em 14 de agosto de 1980 no povoado de María Angola, localizado na região de Cesar. Estudou o curso de libertação e exorcismo no Pontifício Ateneo Regina Apostolorum em Roma, na Itália, e depois fez uma especialização em anjos e demônios.
“Os exorcistas que conheço fazem um exorcismo por semana. Eu os tenho permanentemente devido ao sofrimento das pessoas”, relatou.
“Se me perguntam o que me levou a ser sacerdote, respondo: ver o sofrimento das pessoas. Eu não podia dormir tranquilo sabendo que uma alma está se perdendo e o demônio a está destruindo”, sublinhou.
Sua vida espiritual
O sacerdote assegura que não assiste televisão no seu quarto, não tem um computador, não toma álcool nem consome tabaco e que as roupas clericais sempre o ajudam na sua missão, porque “não basta ser um sacerdote, mas também é necessário parecer um sacerdote, como diz o ditado”.
O exorcista de Valledupar se levanta às 4h e imediatamente reza o terço; às 5h, pratica exercícios; às 6h, reza o ofício de leitura sozinho ou junto com outros sacerdotes; às 6h30, reza as laudes e imediatamente depois celebra a Eucaristia.
“Celebro Missa todos os dias da minha vida, com os fiéis ou sozinho. Ao lado do meu quarto, tenho uma capela, um oratório onde está o Santíssimo e a presença da Santíssima Virgem Maria”, destacou.
Após o café da manhã, o presbítero se dedica a servir as pessoas, “que podem ser de 14 a 20 diariamente”.
“Às 12h, rezo o Ângelus; às 15h, rezo a oração da Divina Misericórdia; às 17h, rezo as vésperas; e, às 18h, celebro outra Missa. Depois disso, fico com as comunidades. No final, reso o terço novamente. Posso rezar 3 ou 4 terços diariamente. Depois, vou direto ao Santíssimo Sacramento”, indicou.
Pe. Rocha explicou que esta rotina ocorre em um dia normal, “porque às quintas-feiras há exposição do Santíssimo Sacramento tanto de manhã quanto à tarde”.
“Quando eu não consigo dormir no meu quarto, durmo no Santíssimo. Antes de dormir rezo as completas todos os dias”, concluiu.
Um chamado
O sacerdote considera que Deus lhe concedeu um dom especial: quando era seminarista, rezava e “as pessoas caiam e eram libertadas”. “Eu ficava com medo, primeiramente que contassem para o bispo e, segundo, pois não sabia o que estava acontecendo. Deus tinha me dado o dom da cura e da libertação”, assegurou.
Depois disso, o então seminarista conversou com um exorcista que lhe assegurou que Deus estava mostrando o que queria para a sua vida.
“Comecei a ler alguns livros e a preparar-me. Depois, nomearam um exorcista oficial na minha diocese. Eu falei com o Bispo sobre a experiência que tive no povoado e ele me disse que a primeira coisa que eu tinha que fazer era uma carreira de santidade: que ajudasse o padre, o exorcista e fizesse uma carreira em santidade. Há sete anos, concedeu-me a graça de ser exorcista e de pertencer à Associação Mundial de Exorcistas”, contou o sacerdote.
Pe. Doriam disse que, quando tinha 30 anos, sentia-se muito jovem para dedicar-se ao ministério do exorcismo, mas se o Bispo lhe concedia esta missão, ele deveria cumpri-la. “Se Deus quer que eu seja um instrumento de graça, um instrumento de paz e de salvação, para libertar e ajudar tantas pessoas, onde muitos irmãos sacerdotes não acreditam, eu estarei lá”.
Para concluir, o sacerdote disse que um bom exorcista precisa se concentrar em cinco aspectos: primeiro, “ser humilde e reconhecer que não tem nenhum poder e que tudo vem de Deus; segundo, que seja obediente à sua Igreja, ao seu bispo e aos seus superiores; terceiro, que em sua vida haja ordem, vida de graça, vida de oração, vida de santidade; quarto, que em sua vida haja disciplina para comer, conversar, fazer as tarefas diárias; e finalmente, o serviço que oferece. Se uma pessoa se dedica à cura das almas, que se cure primeiro, pois não pode ser que curando muitas pessoas, você acabe se perdendo”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Como deve ser um bom exorcista para enfrentar os demônios? Isso diz Padre Fortea https://t.co/SRr3RsdBAr
— ACI Digital (@acidigital) October 4, 2018
Multinacional abortista celebra Joe Biden como presidente dos Estados Unidos
WASHINGTON DC, 10/11/2020 (ACI).- Através do Twitter, Planned Parenthood Action Fund, braço político da multinacional de aborto Planned Parenthood Federation of America, cumprimentou Joe Biden como "nosso 46º presidente" e assegurou que "o trabalho está apenas começando".
“Hoje celebramos; amanhã, começaremos a trabalhar”, acrescentou Planned Parenthood Action Fund.
You voted for change. You voted for your future. You voted for Joe Biden.
— Planned Parenthood Action - Text VOTE to 22422 (@PPact) November 7, 2020
The work is just getting started. Today, we celebrate; tomorrow, we get to work. pic.twitter.com/7zPRRcu20i
Em um artigo publicado em 7 de novembro, a Planned Parenthood afirmou que Biden e sua candidata a vice-presidente, Kamala Harris, são "campeões da saúde reprodutiva".
Depois de assegurar que "expulsamos (Donald) Trump do cargo", Planned Parenthood indicou que "agora podemos trabalhar com Joe Biden e Kamala Harris para desfazer os danos da presidência de Donald Trump".
"Vamos lembrá-los de suas promessas de campanha", disse a empresa multinacional de aborto sobre Biden e Harris, assinalando que "isso inclui retomar o que perdemos durante o último governo, como o acesso reduzido ao aborto legal e seguro, controle de natalidade acessível, assistência médica nos centros de saúde da Planned Parenthood e proteções para as pessoas LGBTQ+ e outros grupos que enfrentam a discriminação".
LGBTQ + são siglas usadas para o coletivo de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer e muito mais.
Planned Parenthood também diz que Biden e Harris "entendem que o aborto é um cuidado de saúde".
Diversos meios de comunicação noticiaram em 7 de novembro que Joe Biden foi o vencedor das eleições presidenciais nos Estados Unidos, após cinco dias de contagem e uma disputa acirrada em todo o país.
O presidente Donald Trump não admitiu a vitória do democrata e anunciou recursos legais para exigir a recontagem em vários estados. No entanto, a vitória do candidato do Partido Republicano seria muito difícil de conseguir e a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) reconheceu Biden como o vencedor.
Planned Parenthood Federation of America e sua matriz internacional, a International Planned Parenthood Federation (IPPF), estão entre os principais financiadores de organizações feministas e promotoras da legalização e descriminalização do aborto na América Latina
Em seu relatório financeiro de 2016, o último a nível global em que o valor enviado ao México é especificado em detalhes, a IPPF reconhece que naquele ano enviou quase 2,5 milhões de dólares à Fundação Mexicana de Planejamento Familiar (Mexfam), integrante de sua rede.
No mesmo ano, a IPPF enviou 676 mil dólares para a Associação de Bem-Estar da Família da Guatemala, 615 mil dólares para a Associação Demográfica Salvadorenha / Pró-Família, 755 mil dólares para o Instituto Peruano de Paternidade Responsável de Honduras e 347 mil dólares para a Associação Chilena de Proteção à Família, 2,5 milhões de dólares ao Instituto Peruano de Paternidade Responsável (INPPARES) e mais de 4 milhões de dólares à Associação Pró-Bem-Estar da Família Colombiana (PROFAMILIA), entre outras organizações.
Em janeiro deste ano, Planned Parenthood Action Fund anunciou sua campanha “We decide 2020” e anunciou que destinaria pelo menos 45 milhões de dólares para apoiar candidatos, incluindo Joe Biden e Kamala Harris.
Planned Parenthood Federation of America foi acusada de tráfico de órgãos e tecidos de bebês abortados em suas instalações nos Estados Unidos.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Líderes pró-vida alertam sobre agenda abortista de Biden-Harris para os primeiros 100 dias https://t.co/4BpC6sCRXq
— ACI Digital (@acidigital) September 15, 2020
Abrem causa de beatificação de religiosa torturada pela União Soviética
VARSOVIA, 10/11/2020 (ACI).- Em 9 de novembro, o Arcebispo de Varsóvia, Cardeal Kazimierz Nycz, inaugurou a fase diocesana da causa de beatificação da Irmã Wanda Boniszewska, uma religiosa polonesa que supostamente teve estigmas e que foi torturada pela polícia secreta de Joseph Stalin, o ditador da extinta União Soviética.
A celebração ocorreu na capela da Casa do Arcebispo de Varsóvia, capital da Polônia. Durante a cerimônia, o Cardeal conversou com os membros do tribunal para examinar como a Irmã Wanda viveu heroicamente as virtudes, um dos requisitos para sua beatificação.
Em 2 de outubro, o Purpurado emitiu um edital anunciando que a Arquidiocese de Varsóvia pretendia iniciar o processo de beatificação. O decreto descrevia o trabalho realizado até então e fazia um chamado para que os documentos, cartas e mensagens relativos à Irmã Wanda fossem enviados ao postulador de sua causa.
“Tudo isso deve ser feito para a maior glória de Deus”, escreveu o Cardeal Nycz. O edital também ofereceu um resumo da vida de Boniszewska.
Segundo o documento, a religiosa nasceu em 1907 em Kamionka, perto da cidade de Novogrudok, na atual Bielorrússia. Aos 16 anos, ingressou na Congregação das Irmãs dos Anjos, comunidade religiosa polonesa sem hábitos fundada em 1889, em Vilnius, atual capital da Lituânia.
Depois da primeira profissão, a Irmã Wanda disse que Jesus lhe pediu que oferecesse seus sofrimentos pela expiação dos pecados das “almas consagradas a Mim”. Em 1933, a freira fez a profissão completa e, posteriormente, presume-se que recebeu os estigmas de Cristo.
Seu "Diário Espiritual" publicado em 2016 descreve suas experiências místicas entre 1921 e 1980. Os comentaristas traçaram paralelos entre a obra e o "Diário" da santa polonesa Faustina Kowalska, que escreveu uma série de mensagens de Jesus sobre a devoção à Divina Misericórdia.
A espiritualidade da irmã Wanda se centrava em oferecer seus sofrimentos para expiar os pecados, especialmente dos sacerdotes. A abertura de sua causa coincide com uma série de casos de abuso clerical de alto perfil na Igreja polonesa.
Em 11 de abril de 1950, a irmã foi presa e torturada pelo NKVD, chamado Comissariado do Povo para Assuntos Internos, que era a polícia secreta soviética e precursora da KGB, o serviço secreto da União Soviética. Um ano depois, ela foi exilada na Sibéria e em 1956 foi libertada pelas autoridades soviéticas e retornou à Polônia.
Irmã Wanda faleceu, aos 96 anos, em 2 de março de 2003, em Konstancin-Jeziorna, uma cidade ao sul de Varsóvia, após ter passado 76 anos como religiosa.
Durante a cerimônia, o postulador Pe. Michal Siennicki disse que “o processo que iniciamos hoje visa mostrar que o heroísmo é possível mesmo nas circunstâncias mais difíceis da vida”.
“Wanda Boniszewska, apesar da injusta condenação a anos na prisão soviética, permaneceu heroicamente diante de Cristo, sendo sua testemunha, carregando as feridas de Cristo no seu corpo e oferecendo os seus sofrimentos pelos sacerdotes”, concluiu.
Publicado originalmente em CNA.
Confira também:
Hoje é celebrado São Leão Magno, doutor da Igreja e protetor dos indefesos https://t.co/7zTLz9c8qf
— ACI Digital (@acidigital) November 10, 2020
Relatório McCarrick: A história dos fracassos do Vaticano frente aos casos de abuso do ex-cardeal
Vaticano, 10/11/2020 (ACI).- O Vaticano publicou nesta terça-feira o relatório sobre o ex-cardeal Theodore McCarrick, expulso do sacerdócio em 2019 após a comprovação dos abusos sexuais que cometeu durante décadas contra menores e jovens adultos nos Estados Unidos, e que revela a dolorosa história e os fracassos do Vaticano durante três pontificados.
O relatório, escrito em inglês e italiano, tem 461 páginas e foi divulgado em 10 de novembro.
“Publicamos o Relatório com tristeza pelas feridas causadas às vítimas, às suas famílias, à Igreja nos Estados Unidos, à Igreja Universal”, disse o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin.
O Cardeal Parolin observou que o “Relatório sobre o conhecimento institucional e o processo decisório da Santa Sé concernente ao ex-Cardeal Theodore Edgar McCarrick” foi preparado pelo Secretário de Estado por mandato do Papa Francisco.
É "um texto exaustivo, que comportou um exame cuidadoso de toda a documentação relevante dos arquivos da Santa Sé, da Nunciatura em Washington e das dioceses dos Estados Unidos envolvidas de várias maneiras" que durou dois anos de trabalho.
Disse que nestes dois anos a Santa Sé deu "passos significativos para assegurar uma maior atenção à proteção dos menores e intervenções mais eficazes para evitar que certas decisões tomadas no passado se repitam", como o Motu proprio Vos estis lux mundi , e o Secretário de Estado insistiu na importância da honestidade.
“Da leitura do documento, emerge que todos os procedimentos, incluindo a nomeação dos Bispos, dependem do empenho e da honestidade das pessoas envolvidas. Nenhum procedimento, mesmo o mais aperfeiçoado, está livre de erros porque abrange as consciências e decisões de homens e mulheres”, destacou o Cardeal Parolin. “São páginas que nos encorajam a uma reflexão profunda e a questionarmo-nos sobre o que podemos fazer a mais no futuro, aprendendo com as dolorosas experiências do passado”, disse.
Por isso, o Secretário de Estado afirmou que para que estes acontecimentos não se repitam, “além de normas mais eficazes, precisamos de uma conversão dos corações”; com "pastores críveis anunciadores do Evangelho". “Todos devemos estar muito conscientes de que isto só é possível com a graça do Espírito Santo, confiando nas palavras de Jesus: ‘Sem mim nada podeis fazer’”, afirmou.
O relatório McCarrick
O texto do relatório publicado descreve que em 6 de outubro de 2018, o Papa Francisco solicitou um estudo preciso da documentação sobre o ex-cardeal Theodore Edgar McCarrick "com a informação dos arquivos dos dicastérios e dos escritórios da Santa Sé "com o a fim de investigar todos os fatos relevantes, situá-los em seu contexto histórico e avaliá-los objetivamente”.
O relatório sobre o conhecimento institucional e o processo decisório da Santa em relação a Theodore Edgar McCarrick (de 1930 a 2017) “é baseado no exame de todos os documentos pertinentes”.
No âmbito da Cúria Romana, as informações foram recolhidas principalmente na Secretaria de Estado, na Congregação para a Doutrina da Fé, na Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, na Congregação para os Bispos e na Congregação para o Clero.
Além disso, foram examinados todos os documentos relevantes da Nunciatura Apostólica nos Estados Unidos e mais de 90 entrevistas de testemunhas foram incluídas, entre eles, funcionários atuais e passados da Santa Sé, Cardeais e Bispos nos Estados Unidos, oficiais da Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USCCB), ex-seminaristas e sacerdotes de várias dioceses, secretários de McCarrick em Metuchen, Newark e Washington e leigos nos Estados Unidos, Itália e outros lugares. As entrevistas citadas no relatório foram realizadas entre maio de 2019 e outubro de 2020.
O relatório não aborda a questão da culpabilidade de McCarrick com base no direito canônico, porque essa já foi definida pela Congregação para a Doutrina da Fé.
Segundo indica o relatório, “McCarrick nunca foi diplomata da Santa Sé, mas seu trabalho se baseou no trabalho pastoral e no diálogo cultural, educacional, científico e inter-religioso”.
Além disso, o relatório vaticano assinala que "as doações feitas regularmente por McCarrick não influenciaram as decisões significativas feitas pela Santa Sé".
Em 1977, o Papa Paulo VI o nomeou Bispo Auxiliar de Nova York. Em 1981 o Papa João Paulo II o nomeou bispo de Metuchen e em 1986 arcebispo de Newark. Em novembro de 2000, o Papa João Paulo II o nomeou arcebispo de Washington e o criou cardeal no início de 2001.
No entanto, o texto reconhece que o Vaticano recebeu acusações, resumidas, em termos gerais, em uma carta em 28 de outubro de 1999 do Cardeal O'Connor, Arcebispo de Nova York, ao Núncio Apostólico e foram comunicadas ao Papa João Paulo II.
O então núncio nos Estados Unidos, Dom Montalvo, perguntou aos bispos de Nova Jersey sobre tais acusações e "eles confirmaram que McCarrick havia partilhado a cama com jovens adultos, mas não indicaram com certeza que McCarrick tivesse tido uma conduta sexual imprópria".
Por sua vez, McCarrick escreveu em 6 de agosto de 2000 uma carta a Dom Dziwisz, secretário particular do Papa João Paulo II, na qual rejeitou as acusações do Cardeal O'Connor e disse "jamais ter tido relações sexuais com pessoa alguma, homem ou mulher".
Depois disso, as acusações foram classificadas como rumores e boatos.
João Paulo II conheceu McCarrick em meados da década de 1970, McCarrick viajou a Roma com frequência por causa da Papal Foundation, e por ocasião da visita papal a Newark em 1995, entre outros.
O relatório escreve que "a relação direta de McCarrick com João Paulo II provavelmente teve um impacto no processo de tomada de decisão do Papa" e acrescenta que no início do Pontificado de Bento XVI as informações recebidas pela Santa Sé sobre a má conduta de McCarrick foram geralmente semelhantes, por isso em abril de 2005 prolongou por dois anos o mandato de McCarrick em Washington.
No entanto, o relatório descreve que novas acusações feitas por um sacerdote levaram a Santa Sé a mudar drasticamente sua orientação no final de 2005 e “buscou com urgência um novo arcebispo para a sede em Washington, pedindo a McCarrick que renunciasse 'espontaneamente' de seu cargo depois da Páscoa de 2006”.
Dom Viganò, que trabalhava na Secretaria de Estado, escreveu duas notas, uma em 2006 e outra em 2008, para chamar a atenção dos superiores para as questões relacionadas a McCarrick. Com referência às vozes de má conduta durante os anos 80.
O relatório descreve que "os superiores de Viganò, o Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone e o Arcebispo Substituto, Leonardo Sandri, compartilharam as preocupações de Viganò e o Cardeal Bertone apresentou a questão diretamente ao Papa Bento XVI".
Mas o processo canônico para resolver a dúvida dos fatos não foi realizado; em vez disso, foi feito um chamado a McCarrick "à consciência ao espírito eclesial" e lhe indicaram que “pelo bem da Igreja” deveria “levar uma vida mais reservada e reduzir ao mínimo as viagens”.
Em 2006, o Cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos, pediu ao Núncio Apostólico, Dom Pietro Sambi, que transmitisse verbalmente essas indicações a McCarrick. Em 2008, o Cardeal Re escreveu essas indicações por escrito a McCarrick, mas não incluíam a proibição do ministério público porque não levavam o imprimatur explícito do Papa Bento XVI.
Segundo o relatório, “uma série de fatores parece ter influenciado o fato de o Papa Bento XVI não ter iniciado um procedimento canônico formal: não havia acusações credíveis de abuso de menores; McCarrick declarou novamente com um "juramento do bispo" que as acusações eram falsas; as acusações de má conduta com adultos se referiam a eventos ocorridos na década de 1980; não havia indícios de alguma má conduta recente".
Na ausência de sanções canônicas ou de instruções explícitas do Papa, McCarrick continuou suas atividades nos Estados Unidos e no exterior, o ministério público ativo, o trabalho com a Catholic Relief Services (incluindo viagens ao exterior), as presenças em Roma, para diversos encontros, o serviço como membro de Dicastérios da Santa Sé (APSA e Pontifícios Conselhos).
Em meados de 2009, o contato principal de McCarrick foi o Núncio Apostólico, Pietro Sambi; e nem o Papa Bento XVI nem a Congregação para os Bispos “sabiam” da atividade de McCarrick nos Estados Unidos ou no exterior. No final de 2011, o Arcebispo Carlo María Viganò foi nomeado Núncio Apostólico nos Estados Unidos, a quem McCarrick informava regularmente sobre suas viagens e suas atividades.
No entanto, no final do Pontificado de Bento XVI, outro sacerdote de Metuchen informou ao Núncio Viganò sobre uma causa legal, ao afirmar que em 1991 "tinha tido relações sexuais explícitas com McCarrick".
O relatório do Vaticano descreve que Dom Viganò escreveu ao prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet, em 2012 e, o Cardeal Ouellet instruiu Dom Viganò a conduzir uma investigação com o sacerdote e outras pessoas da diocese “para determinar se as acusações eram credíveis”, mas Dom Viganò “não realizou estes passos. Por isso, McCarrick permaneceu ativo em viagens nacionais e internacionais”.
Posteriormente, “devido à aposentadoria e à idade avançada de McCarrick, os oficiais da Santa Sé, de 2013 até o início de 2017, raramente enfrentaram os temas das orientações originalmente dadas a McCarrick em 2006 e 2008, cuja aplicação não foi modificada durante o Pontificado de Bento XVI".
“Nem o Papa Francisco, nem o Cardeal Parolin, nem o Cardeal Ouellet revogaram ou modificaram as 'indicações' anteriores relativas à atividade ou local de residência de McCarrick, que, em geral, durante este período, continuou com seu trabalho religioso , humanitário e caritativo... com maior dificuldade devido à sua idade avançada”, destaca o relatório e acrescenta que “no período de 2013 a 2017, McCarrick não atuou como agente diplomático da Santa Sé, nem com qualquer mandato oficial da Secretaria de Estado".
Além disso, o relatório enfatiza que “antes de 2018, o Papa Francisco nunca falou sobre McCarrick com o Cardeal Ouellet, que era o prefeito do Dicastério competente no assunto, nem com o Papa Emérito Bento XVI”.
“Até 2017, ninguém - nem o Cardeal Parolin, nem o Cardeal Ouellet ou o Arcebispo Becciu ou o Arcebispo Viganò - deu ao Papa Francisco qualquer documentação contra McCarrick, incluindo as cartas anônimas dos primeiros anos da década de 1990 ou das acusações dos dois sacerdotes que acusaram McCarrick”, alerta.
Nesse sentido, o relatório descreve que “o Papa Francisco só tinha ouvido falar que havia vozes relacionadas a uma conduta imoral com adultos, que ocorreram antes da nomeação de McCarrick em Washington. Por acreditar que as acusações haviam sido examinadas e rejeitadas por João Paulo II, e sendo consciente que McCarrick estava em atividade durante o Pontificado de Bento XVI, Francisco não viu necessidade de modificar a linha adotada em anos anteriores”.
Depois, em junho de 2017, a Arquidiocese de Nova York “recebeu a primeira denúncia conhecida de abuso sexual de uma vítima menor de 18 anos realizado por McCarrick no início dos anos 1980” e “pouco depois que a acusação foi qualificada como credível, o Papa Francisco pediu a renúncia de McCarrick do Colégio de Cardeais”.
“Depois de um processo penal administrativo conduzido pela Congregação para a Doutrina da Fé, McCarrick foi considerado culpado de atos contrários ao sexto mandamento que envolviam menores e adultos, e com base nisso foi demitido do estado clerical”, lembra o relatório.
Como se sabe, em 16 de fevereiro de 2019, a Congregação para a Doutrina da Fé condenou o ex-cardeal e ex-arcebispo de Washington, Theodore Edgar McCarrick, por abusos sexuais de menores e adultos agravado pelo abuso de poder e o despojou de sua condição de sacerdote da Igreja Católica.
Em um comunicado oficial, a Sala de Imprensa da Santa Sé indicou que a condenação de McCarrick é definitiva, portanto, não há possibilidade de apelação contra ela.
O decreto conclusivo e condenatório do processo penal contra McCarrick terminou em 11 de janeiro.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Falece primeiro bispo da Indonésia e três sacerdotes por coronavírus
JACARTA, 10/11/2020 (ACI).- A Diocese de Sibolga expressou sua tristeza pela morte de Dom Anicetus Bongsu Sinaga, o primeiro Prelado da Indonésia a falecer por causa da COVID-19.
Segundo Asia News, a Diocese de Sibolga informou que Dom Bongsu, de 79 anos, faleceu na noite de sábado, 7 de novembro, no Hospital Saint Elisabeth de Medan, após ter sido hospitalizado por COVID-19 há duas semanas.
O Administrador Apostólico da Diocese de Sibolga, localizada ao norte de Sumatra (Indonésia), pertencia à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e era o Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Medan.
Dom Bong foi ordenado bispo em Roma, por São João Paulo II, em 6 de janeiro de 1981, foi o primeiro Prelado da diocese e do país a morrer por causa do coronavírus. Com ele, já são quatro sacerdotes que faleceram entre outubro e novembro na diocese.
Do mesmo modo, faleceram por causa da COVID-19 o Pe. Barnabas Johan Winkler, administrador apostólico de Sibolga entre 2003 e 2007, falecido aos 89 anos em 6 de novembro e o Pe. Theophile Odenthal, falecido aos 86 anos, em 29 de outubro. Ambos foram enterrados no seminário menor Aek Tolang.
A eles se soma também o sacerdote capuchinho Pe. Servatius Sihotang, falecido no dia 10 de outubro, aos 47 anos.
A Missa pela morte de Dom Bongsu será celebrada na Igreja Catedral de Medan e será presidida pelo Arcebispo de Medan, Dom Kornelius Sipayung, de 50 anos, que também pertence à ordem dos capuchinhos e é o primeiro bispo indonésio a ficar curado da COVID-19, após testar positivo para o vírus em julho.
Depois de uma homenagem em sua honra, os restos mortais de Dom Bongsu serão enviados de Medan para Sibolga, localizada a quase 10 horas de distância, e serão enterrados na terça-feira, 10 de novembro, no complexo do Seminário Menor de Aek Tolang.
Sua história e legado
Dom Bongsu liderou a diocese de Sibolga duas vezes. O primeiro período culminou em 2004, quando foi nomeado Bispo Coadjutor da Arquidiocese de Medan, da qual foi Arcebispo desde 2009.
Em 8 de dezembro de 2018, o Papa Francisco aceitou sua renúncia por motivos de idade. No entanto, semanas depois, o Bispo de Sibolga, Dom Ludovicus Simanullang, faleceu; portanto, a Santa Sé enviou novamente Dom Bongsu como Administrador Apostólico de Sibolga.
O Bispo é lembrado por cuidar e promover ações em favor da “qualidade da educação dos professores locais” e “da qualidade da infraestrutura da Igreja a serviço do povo”, disse o advogado católico Hermawi Taslim, pertencente à diocese de Sibolga.
Além disso, o Prelado escreveu o livro La Toba-Batak High God: Trascendence and Immanence, que trata da espiritualidade de Toba (Indonésia) e foi publicado pela Universidade Católica de Lovaina.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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Bispos pedem dedicar tempo a Deus para crescer em humanidade e fraternidade
MONTEVIDÉU, 10/11/2020 (ACI).- Ao concluir a Assembleia Plenária, os bispos do Uruguai encorajaram os fiéis a dedicar este tempo a Deus para crescer em humanidade e fraternidade.
No encontro realizado entre 3 e 7 de novembro, os bispos afirmaram que junto à Virgem dos Trinta e Três contemplam as “preocupações e esperanças” do país e procuram “interpretar os sinais de Deus no meio dos acontecimentos de nossos dias”.
Foi assim que recordaram com gratidão o compromisso das pessoas em cuidar da saúde de todos; as diferentes ações de solidariedade para com os mais vulneráveis; e expressaram suas preocupações pela saúde, a situação do emprego, a educação, entre outras realidades.
“É momento de considerar em profundidade o que dá sentido à nossa vida, hora de buscar as respostas para as questões mais profundas que ainda estão no horizonte humano”.
“Os cristãos encontramos essa resposta em Jesus Cristo ressuscitado, aquele que nos prometeu ‘Eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo’. A sua pessoa e o seu evangelho são a resposta que oferecemos a todos os nossos irmãos na certeza de que serão de alívio e salvação”.
“Tivemos que esperar por muitas coisas e ainda teremos que esperar por outras. Algumas não voltarão; outras retornarão de um modo novo. Existe ‘um tempo para cada coisa’, mas é sempre o tempo de Deus; tempo no qual Ele nos manifesta seu amor e sua presença de diferentes formas. Sempre é tempo onde é possível amar. Sempre há um gesto, um serviço, um ato de amor que podemos fazer pelos demais”, acrescentaram.
Também “há oportunidades para voltar a nos situar em nossa verdadeira dimensão, para reencontrar nossa realidade de criaturas. Para não negar ou renegar do Criador e reconhecer, por sua vez, que Ele colocou em nós os dons que nos permitirão a superação; não para um progresso desenfreado e desigual, mas para crescer em humanidade e na fraternidade daqueles que se reconhecem filhos do próprio Deus Pai”. Nesse sentido, a pandemia do coronavírus “não deixa de nos questionar sobre o amor providente de Deus que permite essas dolorosas realidades que atingem o mundo”.
“O que Deus quer nos dizer nesta situação? Buscando respostas, ao longo da Palavra de Deus e na história da Igreja vemos que essas calamidades sempre foram recebidas como um apelo à conversão, a deixar de lado o pecado e a se voltar para Deus”.
Neste sentido, os Bispos do Uruguai encorajaram a voltar a Deus, “pedindo-lhe misericórdia para o mundo e exortando-nos a uma vida de maior humildade e fidelidade ao Evangelho, que passa pela solidariedade com aqueles que sofrem e também pela conversão pessoal, penitência e oração”.
Os Bispos também animaram a que, com a ajuda da Virgem Maria, as pessoas reconheçam a presença do Senhor e se coloquem sob sua proteção e ternura.
“Que n’Ela possamos encontrar o conforto e o bálsamo que cura as feridas e o abraço que reconcilia os irmãos”, concluíram.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
O que um exorcista reza diariamente para se proteger do demônio? https://t.co/6wXHqZa0pa
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